Toda chuva passa.
Toda treva se entrega à luz.
Todo alvoroço se transveste
em calmaria.
Há, portanto, equilíbrio em
tudo. E naquilo que aparentemente não entendemos, há, igualmente, harmonia.
O nosso País atravessa dias
turbulentos. As pessoas não se entendem direito. Todos entram rapidamente em
conflito quando se fala em política, por exemplo.
Eu sei que há paixões
envolvidas. É claro, também, que todos, ao seu ponto de vista, desejam o melhor
para a nossa nação, mas é urgente que tenhamos entendimento.
As posições mais bravias nos
últimos acontecimentos não nos levam a nada. É preciso temperança para acalmar
os ânimos. A radicalidade é precária para a sobrevivência de um nação coesa e
solidária.
A partir de certos
pronunciamentos, por mais bem intencionados que sejam, a rebeldia popular se
agita. “Como pode alguém falar dessa maneira?”
É natural o arrojo. É
compreensível a turba. O que não é admissível é a revolta inconsequente e
desestabilizadora.
O País segue o seu rumo
decidido nas urnas. Elas são soberanas, entendam isso. O regime que se vive é
presidencial e possui em si as suas regras de funcionamento. Cumpramo-las!
A rebeldia insensata não é
boa conselheira. Isto não quer dizer que as opiniões contrárias não devam ser
expressas e debatidas em arena pública. O embate violento, porém, não é
aconselhável.
Há, entrementes, mudanças em
curso.
Queira-se ou não, há um clima
de ordem no governo presente.
A corrupção, este cupim
institucional como me referi em outra oportunidade, está contido. O que não
quer dizer que esteja domesticado e que não volte jamais.
O objetivo de colocar o País
em rumo certo, existe. A preocupação superior em acertar, é real. Os avanços
são perceptíveis. A organização do País está em curso.
Ocorre, porém, em vista de
tudo isso que se avança, há um completo descompromisso com a paz pública diante
de pronunciamentos que beiram a irresponsabilidade, justamente de quem deveria
dar o tom de apaziguamento dos ânimos.
Bons propósitos sem boas
maneiras é improdutivo e causa mais confusão que harmonia.
Bom direcionamento sem
explicações convincentes gera mais desacordo que convergência.
Há um clima de ordenamento
militar numa situação de governo civil.
Como antes, se pudesse, este
governo administraria o País através de decretos-leis. Isto é muito
preocupante.
A participação popular está
esvaziada. Os conselhos representativos da sociedade civil são solapados. Isto
nos impacienta.
A preocupação ambiental,
necessidade de todos nós, é colocada em segundo plano. Isto impacta toda a
humanidade.
O discurso raivoso e feroz
somente desagrega o tecido social e democrático.
A altivez não pode ser
confundida com a falta de educação e respeito.
Não se pode esperar muito do
que aí está, ninguém se transforma da noite para o dia, mas devemos-lhe a
consideração institucional.
Figuras eminentes da
República, neste lado de cá da vida, estão preocupadas. Se se articularam para
desarmar um mal maior, agora trabalham para evitar a pandemia do ódio
prevalecer nas relações sociais.
O vírus do autoritarismo não
pode contaminar a nossa democracia.
A pandemia que mata em maior
quantidade é a do medo. Ela sufoca a pessoa sem que agente externo algum lhe
aborde.
Se há algo que não podemos
tolerar é sermos atingidos naquilo que não nos permite respirar como cidadão: a
liberdade.
Nisto, levantamo-nos todos
nós aqui nestas paragens.
Nisto, não há tolerância. Nem
mesmo daqueles que defendem o que aí está.
Nisto, haverá unidade de
propósito de todas as correntes políticas aqui instaladas.
Ele sabe disto. Foi avisado
por nós. É consciente que deve controlar seus impulsos.
Cabe a nós outros, defensores
da democracia, jogar o jogo democrático.
O governo que aí está rege-se
por uma inteligência subliminar que o sustenta e o faz avançar mesmo na
adversidade.
Abram os olhos e lutem com a
mesma inteligência.
Os embates, regulados pelas
regras democráticas, são absolutamente saudáveis. Que bom que assim seja!
Não estamos temerosos em
relação a isso. Nosso temor é o conflito social inconsequente e desagregador.
O futuro do País é promissor.
Tudo que ocorre gera um aprendizado jamais visto no nosso povo.
Não há erro nem acerto no
campo da democracia. Há escolhas de caminho, com aprendizado e redirecionamento
da vontade.
Caminhemos sem temor.
Exercitemos a nossa verve democrática e tudo o mais se encaixará no plano de
Deus.
Sairemos maiores desses
embates, creiam nisso.
A paz é desejo de todos e
será por ela que conseguiremos nos unir e tornar esta grande nação luz para o
mundo.
Ulysses Guimarães - Blog de
Carlos Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário