20.8.21

Coisas do Espírito

Meus filhos do coração, estive, certo dia, numa sessão de casa espírita.
É que agora, sem o aparato oficial de bispo, posso entrar em vários lugares, do lado de cá da vida e aí também, sem ser censurado por ninguém.
Nesta sessão que evocava a presença dos benfeitores espirituais conheci uma figura risonha, de semblante calmo, que me deu explicações daquelas sessões.
Fiz-me pronto para dizer algumas palavras, se fosse o caso. De repente, um médium disse alto:
    - Estou vendo um padre que foi muito conhecido quando esteve na Terra, mas não sei bem o nome dele.
Aí, então, outro rapaz pediu que dissesse as suas características e daí então ele falou:
    - É, só pode ser o Dom Helder, agora ele é também um padre espírita.
O fato de ter lançado já duas obras de cunho mediúnico, porém, quero esclarecer, mais uma vez, não me faz um espírita, tampouco um padre espírita que, pelo que eu sei, não existe no credo espiritista.
Ao se espantar com a minha presença o outro foi dizendo:
    - Deixa ele falar para ver o que ele traz de novo pra gente.
Permitir-me envolver nos pensamentos do médium que me viu e fui logo dizendo:
    - Olhe, meus irmãos, sou muito agradecido pela oportunidade que me dão de proferir algumas palavras, mas o meu objetivo aqui é aprender. Sou marinheiro de primeira hora nestas coisas do espírito, porque sou defunto novo, vocês sabem, e na minha última profissão de fé não me era dado o prazer de ter estes contatos lúdicos com o mundo espiritual. Portanto, quero ouvir mais e falar menos, se me compreendem.
    - Pois não, Dom Helder, é que o senhor nunca veio por aqui e tivemos uma boa surpresa com a sua presença. Fique à vontade.
E fiquei.
Observei tudo e todos e vi o quanto é interessante esta relação entre os dois mundos que, na prática, observando bem, é um mundo só, devido a interação constante que existe de nós com vocês e de vocês conosco. É incrível como as portas se abrem de lá pra cá e de cá pra lá, todos os dias, que posso asseverar, sem medo de errar, vocês já vivem com os "mortos" sem perceber, dada a interação constante que existe.
Faço estas observações para dizer que a naturalidade das relações espirituais serão reconhecidas, mais cedo ou mais tarde, por todas as igrejas sem qualquer preconceito, porque é uma realidade tão impressionante que basta querer um pouco mais dar vazão a esta sensibilidade que teremos, cada vez mais, consciência de tudo que se processa.
Assim, meus queridos irmãos, apesar de não ser um padre espírita, sinto-me à vontade com todos estes nossos irmãos que sempre me recebem, por onde vou, com muita naturalidade, tratando-me de verdade como irmão e sem qualquer tipo de preconceito.
Que assim seja entre todos nós, de todas as crenças, aqui e aí, que possamos criar um relacionamento saudável e promissor entre irmãos que somos para o bem da própria humanidade, uma só, independentemente da condição que estejamos, espiritual ou material.
Que assim seja, meus irmãos!
Helder Camara - pelo médium Carlos Pereira 

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