Questão
329 do Livro dos Espíritos
Os
homens sempre consagraram respeito aos mortos, tanto que levantam monumentos em
sua honra e formulam muitas atividades baseadas em suas lembranças. Isso
porque está vibrando em sua consciência conhecimento de que ninguém morre e da
lei de reencarnação, por ter passado por muitas e muitas experiências nesse
sentido.
Todos
têm a pré-ciência de que a vida continua, e nessa certeza instintiva, fazem o
que está ao alcance, em favor dos chamados mortos. Pode-se notar isso no
"Dia de Finados", quando os pensamentos se voltam para os mortos
fazendo orações do modo que suas crenças determinam, e muitas pessoas têm
sonhos com os que partiram, pedindo e agradecendo suas manifestações de carinho
e de amor.
O
campo-santo torna-se o lugar de encontros dos dois planos, onde o choro e os
sentimentos de tristeza aflorados e lembranças saturam o ambiente, que não se
torna muito fácil para os sensitivos. São cargas pesadas para os ombros dos
médiuns. os Espíritos iluminados que ali comparecem é para ajudar os que sofrem
nos dois planos, uns abraçados aos outros, em trocas de energias similares que
provocam muitos distúrbios psíquicos nos Espíritos envolvidos.
Seria
muito bom se todas as religiões e filosofias espiritualistas ensinassem aos
seus seguidores que a vida continua depois do túmulo com as mesmas paixões e
virtudes, que o maior amparo que podemos oferecer uns aos outros é o da paz
interna, é o da oração com a vida reta. Somente palavras vazias, o vento as leva,
sem que o alívio apareça para aquele a quem está destinada à prece.
A
melhor coisa que existe é cada um, seja em um plano, seja no outro, procurar
trabalhar dentro de si nas mudanças necessárias, como ensina Jesus: perdoar
todas as ofensas e calúnias, não odiar a ninguém, fecundar as idéias de amor
cada vez mais no coração, procurando entender o verdadeiro amor e amar todos e
tudo; quando, por acaso, ofender alguém, que busque se desculpar e não cometer
mais esse ato; mudar todos os dias a tristeza, em alegria que eleva;
desconhecer a maldade e abraçar a justiça. Nesse caminho as nossas limitações,
que se iluminam com Jesus, irão sendo superadas passo a passo, de modo que
descobrimos o céu em nós, a brilhar, como sendo o Cristo no coração.
Devemos
considerar de algum proveito o "Dia dos Mortos" para aqueles que
ainda são cegos às verdadeiras necessidades das almas que já partiram, no
entanto, aquele que conhece um pouco dos ensinamentos de Jesus já o vê de forma
ampliada; ama em Espírito e verdade, lembrando-se de Jesus, quando Ele disse:
"Deixai aos mortos o cuidado de enterrar os mortos”. Quem se encontra
vivo, que procure os vivos, amando-os em Espírito e verdade.
Conciliemos
as verdades de Jesus com as que apresenta a Doutrina dos Espíritos e veremos como
elas se afinam na mesma conjuntura de vida, passemos a ajudar aos cegos quando
eles se dispõem a serem ajudados. Não pode haver violência em consciência alguma. A
maturidade é o ponto de início para novas revelações da vida espiritual.
Tudo
que é forçado desarmoniza e pode retardar os sentimentos em ascensão. Compete a
cada um observar a aceitação do companheiro e respeitar sua posição ante a sua
consciência. Deus sabe a hora das mudanças individuais e coletivas, e como usar
seus filhos maiores para instruir e educar os que se encontram na retaguarda.
Livro:
Filosofia Espírita – João Nunes Maia - Miramez
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