Questão 161 do Livro dos Espíritos
A ALMA E A MORTE VIOLENTA
No
caso de morte violenta, a alma entra em grande perturbação espiritual, por lhe
faltar o tempo necessário para meditar no transe do desencarne e ele não se
processar gradativamente. No entanto, há casos em que o espírito não perde a
consciência, seja qual fora sua morte, por se encontrar em grau de evolução
suficiente, o que garante a sua lucidez espiritual. Porém, em quase todas as
mortes por desastre, a alma fica em estado de sono, como permanece ligada aos
restos por tempo variável. Há casos, também, em que a criatura padece em um
leito por anos a fio e, quando desencarna, fica ainda ligada ao corpo em estado
deprimente, e quando se desliga dele, continua a residir na própria casa, por
apego aos bens materiais.
Não se pode fazer uma escala definitiva da
desencarnação, mostrando aos homens um só padrão, porque isso varia de pessoa
para pessoa. Se queres saber o que pode acontecer contigo na desencarnação,
examina a vida que levas, que terás um retrato do que pode ocorrer. Se desejas
um desenlace suave, uma partida com vitória para o mundo da verdade, não deixes
de lado o trabalho de reforma íntima, em que o Cristo pode despertar todos os
teus valores morais, no coração e na inteligência.
Desta forma, meu
irmão, mesmo que morras por morte violenta, estarás amparado pela tua conduta
esquecida de erros morais, onde a caridade tem o poder de te iluminar por dentro
do coração. Se queres ser feliz, faze aos outros o que desejas para ti mesmo,
que a justiça não te deixará sofrer. Entrentanto, a violência que faz mal, e que
faz muito mal, é a violência permanente que usas nos pensamentos, nas palavras
e, por vezes, nas obras que fazes. Quando as tuas palavras violam a lei de
harmonia, elas tisnam o magnetismo sublimado que Deus te deu para conversar,
para pensar e para agir. Aí, sofrerás as conseqüências da tua ignorância. E essa
é a pior morte: a morte pela ignorância. Em muitos casos, a criatura pode estar
andando, trabalhando e vivendo, e estar morta, por não compreender as leis de
Deus. Quando as compreende, é necessário vivê-las, para que a paz possa
estabelecer a tranqüilidade de consciência.
Se estiveres bem contigo
mesmo, no clima do amor e da caridade ensinada pelo Cristo, em qualquer
modalidade que a vida escolher para o teu desencarne, irás bem, por estares bem
com a consciência em Jesus, sob as bênçãos do Criador. Não fazer aos outros o
que não queremos para nós é o começo da nossa libertação espiritual. O Evangelho
é o inspirador divino, que nunca erra nas suas indicações e não nos deixa
permanecer nas faltas.
Se queres morrer bem, e no momento exato, não te
esqueças do Senhor Jesus. Ele nos ajuda em todos os transes e, para tanto, nos
deixou o exemplo no próprio Calvário, bem como em toda a sua vida. Ele
exemplificou o amor em toda a Sua existência, como garantia para a humanidade,
Com o Cristo, a morte deixa de existir e passamos a viver no céu, onde
estivermos, pois Ele é a Vida.
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia -
Miramez
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