Amantes da Paz, sejam
benvindos ao banquete de luz que o Pai nos oferece neste momento glorioso que a
nossa Terra vive.
Há alguns anos, ainda no
corpo físico, deparei-me com uma situação inusitada. Uma determinada figura, um
homem bem posto na sociedade, me encontrou e disse que eu era um mau exemplo
para todos. Suas argumentações neste sentido eram na direção de que eu pregava
a desunião entre as pessoas. Que meus livros, minhas prédicas, eram todas
voltadas para criar a confusão entre o povo de Deus.
Escutei atentamente aquelas
palavras. Queria tirar delas o que tivesse de real verdade. Se ele assim
enxergava o que eu dizia era porque, sem querer, estava chegando desse jeito
aos ouvidos dele. Era meu o erro, então teria que consertar.
Pedi desculpas, disse que
este não era o meu objetivo e solicitei que conciliasse a minha palavra em
convergência com o que Cristo nos ensinara. Se eu errava no que dizia, o
problema era meu e não do Cristo.
Esta mesma observação eu faço
agora no que vou escrever daqui por diante.
A palavra de Jesus é muito
clara, absolutamente cristalina como qualquer rio virgem que se possa ainda
encontrar na natureza.
O que Jesus disse, o que ele
nos pediu, o que ele nos ensinou, é que deveríamos, com todas as letras, amar a
Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Há maior clareza e
objetividade que esta?
O que precisamos entender
entre nós, seguidores do Cristo, é saber o que efetivamente significa amar.
Amar, na minha mais modesta
compreensão, é dar o nosso melhor para o bem do outro e que este melhor cresça,
primeiramente, em nós mesmos. E o que pode ser o nosso melhor?
Penso que o nosso melhor é
tudo aquilo que nos faz aproximarmos de Deus.
O nosso melhor é poder amar
incomensuravelmente. Implacavelmente. Apaixonadamente.
Amar com todas as nossas
forças.
Amar hoje, amanhã e cada vez
mais.
O nosso melhor é sermos bons
uns com os outros.
O nosso melhor é não fazer ao
outro o que não desejamos que alguém nos fizesse. É um princípio ético, por
natureza.
Pois bem, nestes momentos
difíceis e delicados que vivemos nos dois lados da vida, penso, cada vez mais,
que o nosso melhor é ajudar deliberadamente à preservação da vida.
Uma vida, por mais simples
que seja, representa a manifestação do Cristo diante de nós.
Não existe uma só vida que
não valha à pena. Isto é amor.
Jesus nos disse que ao fazer
a um dos seus estaria fazendo a ele mesmo. Então, ao tentar salvar uma vida
estamos, na prática, tentando salvar a Jesus.
Quando alguém sai desse
parâmetro de raciocínio, quando alguém defende que a sociedade somente tem
razão de ser porque temos que estimular a prática econômica é porque este
alguém está distanciado do Cristo.
A economia é uma invenção
humana. Ela foi feita para beneficiar os homens, não para subtrai-los ou
exterminá-los. A economia deve estar a serviço da humanidade e não a humanidade
a serviço da economia.
É simples assim!
Quando alguém me diz que uma
vida não vale à pena, fico a pensar o que faria Jesus ao visse um moribundo
numa cama pedindo ajuda e ele podendo fazer o seu “milagre” não o faria,
porque, afinal, vai morrer mesmo...
Não, Jesus não pensou e não
pensa assim. Por isto que Ele está tão perto de nós.
Jesus acreditou e acredita em
cada alma e vai dar toda a sua força espiritual e moral para resgatar onde quer
que ela esteja.
Enquanto houver um sopro de
vida na carne, temos o dever moral de tentar resgatá-la da morte física.
A moral humana somente tem valor
se respeitar a vida. Se a economia, se o dinheiro, for mais importante que uma
vida, vã será o nosso esforço de tentar salvar a humanidade.
A troca de valores é uma
exigência desses tempos novos. Não foi isto que o Cristo nos prometeu quando se
referiu a uma Nova Jerusalém ou em edificar o Reino de Deus entre nós?
O Reino de Deus não pode ser
construído dando valor ao dinheiro, a um artefato ilusório criado pelos homens
para facilitar trocas comerciais.
Enquanto perdurar o
raciocínio materialista sobre as coisas espirituais, a Terra ainda terá que
perecer no plano da humanidade divina.
O amor praticado com o Cristo
nunca valorizou o dinheiro, pelo contrário, ensinou-nos a reparar como a
natureza, por si só, possui mecanismos próprios de superação das suas
necessidades.
Por ter-nos nos apartado da
natureza, colocando-nos como seres diferentes e especiais, perdemos
literalmente a nossa real e verdadeira essência.
O mundo está de ponta-cabeça,
eu sei, mas é exatamente para questionar os valores que não deram certo. As
práticas hediondas do materialismo alienante. A moral distorcida pelo vil
metal.
Eu não aceitarei onde estou -
e se aí estivesse - qualquer raciocínio que afirme que uma vida é menos
importante do que a atividade econômica inconsequente.
Tudo isso ocorre, também,
para repensarmos o capitalismo. E não me venham aqui me chamar de comunista,
porque isto não sou.
O capitalismo tem que se
dobrar ao Evangelho do Cristo. Tem que ser menos ganancioso e mais
distributivo. Tem que pensar na coletividade e não na exclusão de parcelas
significativas da sociedade porque não podem comprar o que o alimenta o
capitalismo. O capitalismo tem que servir a humanidade inteira e não se servir
dela.
É para isto que está aí o
Coronavírus e outros virão se não aprendermos a grande lição do amor.
Se não me fiz entender, se
acreditam que crio confusão, as palavras são minhas e eu apenas tento traduzir
do modo que aprendi e aprendo o que é viver e sentir como Jesus.
Ainda bem que ele acredita na
humanidade porque, caso contrário, pereceríamos numa miséria moral sem
precedentes.
Benvindo, irmãos em Cristo,
ao mundo novo prometido por Jesus.
Mais justo.
Mais fraterno.
Mais humano.
De mais amor.
Helder Camara – Blog Novas
Utopias
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