3.7.20

AS ÁRVORES

"E levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens, pois os vejo como árvores que andam". (Marcos, 8: 24)
O cego de Bethsaída, retomando os dons sagrados da vista, proferiu observações de grande interesse. Sua comparação é das mais belas. O reino das árvores apresenta silenciosas mensagens aos que saibam ouví-lo.
Qual acontece no caminho das criaturas, existem árvores de todos os feitios. Vêem-se as que se cobrem apenas de ramos farfalhados à maneira dos homens palavrosos; as tortuosas, copiando os seres indecisos, ensaiando passos para o ingresso nas estradas retilíneas; as frutíferas que auxiliam carinhosamente as criaturas, não obstante os golpes e incompreensões recebidos, dando a idéia das almas santificadas, que servem ao Bem  e à Verdade no silêncio divino.
Nessa flora, como os seres ignorantes e grasseiros que ainda não chegaram a ser homens espirituais, não obstante a sua forma físca, existe igualemente as plantas invasoras e parasitárias, que não chegaram a ser árvores apesar da forma verde de suas folhas.
Quem não terá visto, alguma vez, a erva daninha, tentando sufocar a laranjeira, imitando as lutas da estrada humana?
Quem  não terá observado a trepadeira fascinante, florindo na copa de uma árvore centenária, dando a impressão de ser tão alta e de tronco tão robusto quanto ela?
Que homem não terá reconhecido o ataque das plantas minúsculas, que costumam esconder as estradas e invadir as propriedades ao abandono?
O plano dos vegetais oferece às criaturas lições de profundo valor.
Se já podes ver, como aquele cego feliz de Bethsaída, procura ser um elemento últil e digno entre as árvores que andam.

Trecho extraído do livro "Levantar e seguir" Francisco C. Xavier - Emmanuel.

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