21.1.16

RESPEITO INSTINTIVO

Questão 329 do Livro dos Espíritos

Os homens sempre consagraram respeito aos mortos, tanto que levantam monumentos em sua honra e formulam muitas atividades baseadas em suas lembranças. Isso porque está vibrando em sua consciência conhecimento de que ninguém morre e da lei de reencarnação, por ter passado por muitas e muitas experiências nesse sentido.
Todos têm a pré-ciência de que a vida continua, e nessa certeza instintiva, fazem o que está ao alcance, em favor dos chamados mortos. Pode-se notar isso no "Dia de Finados", quando os pensamentos se voltam para os mortos fazendo orações do modo que suas crenças determinam, e muitas pessoas têm sonhos com os que partiram, pedindo e agradecendo suas manifestações de carinho e de amor.
O campo-santo torna-se o lugar de encontros dos dois planos, onde o choro e os sentimentos de tristeza aflorados e lembranças saturam o ambiente, que não se torna muito fácil para os sensitivos. São cargas pesadas para os ombros dos médiuns. os Espíritos iluminados que ali comparecem é para ajudar os que sofrem nos dois planos, uns abraçados aos outros, em trocas de energias similares que provocam muitos distúrbios psíquicos nos Espíritos envolvidos.
Seria muito bom se todas as religiões e filosofias espiritualistas ensinassem aos seus seguidores que a vida continua depois do túmulo com as mesmas paixões e virtudes, que o maior amparo que podemos oferecer uns aos outros é o da paz interna, é o da oração com a vida reta. Somente palavras vazias, o vento as leva, sem que o alívio apareça para aquele a quem está destinada à prece.
A melhor coisa que existe é cada um, seja em um plano, seja no outro, procurar trabalhar dentro de si nas mudanças necessárias, como ensina Jesus: perdoar todas as ofensas e calúnias, não odiar a ninguém, fecundar as idéias de amor cada vez mais no coração, procurando entender o verdadeiro amor e amar todos e tudo; quando, por acaso, ofender alguém, que busque se desculpar e não cometer mais esse ato; mudar todos os dias a tristeza, em alegria que eleva; desconhecer a maldade e abraçar a justiça. Nesse caminho as nossas limitações, que se iluminam com Jesus, irão sendo superadas passo a passo, de modo que descobrimos o céu em nós, a brilhar, como sendo o Cristo no coração.
Devemos considerar de algum proveito o "Dia dos Mortos" para aqueles que ainda são cegos às verdadeiras necessidades das almas que já partiram, no entanto, aquele que conhece um pouco dos ensinamentos de Jesus já o vê de forma ampliada; ama em Espírito e verdade, lembrando-se de Jesus, quando Ele disse: "Deixai aos mortos o cuidado de enterrar os mortos”. Quem se encontra vivo, que procure os vivos, amando-os em Espírito e verdade.
Conciliemos as verdades de Jesus com as que apresenta a Doutrina dos Espíritos e veremos como elas se afinam na mesma conjuntura de vida, passemos a ajudar aos cegos quando eles se dispõem a serem ajudados. Não pode haver violência em consciência alguma. A maturidade é o ponto de início para novas revelações da vida espiritual.
Tudo que é forçado desarmoniza e pode retardar os sentimentos em ascensão. Compete a cada um observar a aceitação do companheiro e respeitar sua posição ante a sua consciência. Deus sabe a hora das mudanças individuais e coletivas, e como usar seus filhos maiores para instruir e educar os que se encontram na retaguarda.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia - Miramez

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