12.3.13


PARA A “BARCA DE PEDRO” NÃO AFUNDAR DE VEZ...
(Opinião de um leigo juramentado...)

Alguns amigos nos têm escrito solicitando a nossa opinião sobre a renúncia do Papa Bento XVI, que não é mais que o Cardeal Joseph Alois Ratzinger, o nosso irmão Joseph, filho de Maria e Joseph, uma simples dona de casa e um comissário de polícia, que foram pais de três filhos. Abster-me-ei, no entanto, de qualquer análise de sua decisão, mesmo porque acredito que ele tenha sido movido por uma série de fatores, inclusive alguns de foro íntimo, que vieram a favorecê-lo antes de sua desencarnação próxima. Não se trata de vaticínio macabro, pois, afinal, ele já está quase nonagenário.
Porém, de todas as suas estudadas palavras de renúncia que, deste Outro Lado da Vida, repercutiram aos meus ouvidos, permaneceram ecoando àquelas em que ele exorta a Igreja à renovação...
E, nelas refletindo, sem pretensão alguma fui elaborando uma espécie de Decálogo, que, se adotado de imediato, talvez, nos estertores em que se encontra, viesse a dar à Igreja um novo sopro de Vida – uma moratória, digamos assim.
Sem me preocupar com a ordem dos fatores, que, neste caso, também não virão alterar o produto, apresentarei abaixo as tábuas da lei, que, por meu intermédio, talvez uma mão invisível haja grafado a fogo no Sinai de meus delírios moiseicos de além-túmulo.
1º - Acabar com o celibato que está acabando com a Igreja.
2º - Permitir que as mulheres também oficiem a missa – Deus as ouve, principalmente as mães, primeiro que aos homens.
3º - Deixar de opor-se aos avanços da Ciência – de inseminação artificial, com nobilíssimas exceções, padre só entende de criança.
4º - Transformar o Vaticano no que, ao longo do tempo, ele se transformou: museu!
5º - Nas Campanhas de Fraternidade, distribuir os seus bens, móveis e imóveis, com os pobres que não têm dinheiro para lhe pagar batizado, casamento e missa de 7º dia.
6º - Abolir o sacerdócio desmoralizado.
7º - Aceitar a Reencarnação – está cheio de Bispo e Cardeal precisando voltar a ser coroinha.
8º - Abrir mão do poder temporal – deixe isto com os políticos que, por nada entenderem de Céu, quando desencarnam vão quase todos para o Inferno.
9º - De mizifio em diante, dispor-se e tomar a iniciativa do diálogo com todas as crenças religiosas.
10º - Retirar os santos dos altares – inclusive os do pau oco!
Como, porém, não acredito que, em breve espaço de tempo, um só destes mandamentos sejam cumpridos, a considerada “barca de Pedro”, repleta de remendos seculares, continuando a navegar em águas cada vez mais profundas e revoltas, soçobrará!
Queira Deus que isto não aconteça tão depressa quanto se parece anunciar, porque, sinceramente, na atualidade, diante das opções islâmicas e evangélicas (ops!) que nos restam, embora na condição de leigo juramentado, sou obrigado a repetir antigo bordão:
- Ruim com ela, pior sem ela!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 11 de março de 2013.

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