– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER
O capítulo XIV – “Singular
Episódio” – é extremamente belo e, dele, apresentaremos uma síntese.
Após ter auxiliado a família
de Saldanha, assecla de Gregório, o Instrutor Gúbio, com humildade, pede ao
obsessor de Margarida que o auxilie – Margarida, desde outras eras, era filha
de Gúbio! A revelação deixou Saldanha aturdido, pois, afinal, como negar
auxílio a quem lhe havia auxiliado a família inteira?!
O temível obsessor, chorando,
diz ao Instrutor:
- Ninguém me falou ainda como
tu... Tuas palavras são consagradas por uma força divina que eu não conheço,
porque chegam aos meus ouvidos quando já me encontro confundido pelos teus atos
convincentes. Faze de mim o que desejares.
Que maravilhosa lição para
todos nós que, por vezes, nos lançamos à tarefa da doutrinação sem o respaldo
dos bons exemplos.
Saldanha ainda lhe fala:
- Poderoso espírito e bom
amigo, que me procuraste na condição do servo apagado para acordar-me as forças
enrijecidas no gelo da vingança, estou pronto a servir-te! sou teu de ora em
diante!
Ao que Gúbio responde:
- Seremos de Jesus para
sempre!
Realmente, que espírito
extraordinário Gúbio, que, em nome do Cristo, se dispusera a tão grande e
arriscada missão, descendo quase ao coração das trevas! E que companheiros
anônimos não lhe seriam André Luiz e Elói, fieis “escudeiros” em tão difícil
empreitada?! – seriam eles apenas “dois nomes”, ou espíritos de elevação
espiritual ignorada pela maioria dos leitores encarnados que os consideram
meros figurantes no enredo da magnífica obra?!
*
Todavia, para que o socorro a
Margarida se concretizasse ainda se fazia preciso convencer a dois
hipnotizadores, Leôncio e Gaspar, que participassem daquela alteração de
planos.
Saldanha, então, procura
Leôncio e comunica:
- (...) nosso projeto mudou e
conto com a tua colaboração. (...) Temos aqui um mago da luz divina.
Leôncio, então, de maneira
surpreendente, pergunta a Saldanha, seu líder, se Gúbio, também, não lhe
poderia socorrer, na Terra, a esposa seduzida e o filho à morte...
Vejamos: quem haverá, na
Terra ou no Além, não necessitado da intercessão de alguém em favor de um
coração amado?! De um cônjuge desnorteado, de um filho em desequilíbrio, de um
neto caído no vício, de um irmão prestes a cometer um desatino qualquer?!
Leôncio diz a Saldanha:
- (...) não desconheces que
sou criminoso, mas sou pai ainda...
Aos nossos ouvidos, soam as
sábias e comoventes palavras que Gúbio endereçara a Saldanha:
- Chega sempre um instante no
mundo em que nos entediamos dos próprios erros.
*
Incansável, Gúbio se dispõe a
socorrer a família de Leôncio, que, pela desencarnação, ele deixara há sete
anos.
A esposa havia aceitado a
companhia de um enfermeiro, que passara a lhe envenenar o filhinho, herdeiro
dos bens que Leôncio lhe deixara.
O obsessor, pertencente à
falange de Gregório, suplica ao Instrutor:
- (...) Benfeitor, por
piedade! meu desventurado Ângelo permanece à beira do túmulo...
Eis, no entanto, a surpresa,
revelando que, de fato, nunca cruzamos os passos com alguém por obra do mero
acaso. Ao ouvir a narrativa de Leôncio, perguntando Elói pelo nome do
enfermeiro fica sabendo que ele, Felício, é seu irmão consanguíneo!...
Abatido, Elói escuta as
ponderações de Gúbio, que o abraçava:
- Onde está o infeliz que não
seja nosso irmão necessitado?
Promovendo, então, encontro espiritual
com Felício, o enfermeiro prestes a se tornar infanticida, Gúbio lhe dirige a
palavra, na presença de Leôncio, com Elói, seu irmão, surgindo em cena logo em
seguida.
Ao ver o espírito de seu
irmão, Felício promete recuar em seu intento e, verdadeiramente, se transformar
em protetor da família de Leôncio, mas não sem antes ouvir do próprio Elói:
- Se assassinares este
menino, eu mesmo te punirei.
*
Ninguém sobre a Terra sabe
das profundas implicações espirituais de estar prejudicando, ou amparando alguém
– esteja esse alguém distante, ou próximo, no corpo físico, ou mesmo fora dele.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 11 de agosto de
2019.
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