Ocupações e Missões dos
Espíritos
Ocupações dos Espíritos. Os Espíritos têm
ocupações e missões a desempenhar.
Além do trabalho de se melhorarem
pessoalmente, incumbe-lhes executar a vontade de Deus, concorrendo, assim, para
a harmonia do Universo. A ocupação dos Espíritos é contínua. Essa ação contínua,
contudo, nada tem de penosa para os Espíritos Superiores, uma vez que eles não
estão sujeitos à fadiga e, segundo Allan Kardec, repousam mudando o tipo de
tarefa, sem deixarem de produzir.
Os Espíritos inferiores e imperfeitos
também desempenham função útil, embora, muitas vezes, não se apercebam disso.
Mostra Kardec que muitos fenômenos da natureza, como as tempestades e outros,
surgem, muitas vezes, a partir da atuação de Espíritos primitivos que, agindo em
massa, sob a coordenação de outras entidades mais elevadas, permitem que o
fenômeno ocorra.
Os Espíritos devem percorrer todos os diferentes graus da
escala evolutiva para se aperfeiçoarem. Assim, todos devem habitar em toda parte
e adquirir o conhecimento de todas as coisas. Mas há tempo para tudo. Dessa
forma, a experiência e o aprendizado pelos quais o Espírito está passando hoje,
um outro já passou e outro ainda passará. Existem Espíritos que não se ocupam de
coisa alguma, conservam-se totalmente ociosos. Todavia, esse estado é temporário
e cedo ou tarde o desejo de progredir os impulsiona para uma atividade.
Os
Espíritos de maior envergadura são incumbidos de auxiliar o progresso da
humanidade, dos povos e indivíduos, dentro de um círculo de idéias mais ou menos
amplas, mais ou menos especiais e de velar pela execução de determinadas coisas.
Alguns desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou
inteiramente locais, como assistir enfermos, os aflitos, velar por aqueles de
quem se constituíram guias e protetores, dirigi-los, dando-lhes conselhos ou
inspirando-lhes bons pensamentos.
Pode-se dizer que há tantos gêneros de
missões quanto as espécies de interesses a resguardar.
Os Espíritos se
ocupam com as coisas deste mundo de acordo com o grau de evolução em que se
achem. Os superiores só se ocupam do que seja útil ao progresso. Já os
inferiores se sentem ligados às coisas materiais e delas se ocupam.
As
missões mais importantes são confiadas somente àqueles que Deus julga capazes de
as cumprir e incapazes de desfalecimento ou comprometimento. Ao lado das grandes
missões confiadas aos Espíritos superiores, há outras de
importância
relativa em todos os graus, concedidas a Espíritos de todas as
categorias.
Todas as inteligências concorrem, pois, para a obra geral,
qualquer que seja o grau atingido, e cada uma na medida de suas forças, seja no
estado de encarnação ou no espiritual. Por toda a parte há atividade, desde a
base ao ápice da escala, instruindo-se, coadjuvando-se, em mútuo apoio, dando-se
as mãos para alcançarem o zênite.
Espíritos Protetores
Todos nós temos bons
Espíritos vinculados a nós, muitas vezes, desde o nascimento, que nos tomaram
sob a sua proteção. Cumprem junto a nós a missão de um pai junto ao filho: a de
nos conduzir no caminho do bem e do progresso, através das provas da vida. Eles
se sentem felizes quando correspondemos a sua solicitude e sofrem quando nos
vêem sucumbir. Lembra Kardec que seus nomes pouco importam, mas que, na maioria
das vezes, são almas vinculadas a nós pelos laços afetivos, estruturados em
vivências em comum nas diversas reencarnações.
São sempre superiores, do
ponto de vista evolutivo, aos seus tutelados e estão sempre junto deles nos
momentos de necessidade.
Várias denominações existem para estes Espíritos:
guias espirituais, Espíritos protetores, mentores espirituais, bom gênio, anjo
da guarda, etc. Kardec utiliza a expressão "Anjo Guardião" quando deseja
referir-se a um Espírito protetor de alta envergadura moral, que tem sob a sua
tutela todo um grupo de almas afins.
Alguns Espíritos protetores
especializam-se em determinadas áreas e exercem a sua ação de forma mais efetiva
nesses setores. Assim, temos Espíritos protetores das artes, dos esportes, das
ciências diversas, das cidades, dos bairros, dos centros espíritas,
etc.
André Luiz, examina o tema de forma bem racional. Apresentamos uma
síntese:
"Os anjos da sublime vigilância, analisados em
sua excelsitude divina, seguem-nos a longa estrada evolutiva; desvelam-se por
nós, dentro das Leis que nos regem, todavia, não podemos esquecer que nos
movimentamos todos em círculos multidimensionais. A cadeia de ascensão do
Espírito vai da intimidade do abismo à suprema glória celeste. A idéia de um
ente divinizado e perfeito, invariavelmente ao nosso lado, ao dispor de nossos
caprichos ou ao sabor de nossas dúvidas, não concorda com a justiça. Que governo
terrestre destacaria um de seus ministros mais sábios e especializados para
colar-se, indefinidamente, ao destino de um só homem, quase sempre renitente
cultor de complicados enigmas e necessitado, por isso mesmo, das mais severas
lições da vida? Por que haveria de obrigar-se um arcanjo a descer da Luz Eterna
para seguir, passo a passo, um homem deliberadamente egoísta ou preguiçoso? Tudo
exige lógica e bom senso. Não digo que os anjos da guarda não estejam conosco,
mas lembre que o sol está com o verme, amparando-o na furna, a milhões e milhões
de quilômetros, sem que o verme esteja com o sol. Anjo, segundo a acepção justa
do termo, é mensageiro. Ora, há mensageiros de todas as condições e de todas as
procedências.
Anjo da guarda, é uma expressão que define o Espírito celeste
que vigia a criatura em nome de Deus. Em qualquer religião convivem conosco os
Espíritos familiares de nossa vida e de nossa luta. Dos seres mais embrutecidos
aos mais sublimados, temos a corrente de amor, cujos elos podemos simbolizar nas
almas que se querem ou que se afinam umas com as outras, dentro da infinita
gradação do progresso. A família espiritual é uma constelação de Inteligências,
cujos membros estão na Terra e nos céus. Aquele que já pode ver mais um pouco
auxilia a visão daquele que ainda se encontra em luta por desenvencilhar-se da
própria cegueira. Todos nós, por mais baixos nos revelemos na escala da
evolução, possuímos, não longe de nós, alguém que nos ama, a impelir-nos para a
elevação.
Com toda a veneração que lhes devemos, importa reconhecer, nos
Espíritos familiares que nos protegem, grandes e respeitáveis heróis do bem, mas
ainda singularmente distanciados da angelitude eterna. Naturalmente, avançam em
linhas enobrecidas, todavia, ainda sentem inclinações e paixões particulares no
rumo da universalização dos sentimentos, reconhecendo-se, que os gênios
familiares de nossa intimidade para atenderem a esse ou aquele gênero de serviço
precisam, por vezes de apelos à natureza superior."
Bibliografia
1) O Livro dos Espíritos -
Allan Kardec
2) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
3)
Entre a Terra e o Céu - André Luiz/Chico Xavier
Apostila Original: Instituto
de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG
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