Aqueles
que pensam que morri e que, consequentemente, deixei de existir, tenho muito a
dizê-los.
Sei
que deixei muitos amigos e que ainda hoje zelam pela minha memória. Sei também
que muitos rejeitam estas palavras e têm lá as suas razões para desacreditar,
afinal, não ficávamos por aí a consultar os mortos, mas há um momento em nossas
vidas que precisamos dar um passo a mais.
Este
passo que proponho tem a direção da busca espiritual. Esta busca que é
constante em cada um de nós deve se dirigir àquilo que tanto ansiamos quando
estamos no corpo físico, que é a consciência plena de jamais deixar de existir.
Sei
que a nossa querida Igreja Católica rejeita oficialmente tais atos de contatos
com os “mortos”, mas as evidências chegam de todos os lugares que exatamente
não morremos, nos transformamos, nos ressignificamos, como se diz atualmente.
Esta
experiência pós-morte deve ser mais vivenciada nos nossos ambientes católicos,
haja vista que os primeiros cristãos possuíam uma relação mais íntima com o
espiritual do que nós.
Os
nossos queridos irmãos carismáticos exercem, de certo modo, esta permissão
espiritual, porém existe bem mais a se conquistar e estamos perdendo demasiado
tempo em não aceitarmos a possibilidade das comunicações espirituais.
Em
boa parte isto ocorre por puro preconceito. Achamos que é coisa do diabo, que a
Bíblia condena a evocação dos mortos, que tudo isso é charlatanice, uma
heresia.
Pode
ser e é fato que existem muitos equívocos nestas manifestações, mas o discípulo
João nos aconselhou em ouvir a todos eles e checar os que chegam por ordem de
Deus.
Ele
admite, portanto, as comunicações espirituais, mas pede-nos, em função da
circunstância e do conteúdo, que nos deixemos levar por aqueles cujos conteúdos
são provenientes de uma esfera maior.
Este
preconceito tem-nos deixado para trás em muitas conclusões que poderíamos
chegar. Não nos permite retirar o véu da ignorância de muitos dos católicos.
Impede-nos de progredir em
direção a Deus de maneira mais rápida.
Há
um cuidado absolutamente compreensível de que esta permissão, sem controles,
iria se disseminar numa proporção inimaginável e rapidamente denegrir a Igreja
Católica. Tais preocupações são fundamentadas, mas, por outro lado, ficar
parado no tempo não é justificativa para aplacar este medo.
Sei
de tudo isso e compreendo a ponderação, no entanto, meus irmãos, os tempos são
outros, a urgência do momento nos exige dar este passo a mais.
As
tentativas que fazemos das comunicações espirituais, na maioria das vezes, são
infrutíferas, porque são facilmente rejeitadas. Um ou outro atribui ao Espírito
Santo estas inspirações, o que é algum avanço, mas continuam em calar as nossas
vozes.
O
remédio que se tem no lado de cá da vida é usar os canais mediúnicos dos nossos
irmãos simpatizantes desta boa causa, normalmente ligados de alguma forma ao
pensamento católico.
Eles
são muito respeitáveis conosco, mas igualmente vigiados pelos seus que também
nutrem o perigo de uma “contaminação” de conteúdos.
É
esta a realidade que vivemos em pleno século 21. A noite escura da Idade
Média, depois de tanto tempo, ainda paira sobre as nossas cabeças e, assim, nos
amordaçam, nos ignoram, nos desprezam.
Alguns
dos nossos que querem ir adiante sentem o receio de serem mal interpretados e
para não ficarem no ridículo se recolhem nas suas iniciativas de contato com o
chamado além. Não sabem eles que círculos restritos de padres fazem este
contato quase que diariamente, mas se revestem de imenso segredo e discrição.
Colhem conhecimentos, mas os guardam a sete chaves.
Continuaremos
nesta trincheira de lutas, pois contra a verdade não haverá represa que a
sustente. Como bem disse o Nosso Senhor Jesus Cristo que ao conhecermos a
verdade ela nos libertaria, então quando nos permitirmos abrir, finalmente, as
portas dos céus é que encontraremos a verdadeira liberdade.
Helder
Câmara – Blog Dom da Paz
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