15.12.15

EM TORNO DA PALAVRA

(Recordando instruções de Irmão José)

Mesmo que a razão esteja do teu lado, atente para a maneira com que possas estar expondo os teus argumentos.
Nunca fales de cima para baixo.
O Cristo, em muitas de suas prédicas, assentava-se com o povo.
Não existe nada que te autorize, nem mesmo a Verdade, a humilhar, pela palavra ou pela ação, seja a quem for.
Esmera-te em ganhar almas pela tua capacidade de compreendê-las, e não em perdê-las pela tua intolerância.
Procura fornecer a quem te escuta um suprimento de esperança.
A vergasta verbal costuma fazer mais estragos que a chibata nos ombros.
Metade das palavras que os homens dizem aos homens poderia ficar sem serem ditas e não faria diferença alguma.
A outra metade que, por certo, é necessário dizer, deveria passar por um processo de filtragem, que lhe eliminasse o excesso de personalismo.
O timbre de tua voz, mais que a tua erudição, é que fornece, a quem te ouça, notícias seguras a respeito de tua real sabedoria.
Caras belas no púlpito podem se traduzir por horríveis carantonhas sonoras.
Esmera-te tu mesmo a escutar o que dizes.
Como te soam aos ouvidos as tuas próprias palavras?!
Existem palavras que transudam melifluidades, e segundas e terceiras intenções, e até, por vezes, quartas e quintas...
Sussurros interesseiros.
Pronúncias tendenciosas.
Tons sibilinos.
Palavras perfumadas artificialmente.
Envergando talhados smokings gramaticais.
Palavras vazias de alma e vida.
“Sepulcros caiados por fora e cheios de podridão por dentro...”
A muita gente, melhor seria não dizer o que diz da maneira com que diz – a carma da mudez, nem sempre, é o carma de quem se matou, mas, sim o carma de quem matou pela palavra.
Cuidado!
O verbo é força criadora por excelência.
Assim, o que estarás criando nas palavras aos outros?!
Não escravizes mentes e corações – liberte-os!
Seja o teu falar sim, sim; não, não...  Mas, ao dizer não, nunca o digas entre sorrisos de sarcasmo, e, ao dizer sim, nunca o digas com exibição de generosidade.
Aprimora o teu espírito e a tua voz há de soar com convicção aos ouvidos alheios.
Assim como existem almas que não correspondem ao corpo que ocupam, há palavras que, por sua sonoridade, traem a si mesmas.
Coloca amor nas tuas palavras e terás um jardim em tua boca.
INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 14 de dezembro de 2015 – Blog Mediunidade na Internet

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