7.3.13


Questão 197 do Livro dos Espíritos
    NíVEL DE ADIANTAMENTO DO ESPíRITO
    Uma criança pode ser muito mais adiantada do que um adulto, basta que aquela tenha tido mais experiências nas suas sucessivas reencarnações. O fato de ser criança não quer dizer que é um espírito primitivo. Somente o corpo se encontra pequeno; o espírito pode ser grande na escala espírita. Entretanto, encontramos muitos espíritos vestindo a roupagem de criança, que verdadeiramente o são na ordem evolutiva. Pode se tratar de espírito novo ao qual falta o despertamento espiritual. As suas qualidades dormem e somente o tempo tem o poder de acordá-las.
    Podemos identificar, e isso é fácil, se uma criança tem boas qualidades espirituais, pelo seu comportamento, pela sua inteligência e pelos sentimentos. Ela mostra o que é, e mesmo o que foi no passado. As diversidades de comportamentos nós encontramos em tudo que se move, e todos nós estamos subindo uma grande escada em direção à Luz, sob as bênçãos de Deus. Entre os próprios animais observamos as diferenças, uns mais mansos, outros violentos; nas plantas, umas delicadas, outras selvagens.
    Um espírito que se encontra animando uma criança, em muitos casos, é mais evoluído que seus próprios pais, e isso é freqüente no seio da sociedade humana. Por vezes, são os mesmos ancestrais de volta, com as experiências que granjearam, com novos aprendizados no mundo espiritual, que trazem para novas experiências na carne. A vida é uma constante aprendizagem. Os adultos devem, e é sua obrigação, cuidar das crianças e dos velhos, porque, se a criança é o futuro, como todos afrmam, o velho é a criança do porvir. São mudanças pedidas pelas leis da reencarnação e dos reencontros.
    A luta da Doutrina dos Espíritos é a educação, é transformar o homem velho no homem novo, é fazer acordar os dons de ouro no vaso de barro. Se uma criança é rebelde, devemos estudá-la e procurar aparar as arestas desta alma, que se encontra em um fardo de carne em formação, porque é ensinando que se aprende, é instruindo que se instrui. O que seria dos professores, sem alunos? Como testariam o que aprenderam? Os encontros de pais com filhos, de professores com alunos e de inimigos com inimigos é que enriquecem os celeros dos dons da vida e despertam valores nunca antes sonhados pelos homens. Compete a cada alma, onde estiver, buscar esse entendimento, por ser esse caminho o caminho da Luz, onde encontramos e desfrutamos a felicidade.
    Quem trabalha ajudando as crianças, sempre é instrumento dos benfeitores espirituais encarregados de tal fato, servindo-se de médiuns da educação infantil, desde que o faça com amor. Assim se opera com a velhice, e em tudo que se faz com carinho e caridade, Deus se encontra mais visível para os de boa vontade. O que doamos para as crianças em todas as formas educativas, elas transmitem para as gerações que as sucedem, como os que deram, receberam de outras fontes. Essa é a lei do amor, sustentada pela verdade.
    Tratemos as crianças como se elas fossem anjos, embora nem sempre o sejam, e procuremos dar-lhes o que estiver ao nosso alcance, em educação e amor, que Deus nos abençoará.

Livro: Filosofia Espírita IV - João Nuens Maia - Miramez

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