20.8.12


A Endemia da Corrupção

  Ó, meu Deus! Como vejo corrupção na Terra. Até quando ainda conviveremos com tamanha chaga moral?
   A corrupção dilacera as estruturas humanas, institucionais e pessoais. Ela corrói aos poucos qual maresia que destrói o mais poderoso aço. Ela é poderosa e envolve sorrateiramente a todos. A corrupção é chaga grande, meu Pai, que para extirpá-la necessita-se de muito esforço e cuidado.
  Os homens ainda se permitem corromper-se, sei, porque ainda não compreendem o verdadeiro significado da vida. Vivem ainda para a matéria, para os prazeres do corpo, para as aparências, para a satisfação do mundo do ter. É o dinheiro que disciplina e movimenta suas vidas. Enquanto houver esta sina no coração dos homens pouca evolução haverá na humanidade.
  É isto que penso quando presencio do lado de cá da vida o julgamento do “Mensalão” como ficou mais conhecido mais este escândalo brasileiro.
  Os defensores são geniais. Sim, porque tentam sustentar o insustentável. Arrumam argumentos formidáveis para explicar o inexplicável. Vira, sem querer-querendo, uma obra surreal.
  Que espanto!
  Não sei onde vai dar este julgamento, mas presumem-se todos que não vai ao cerne da questão. Haverá penas brandas, se houver. O pior é que tudo isto se deu nas câmaras altas do poder e próximo ao poder maior do Executivo. Uma “ladroagem”sem tamanho, bancada com o erário público.
  - Forçou já um julgamento, Dom?
  Perdoem-me se me inseri em taxar a todos de responsáveis, mas todos os depoimentos de defesa disseram que infringiram a lei. Mesmo que fugissem da verdade, como pressuponho, mas não deram o exemplo que deveriam dar e é isto o que verdadeiramente importa.
  Não há mais vergonha no País aos casos de corrupção. É uma endemia. Há corrupção em tudo que é lugar e se veste das mais diversas formas. Os governantes acham isto normal e cada qual que queira entrar no poder para fazer o seu “pé de meia”.
  Isto vai acabar, ah, se vai. O mundo que se configura em breve não terá lugar mais para estes despautérios. Corrijam-se enquanto há tempo.
  Aos usurpadores do alheio, conclamem as vossas consciências enquanto há tempo, não há nada sobre os olhos de Deus que não tenha que ser reparado e, às vezes, o preço é bem alto, sobretudo para aqueles que deveriam ser os primeiros a cumprirem a ordem e a lei.

  Deus nos abençoe!
  Helder Camara por intermédio de Carlos Pereira

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