6.12.15

Um Passo a Mais

Aqueles que pensam que morri e que, consequentemente, deixei de existir, tenho muito a dizê-los.
Sei que deixei muitos amigos e que ainda hoje zelam pela minha memória. Sei também que muitos rejeitam estas palavras e têm lá as suas razões para desacreditar, afinal, não ficávamos por aí a consultar os mortos, mas há um momento em nossas vidas que precisamos dar um passo a mais.
Este passo que proponho tem a direção da busca espiritual. Esta busca que é constante em cada um de nós deve se dirigir àquilo que tanto ansiamos quando estamos no corpo físico, que é a consciência plena de jamais deixar de existir.
Sei que a nossa querida Igreja Católica rejeita oficialmente tais atos de contatos com os “mortos”, mas as evidências chegam de todos os lugares que exatamente não morremos, nos transformamos, nos ressignificamos, como se diz atualmente.
Esta experiência pós-morte deve ser mais vivenciada nos nossos ambientes católicos, haja vista que os primeiros cristãos possuíam uma relação mais íntima com o espiritual do que nós.
Os nossos queridos irmãos carismáticos exercem, de certo modo, esta permissão espiritual, porém existe bem mais a se conquistar e estamos perdendo demasiado tempo em não aceitarmos a possibilidade das comunicações espirituais.
Em boa parte isto ocorre por puro preconceito. Achamos que é coisa do diabo, que a Bíblia condena a evocação dos mortos, que tudo isso é charlatanice, uma heresia.
Pode ser e é fato que existem muitos equívocos nestas manifestações, mas o discípulo João nos aconselhou em ouvir a todos eles e checar os que chegam por ordem de Deus.
Ele admite, portanto, as comunicações espirituais, mas pede-nos, em função da circunstância e do conteúdo, que nos deixemos levar por aqueles cujos conteúdos são provenientes de uma esfera maior.
Este preconceito tem-nos deixado para trás em muitas conclusões que poderíamos chegar. Não nos permite retirar o véu da ignorância de muitos dos católicos. Impede-nos de progredir em direção a Deus de maneira mais rápida.
Há um cuidado absolutamente compreensível de que esta permissão, sem controles, iria se disseminar numa proporção inimaginável e rapidamente denegrir a Igreja Católica. Tais preocupações são fundamentadas, mas, por outro lado, ficar parado no tempo não é justificativa para aplacar este medo.
Sei de tudo isso e compreendo a ponderação, no entanto, meus irmãos, os tempos são outros, a urgência do momento nos exige dar este passo a mais.
As tentativas que fazemos das comunicações espirituais, na maioria das vezes, são infrutíferas, porque são facilmente rejeitadas. Um ou outro atribui ao Espírito Santo estas inspirações, o que é algum avanço, mas continuam em calar as nossas vozes.
O remédio que se tem no lado de cá da vida é usar os canais mediúnicos dos nossos irmãos simpatizantes desta boa causa, normalmente ligados de alguma forma ao pensamento católico.
Eles são muito respeitáveis conosco, mas igualmente vigiados pelos seus que também nutrem o perigo de uma “contaminação” de conteúdos.
É esta a realidade que vivemos em pleno século 21. A noite escura da Idade Média, depois de tanto tempo, ainda paira sobre as nossas cabeças e, assim, nos amordaçam, nos ignoram, nos desprezam.
Alguns dos nossos que querem ir adiante sentem o receio de serem mal interpretados e para não ficarem no ridículo se recolhem nas suas iniciativas de contato com o chamado além. Não sabem eles que círculos restritos de padres fazem este contato quase que diariamente, mas se revestem de imenso segredo e discrição. Colhem conhecimentos, mas os guardam a sete chaves.
Continuaremos nesta trincheira de lutas, pois contra a verdade não haverá represa que a sustente. Como bem disse o Nosso Senhor Jesus Cristo que ao conhecermos a verdade ela nos libertaria, então quando nos permitirmos abrir, finalmente, as portas dos céus é que encontraremos a verdadeira liberdade.

Helder Câmara – Blog Dom da Paz

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