Questão 170 do Livro dos Espíritos
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ETAPAS EVOLUTIVAS
Na última reencarnação do espírito, em sua escalada
evolutiva, ele passa a ser espírito puro, e entra na bem-aventurança, surgindo
em sua consciência a tranqüilidade imperturbável, e a seqüência de uma vida
sadia. A partir daí, ele passa a viver em outros mundos bem-aventurados, onde a
vida é cheia de venturas, onde o amor é verdadeiramente alimento dos
espíritos.
O espírito livre das reencarnações no orbe e que presenciou
sua evolução, libertou-se das grades da ignorância; era preso e tornou-se livre.
As cadeias das vidas sucessivas foram se quebrando de passo a passo, computando
experiências e somando qualidades inumeráveis, como sementes de luz para
garantia do porvir de paz de consciência.
Isso só acontece, no entanto,
em largas faixas de tempo. A soma das reencarnações se perde, igualmente, na
vida infinita do espírito. Os períodos entre uma reencarnação e outra são também
variáveis e difíceis de serem medidos, pois que neles ocorre a conscientização,
onde a alma no mundo espiritual assimila melhor os conhecimentos sobre as leis
de Deus.
A última etapa de vivência na carne, faz-nos lembrar de todas as
passagens onde os problemas e as dores sufocaram, por vezes, os nossos gemidos,
a fim de pensarmos mais sobre a vida e nossos destinos, no que tange à
assimilação dos valores eternos administrados pela luz. Deus faz o que acha
conveniente fazer em nosso favor e deixa algo, entregue à nossa inteligência,
para ser feito por nós. Mesmo com essa pequena parcela que nos toca, nos
debatemos no correr de milênios, no sentido de fixarmos em nossas consciências,
a vivência das leis do Criador.
O século vinte ainda está sob o domínio
da teoria, todavia, já é alguma coisa; a vivência virá depois, para complementar
o que sabemos e falamos. Os espíritos bem-aventurados, os espíritos puros, não
nos deixam órfãos, pois estão sempre ligados aos que ainda não conheceram a
verdade - talvez por imaturidade - como guias espirituais que sentem bem em
fazer o bem. É lei de Deus que os mais fortes ajudem os mais fracos a caminhar e
os sábios ensinem os ignorantes, como sendo pais orientando seus filhos.
Os espíritos puros certamente que não precisam mais de se reencarnarem na Terra
a não ser por determinação de Deus, caso seja conveniente; todavia, sentem-se
felizes, pelo esplendor das suas consciências, em servir de instrumentos para
iluminarem os que se encontram nas trevas. São capazes de muitos sacrifícios,
como podes notar nos grandes seres que voltaram ao mundo por amor às criaturas.
Eles são luzes que nunca se apagam nas consciências dos que receberam as bênçãos
da assistência e dos seus interesses pelo próximo. As últimas etapas de sua
escalada evolutiva ficam marcadas nas suas personalidades, por serem os últimos
degraus da escala de Jacó. Depois de livres, sentem a felicidade de ajudar mais,
na condição de valores de Deus sob a direção de Jesus, que personifica o amor
mais puro na terra.
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia -
Miramez
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