AK - Podemos, ainda na vida física, resgatar nossas faltas?
- Sim, reparando-as; mas não penseis resgatá-las
por algumas renúncias infantis ou fazendo a caridade após a morte, quando não
tiverdes mais necessidade de nada. Deus não dá valor ao arrependimento estéril,
sempre fácil, e que custa apenas o esforço de se bater com a mão no peito. A
perda de um dedo mínimo, no trabalho, apaga mais faltas que o suplício do corpo
suportado durante anos, sem outro objetivo além do bem de si mesmo. O mal apenas
é reparado pelo bem, e a reparação não tem nenhum mérito se não atingir a pessoa
no seu orgulho, no seus interesses materiais.
De que vale, para sua justificação, restituir
após a morte, os bens irregularmente adquiridos, dos quais tirou proveito
durante a vida, e que agora para nada sevem? De que adianta renunciar a alguns
prazeres fúteis e a coisas supérfluas, se a falta que cometeu com os outros
permanece a mesma? De que serve, enfim, se humilhar perante Deus, se conserva
seu orgulho diante dos homens?
Livro: Livro dos Espíritos, questão 1000 - Allan
Kardec
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