12.3.18

Loucuras Republicanas


Apesar da voracidade com que os políticos se agigantam em partilhar o poder entre eles, a Nação sobrevive aos assaltos com o trabalho duro do dia a dia de sua gente.
Essa condição que vivemos hoje no Brasil é risonha. De um lado, políticos famintos de poder. De outro, o povo faminto de emprego.
Quem dá mais neste mercado de loucuras republicanas?
O povo é o agente do poder, é ele quem concebe a autoridade a outros para governarem em seu nome, mas supostamente ele é o primeiro a ser excluído nessa partilha de bens públicos.
Essa condição é revoltante, deplorável e esmaga o sentimento de representatividade ao qual se sustenta uma boa democracia.
Neste caso, imperioso se afirmar que, vez ou outra, cansado das precariedades do viver, esfolado na sua condição de dignidade, este mesmo povo, soberano nas suas decisões, acha-se na vontade de doar temporariamente este poder a um qualquer que diga, em seu nome, que igualmente está revoltado e clama por mais justiça social e econômica.
Isto é típico das democracias e não há mal algum. O problema é que muitas vezes a lição não é aprendida e sofre-se mais do que se deveria. Os desenganos se materializam em dor insuportável, mas é assim mesmo o caminho do aprendizado democrático, enquanto vivermos sob sua égide.
Agora que se avizinham as eleições, quais ratos a busca da justa comida, os políticos correm à procura do bom voto que os favoreça mais uma vez na sua locupletação faraônica de mando e serventia.
Eu analiso com bons olhos toda alternância de poder. É justo termos visões diferentes de um mesmo ponto. Clamo, no entanto, que haja justiça e ponderação, racionalidade e responsabilidade com qualquer mudança que se pretenda fazer. Este é o modo sensato de promover a alteração de agentes no exercício do poder democrático.
O povo não sabe em quem votar. Sabe em quem não quer votar. Faltam-lhes candidatos com a cara e a voz do povo. Eles pensam assim. São todos iguais. Não temos quem nos represente. Até se dá um certo desconto se alguém lhes parece desonesto, mas faz. É a tradição da política brasileira, mas isto tem que acabar, meus caros.
Daqui, numa visão privilegiada das coisas, percebo movimentações vis em todos os flancos. É a podridão do poder e da política em ação. Objetivo? Ludibriar para se perpetuar.
Não estou aqui fazendo alusão a posições ideológicas de um lado ou de outro. Meu verso baseia-se em propostas, competências e valores.
De que adiantam boas ideias sem que se tenha condição de executá-las?
De que vale uma boa persona, bem-intencionada, se falta-lhe o devido apoio político de manutenção no poder?
Do que tratar quando a proposta é interessante, soa bem aos ouvidos, mas é capitaneada por um bando de desonestos?
É uma encruzilhada perigosa, meus caros.
Mas haveremos de resolver os nossos problemas, darmos ordem na casa, olharmos para frente e cuidarmos, com bons olhos, do nosso amanhã.
Sei que muitas águas ainda passarão sob a ponte que nos levará de um destino a outro na política brasileira, mas cabe-nos desfraldar sempre a bandeira da esperança, sem a qual seria vã e inútil a nossa luta por dias melhores.
Acreditar, sempre!
Desistir, jamais!
É isso que penso!
Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

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