(SOCIEDADE ESPÍRITA DE PARIS. MÉDIUM, SRA. COSTEL)
Sob o título Castigo do Egoísta, publicamos no número de dezembro de 1860 várias comunicações com a assinatura de Clara, nas quais esse Espírito revela suas más inclinações e a situação deplorável em que se encontra. Nossa colega, Sra. Costel, que a conheceu em vida e lhe serve de médium, empreendeu a sua educação moral. Seus esforços foram coroados de sucesso. Pode-se julgá-lo pelo ditado espontâneo seguinte, dado na Sociedade a 1.º de março último.
“Eu vos falarei da diferença importante que existe
entre a moral divina e a moral humana. A primeira assiste à mulher adúltera em
seu abandono e diz aos pecadores: “Arrependei-vos, e o Reino dos Céus vos será
aberto.” Enfim, a moral divina aceita todos os arrependimentos e todas as
faltas confessadas, enquanto a moral humana as rejeita, e sorrindo admite os
pecados ocultos que, diz ela, estão meio perdoados. A uma, a graça do perdão; à
outra, a hipocrisia. Escolhei, espíritos ávidos de verdade! Escolhei entre o
céu aberto ao arrependimento e a tolerância que admite o mal que não lhe
prejudica o egoísmo e os falsos arranjos, mas que repele a paixão e os soluços
pelas faltas confessadas publicamente. Arrependei-vos, vós todos que pecais;
renunciai ao mal, mas sobretudo à hipocrisia que esconde a feiura do mal sob a máscara
risonha e enganadora das mútuas conveniências.”
CLARA
Eis outro exemplo de conversa, obtido num caso mais ou
menos semelhante. Na mesma sessão achava-se uma senhora estrangeira, médium,
que escrevia na Sociedade pela primeira vez. Havia ela conhecido uma senhora
falecida há nove anos e que em vida merecia pouca estima. Desde sua morte, seu
Espírito se havia revelado ao mesmo tempo perverso e mau, só buscando fazer o
mal. Contudo, bons conselhos tinham conseguido levá-la a melhores sentimentos.
Nessa sessão ela ditou espontaneamente o seguinte:
“Peço que orem por mim. Necessito ser boa. Persegui e
obsidiei por muito tempo um ser chamado a fazer o bem. Deus não quer mais que
eu persiga, mas temo que me falte coragem. Ajudai-me. Eu fiz tanto mal! Oh! Quanto
sofro! Quanto sofro! Eu me alegrava com o mal praticado. Contribuí com todas as
minhas forças, mas não quero mais fazer o mal. Oh! Orai por mim.
ADÈLE
Revista
Espírita 1861 » Abril » Ensinos e dissertações espíritas
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