10.5.19

A Vontade


A palavra vontade dá lugar às vezes a mal entendidos, decorrentes, sem dúvida, de não se ter bastante cuidado em distinguir a intenção ou o desejo de fazer uma coisa do poder de a executar.
Quando um indivíduo paralítico das pernas quer caminhar, é lhe impossível mover os músculos da locomoção. Ele realmente quer, mas, em virtude de uma ação mórbida, sua vontade não se executa. Por outro lado, na linguagem médica, diz-se, a propósito de uma paralisia histérica, que a vontade está paralisada, para significar que não há, em realidade, da parte do doente, intenção ou desejo de mover os membros do corpo. As dificuldades, porém, não se limitam ao emprego dessa palavra em dois sentidos opostos; as opiniões igualmente divergem, quando se lhe quer conhecer a natureza. Os materialistas, que fazem da sensação a base do espírito humano e que não admitem para a alma uma existência independente; que consideram as faculdades da alma simples produtos da atividade do cérebro, apenas veem na vontade o termo final da luta de dois ou muitos estados opostos de consciência. Para essa escola, a vontade é uma resultante de atos físicos mais ou menos complexos. Carece de existência própria.
Nós, que sabemos ser a alma uma realidade com o poder de manifestar-se independente de toda matéria organizada, sustentamos que a vontade é uma faculdade do espírito; que ela existe positivamente como potência; que sua ação se revela claramente na esfera do corpo e que pode mesmo projetar a distância sua energia, como os fatos o vão demonstrar.
Livro: A Alma é Imortal
Gabriel Dellane.

Nenhum comentário:

Postar um comentário