7.4.20

A Maior Riqueza é a Vida


Amantes da Paz, sejam benvindos ao banquete de luz que o Pai nos oferece neste momento glorioso que a nossa Terra vive.
Há alguns anos, ainda no corpo físico, deparei-me com uma situação inusitada. Uma determinada figura, um homem bem posto na sociedade, me encontrou e disse que eu era um mau exemplo para todos. Suas argumentações neste sentido eram na direção de que eu pregava a desunião entre as pessoas. Que meus livros, minhas prédicas, eram todas voltadas para criar a confusão entre o povo de Deus.
Escutei atentamente aquelas palavras. Queria tirar delas o que tivesse de real verdade. Se ele assim enxergava o que eu dizia era porque, sem querer, estava chegando desse jeito aos ouvidos dele. Era meu o erro, então teria que consertar.
Pedi desculpas, disse que este não era o meu objetivo e solicitei que conciliasse a minha palavra em convergência com o que Cristo nos ensinara. Se eu errava no que dizia, o problema era meu e não do Cristo.
Esta mesma observação eu faço agora no que vou escrever daqui por diante.
A palavra de Jesus é muito clara, absolutamente cristalina como qualquer rio virgem que se possa ainda encontrar na natureza.
O que Jesus disse, o que ele nos pediu, o que ele nos ensinou, é que deveríamos, com todas as letras, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Há maior clareza e objetividade que esta?
O que precisamos entender entre nós, seguidores do Cristo, é saber o que efetivamente significa amar.
Amar, na minha mais modesta compreensão, é dar o nosso melhor para o bem do outro e que este melhor cresça, primeiramente, em nós mesmos. E o que pode ser o nosso melhor?
Penso que o nosso melhor é tudo aquilo que nos faz aproximarmos de Deus.
O nosso melhor é poder amar incomensuravelmente. Implacavelmente. Apaixonadamente.
Amar com todas as nossas forças.
Amar hoje, amanhã e cada vez mais.
O nosso melhor é sermos bons uns com os outros.
O nosso melhor é não fazer ao outro o que não desejamos que alguém nos fizesse. É um princípio ético, por natureza.
Pois bem, nestes momentos difíceis e delicados que vivemos nos dois lados da vida, penso, cada vez mais, que o nosso melhor é ajudar deliberadamente à preservação da vida.
Uma vida, por mais simples que seja, representa a manifestação do Cristo diante de nós.
Não existe uma só vida que não valha à pena. Isto é amor.
Jesus nos disse que ao fazer a um dos seus estaria fazendo a ele mesmo. Então, ao tentar salvar uma vida estamos, na prática, tentando salvar a Jesus.
Quando alguém sai desse parâmetro de raciocínio, quando alguém defende que a sociedade somente tem razão de ser porque temos que estimular a prática econômica é porque este alguém está distanciado do Cristo.
A economia é uma invenção humana. Ela foi feita para beneficiar os homens, não para subtrai-los ou exterminá-los. A economia deve estar a serviço da humanidade e não a humanidade a serviço da economia.
É simples assim!
Quando alguém me diz que uma vida não vale à pena, fico a pensar o que faria Jesus ao visse um moribundo numa cama pedindo ajuda e ele podendo fazer o seu “milagre” não o faria, porque, afinal, vai morrer mesmo...
Não, Jesus não pensou e não pensa assim. Por isto que Ele está tão perto de nós.
Jesus acreditou e acredita em cada alma e vai dar toda a sua força espiritual e moral para resgatar onde quer que ela esteja.
Enquanto houver um sopro de vida na carne, temos o dever moral de tentar resgatá-la da morte física.
A moral humana somente tem valor se respeitar a vida. Se a economia, se o dinheiro, for mais importante que uma vida, vã será o nosso esforço de tentar salvar a humanidade.
A troca de valores é uma exigência desses tempos novos. Não foi isto que o Cristo nos prometeu quando se referiu a uma Nova Jerusalém ou em edificar o Reino de Deus entre nós?
O Reino de Deus não pode ser construído dando valor ao dinheiro, a um artefato ilusório criado pelos homens para facilitar trocas comerciais.
Enquanto perdurar o raciocínio materialista sobre as coisas espirituais, a Terra ainda terá que perecer no plano da humanidade divina.
O amor praticado com o Cristo nunca valorizou o dinheiro, pelo contrário, ensinou-nos a reparar como a natureza, por si só, possui mecanismos próprios de superação das suas necessidades.
Por ter-nos nos apartado da natureza, colocando-nos como seres diferentes e especiais, perdemos literalmente a nossa real e verdadeira essência.
O mundo está de ponta-cabeça, eu sei, mas é exatamente para questionar os valores que não deram certo. As práticas hediondas do materialismo alienante. A moral distorcida pelo vil metal.
Eu não aceitarei onde estou - e se aí estivesse - qualquer raciocínio que afirme que uma vida é menos importante do que a atividade econômica inconsequente.
Tudo isso ocorre, também, para repensarmos o capitalismo. E não me venham aqui me chamar de comunista, porque isto não sou.
O capitalismo tem que se dobrar ao Evangelho do Cristo. Tem que ser menos ganancioso e mais distributivo. Tem que pensar na coletividade e não na exclusão de parcelas significativas da sociedade porque não podem comprar o que o alimenta o capitalismo. O capitalismo tem que servir a humanidade inteira e não se servir dela.
É para isto que está aí o Coronavírus e outros virão se não aprendermos a grande lição do amor.
Se não me fiz entender, se acreditam que crio confusão, as palavras são minhas e eu apenas tento traduzir do modo que aprendi e aprendo o que é viver e sentir como Jesus.
Ainda bem que ele acredita na humanidade porque, caso contrário, pereceríamos numa miséria moral sem precedentes.
Benvindo, irmãos em Cristo, ao mundo novo prometido por Jesus.
Mais justo.
Mais fraterno.
Mais humano.
De mais amor.
Helder Camara – Blog Novas Utopias

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