11.1.16

A Experiência com Deus

Não me contenho em dizer, sempre e cada vez mais, que a vida deve ser vivida com grande alegria.  Não há motivo, por maiores que sejam os dissabores, as dificuldades, os atropelos, para baixarmos a guarda e traduzirmos tudo isso em pessimismo.
Não devemos, é claro, sairmos da realidade, ignorarmos que ela existe, mas também é imprescindível que mantenhamos a confiança no Pai. Ele tudo vê. Ele tudo sabe. Ele tudo supervisiona. Portanto, Ele sabe o que seja melhor para cada um de seus filhos e haverá de prover a todas as nossas necessidades.
Fico pensando como seria se tirássemos de nós a alegria de viver, se não possuíssemos, naturalmente, a vontade de viver em harmonia com o Pai. Que tristeza seria esta. Há pessoas ainda que acreditam que tudo isto é balela, que Deus não existe, que não se precisa de um criador para justificar tudo isto que está aí. É pena imaginar que tudo isso tenha nascido do nada, criou-se do nem sei quem. Respeito tal posição, mas para mim é inconcebível.
A experiência com Deus nos traz alegria enorme, verdadeiramente indefinível. Quem já teve uma experiência com o divino sabe perfeitamente o que eu digo. É indescritível. Enche-nos profundamente a alma de uma satisfação, de uma completude, de uma harmonia que percebemos imediatamente que aquilo não é humano, transcende a tudo que tenhamos sentido como material, ou mesmo espiritual. A experiência com Deus é renovadora, é contagiante, é revigoradora. E é extremamente pessoal.
Os ateístas dificilmente terão uma experiência divinal, a menos que se permita adentrar no imaginável mundo do Criador. Quando isto acontece, há um movimento interior que nos leva às alturas, repito, inexplicável.
Portanto, é difícil passar por esta experiência sem uma autopermissão. Não serei eu, nem ninguém, que vai poder propiciar tal fato.
Mesmo assim, o Criador não abandona a nenhum de seus filhos simplesmente porque ele O ignora. Ele está acima de tudo isso, não liga para as desobediências de seus filhos queridos.
Sei que há muitas formas de compreender a Deus, isto tudo é muito particular, mas cremos que a maioria delas seja salutar. O homem prossegue na sua existência a descobrir cada vez mais o significado de Deus. O Deus das religiões é um, mas o Deus verdadeiro é outro diferente. Não confundamos, portanto, aquilo que se prega, com aquilo que realmente é.
Compreendam que é a falha humana em tentar mostrar algo que seja indefinível. Usa-se figura de linguagem, raciocínios muitas vezes tortos, ideias fantasiosas. Não se deve, assim, confundir tais descrições com o Deus real.
Quando as crianças, dizia Paulo, age-se igualmente como elas percebem as coisas. Depois que abandonamos as coisas de criança, quando apreendemos o mundo com olhos de adulto, então compreendemos mais determinadas coisas, ampliamos o nosso entendimento, isto é, quanto mais amadurecemos espiritualmente melhor compreendemos a Deus.
O fato é que Ele abriga um espaço completo no coração e na mente daquele que O aceita e O compreende. A vida torna-se melhor e inunda dentro de nós grande alegria de viver, porque vivemos em consonância com o Pai maior e aí tudo passa a fazer sentido.
Isto é Deus.
Pelo menos no nosso raquítico entendimento.
Paz,

Helder Câmara – Blog Novas Utopias

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