Questão 168 do Livro dos Espíritos
NÚMERO
DE REENCARNAÇÕES
Colocar um ponto final nas reencarnações é ignorar as
distâncias imensuráveis que o espírito deve percorrer nas linhas da evolução, à
qual chamamos de despertamento. As vidas sucessivas mais grosseiras têm duração
breve; à medida que o espírito vai se depurando, ele, automaticamente, vai
saindo de uma faixa reencarnatória para entrar em outra de maior pureza. O
crescimento da alma requer corpos mais sutis e com maiores possibilidades
espirituais, de modo a permitir a ela dominá-los em todos os sentidos.
A
reencarnação na Terra é necessária até a depuração da alma tendo, portanto,
certo limite, se assim podemos dizer; mas a depuração necessária ao espírito que
transita neste planeta pode não ter a mesma correspondência em outros mundos por
onde o espírito vai passar. E o espírito, bem o sabemos, deve passar por muitos
mundos para granjear experiências, cultivar valores e se integrar no amor,
aquele ainda desconhecido.
Quando se fala em depuração da alma, não se
quer dizer que ela se encontra suja, nem foi feita inferior, cheia de
defeitos.
O próprio livro básico da doutrina nos fala
que o espírito foi feito simples e ignorante, carregando no seu mundo interno
todos os valores a serem despertados pelo tempo e pelas bênçãos do Criador,
porque, se Deus é a perfeição, não poderia criar nada imperfeito. A reencarnação
é uma lei universal para todos os espíritos e para todas as coisas. As vidas
múltiplas estão ligadas ao progresso, que é força natural de Deus dentro da Sua
casa universal.
A cada passo que o espírito dá, pelos processos da
reencarnação, desabrocham dons no seu mundo interno, conferindo-lhe cada vez
mais vida. A consciência é um mundo e cada qual tem suas necessidades,
carregando sua cruz e buscando despertar seus valores espirituais na construção
da sua própria felicidade espiritual. Convém que todos os espíritos, mesmo os
desencarnados, procurem, escolas, de variado esclarecimento, porque o
aprendizado é grande e a carência de luz no coração, muito maior.
De
certa forma, não podemos delimitar as reencarnações; elas se processam em todas
as dimensões, de conformidade com a elevação dos espíritos, atendendo a todos em
suas necessidades espirituais. Compete a nós outros compreendermos as suas
funções, nas atividades e nos poderes que têm de despertar em cada espírito os
dons correspondentes aos seus anseios pela verdade.
Os homens têm as
necessidades semelhantes às dos animais irracionais, só que elas estão
aprimoradas, em outra dimensão de vida, pelo valor da evolução. O mesmo acontece
ao espírito: depois do túmulo, continua tendo as mesmas necessidades de quando
na carne; simplesmente elas vão mudando de faixa, de acordo com o crescimento da
alma, no saber e na moral. É, pois, o prêmio que o tempo confere, juntamente com
a conquista, pela misericórdia de Deus. Esforcemo-nos, pois, para diminuir
nossas reencarnações inferiores, alcançando, cada vez mais, corpos mais sutis,
com idéias mais puras e vidas mais elevadas.
Livro"Filosofia Espírita
III - João Nunes Maia -Miramez
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