Questão
325 do Livro dos Espíritos
Os
Espíritos elevados são despojados de todo tipo de apego, que constitui
limitação moral da alma.
Muitos
e muitos Espíritos encarnados, quando percebem a aproximação da desencarnação,
desejam que seus corpos sejam enterrados em tal ou qual lugar, principalmente
onde nasceram. Isso caracteriza a condição espiritual de quem se aproxima do
túmulo. O corpo é corpo e não retém o Espírito junto a si. Depois que esse
deixa a veste física, ele volta para o meio de onde veio, a mãe natureza, e vai
servir em outras áreas como manda o progresso.
Quanto
a reunir todos os restos mortais de uma família em determinado lugar, é
inspiração do amor limitado dos que lhes foram entes queridos. Convém notar que
esse gesto não interfere na evolução do Espírito imortal. São laços que estão
ligados aos velhos costumes, que é preciso sejam desatados por novas
filosofias. A verdade, disse Jesus, liberta. Devemos todos conhecê-la, para nos
tornarmos livres.
O
Espírito elevado sabe que os Espíritos que lhe foram antepassados não estão
ligados aos restos mortais nem moram em cemitérios. Para que inspirar os
encarnados para ajuntarem os ossos de todos os familiares que passaram para o
mundo dos Espíritos? Trasladar simplesmente ossos de um lugar para outro nada
significa para o sossego dos Espíritos que foram ocupantes daqueles corpos, que
necessitam, acima de tudo, de harmonia espiritual.
Pela
lei da reencarnação, sabemos que um Espírito já usou muitos corpos. Certamente
que, se esse fosse o caminho para a sua felicidade, justo seria reunir todos
eles em um só lugar.
O
Espiritismo, codificado por Allan Kardec, veio para ajudar os homens e os
próprios Espíritos desencarnados na educação espiritual. As suas mensagens,
quando inspiradas no Cristo, despertam a alma para a luz de todos os
entendimentos, de maneira que encontramos o que procuramos dentro de nós. Jesus
já falava que o céu está dentro de nós.
Verdadeiramente,
a nossa felicidade é interna, porque é no mundo íntimo que construímos a nossa
paz eterna, aquela onde não falta o trabalho com amor. Os nossos sentimentos,
para que sejam nobres, na nobreza do amor, haverão de ter analogia com os
sentimentos do Mestre Jesus, e a similitude com o Evangelho. Dessa maneira, o
Espírito começa a mostrar a sua liberdade sem negar e esquecer seus deveres
para com a sua própria consciência.
Quando
falamos que o Espírito não sente felicidade quando os encarnados fazem tudo
para ajuntar os restos mortais, tratamos de Espíritos elevados, que não
atribuem importância maior ao fato, pois o seu amor é universal. Somos filhos
do mesmo Deus e irmãos uns dos outros, na plenitude do amor.
Aqueles
que vivem de recordações ficam paralisados no tempo e no espaço. A canção que
diz que “recordar é viver” não esclarece que depende do que recordarmos. Recordar
as idéias luminosas dos grandes astros que passaram pela Terra nos faz bem,
assim como se copiamos seus grandes feitos. Não podemos ignorar que o apego aos
bens materiais e aos restos mortais de parentes e amigos é inferioridade moral.
Livremo-nos disso o quanto antes, para que possamos subir mais um degrau na
escala espiritual e ter olhos para ver e sentir as leis que dirigem e orientam
todos.
Repetir
Jesus é muito bom para nós. Vejamos o que Ele nos disse, com toda a propriedade
moral: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Toda a
lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos (Mateus, 22 a 40). O resto vem por
acréscimo de misericórdia.
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