– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER
No capítulo X – “Em
Aprendizado” –, André relata que os obsessores retomaram o trabalho obsessivo
de aniquilamento sobre Margarida:
“Percebi a facilidade com que
os seres perversos das sombras hipnotizam as suas vítimas, impondo-lhes os
tormentos psíquicos que desejam.”
André Luiz ressalta que o
trabalho da falange de Gregório, sob a coordenação de Saldanha, agia sobre
outras vítimas na cidade. Na residência de Margarida, apenas haviam ficado
Saldanha, dois magnetizadores, os três amigos – André, Elói e Gúbio – “e a
coleção de mentes, em ‘formas ovóides’, ligadas ao cérebro da senhora
flagelada”.
Aquela era a oportunidade
esperada por Gúbio, que, então, passa a dialogar com Saldanha.
Gúbio, ouvindo o obsessor,
fica sabendo que o pai de Margarida, um “juiz sem alma” lhe havia devastado o
lar: “Faz onze anos, precisamente, que a sentença cruel de um magistrado caiu
sobre os meus descendentes, exterminando-os...”
Quase sempre, quem prejudica
alguém ignora que está causando prejuízo a um grupo de corações... Por exemplo:
quem tira a vida de um pai de família, está ocasionando grave prejuízo não
apenas ao espírito que constrangeu a deixar o corpo, mas, praticamente, a todos
os seus familiares...
*
Saldanha tivera o filho,
Jorge, condenado injustamente – por um crime de que não havia sido o autor!
Ele, na condição de pai desencarnado, tentara interceder inutilmente...
“O magistrado, porém, longe
de aceitar-me a inspiração, que o convidava à justiça e à piedade, preferiu
ouvir pareceres de amigos influentes na política dominante, que vivamente se
interessavam pela indébita condenação, na ânsia de exculpar o verdadeiro
criminoso.”
Não é difícil de imaginar a
situação espiritual de quantos, atravessando as fronteiras do túmulo,
deparam-se com as injustiças praticadas – os atos de desonestidade, de
corrupção, de grandes prejuízos, não raro, causados a gerações inteiras de
almas, que, assim, têm a bendita oportunidade de aprendizado na reencarnação
praticamente anulada!...
*
Em consequência do que estava
sofrido pelo marido, Jorge, a nora de Saldanha, Irene, cometera suicídio... A
esposa de Saldanha, Iracema, desencarnara num “catre de indigência”... A sua
neta, ainda quase menina, trabalhava como serviçal no lar de Margarida, onde um
seu irmão tentava seduzi-la...
Complexa a situação, não
obstante, não difícil de encontrar em muitos dos lares terrestres.
*
Jorge, filho de Saldanha,
condenado sem culpa, da prisão se transferira para um hospício...
E o obsessor pergunta a
Gúbio: “Acredita possa meu cérebro dispor de recursos para meditar em compaixão
que não recebi de pessoa alguma. (...) Foi nesse estado que o sacerdote
Gregório me encontrou e agradou-se de minhas disposições íntimas. Necessitava
de alguém, de alma suficientemente endurecida, para presidir à retirada técnica
desta moça que ele deseja arrebatar, devagarinho, à existência terrestre, e
louvou-me o ânimo firme.”
Diz André que Gúbio tudo
escutava em completo silêncio, imperturbável.
*
Irmãos e irmãs, notemos como,
por vezes, um simples ato de perdão pode interromper um drama obsessivo que
acomete incalculável número de pessoas – drama suficiente para se arrastar por
vários lustros, décadas, ou séculos...
Não dá nem para imaginar no
que, ao longo de nossas existências sucessivas, temos nos envolvido, não é?! E,
sendo assim, reclamarmos de quê?!...
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 26 de maio de
2019.
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