“1. Apertado pela multidão
que ouvia a palavra de Deus, estava Jesus em pé junto ao lago de
Genesaré,
2. e viu dois barcos junto à terra; mas os pescadores haviam desembarcado e
lavavam as redes.
3. Entrando em um dos barcos, que era de Simão, pediu-lhe que o afastasse um
pouco da terra; e sentando-se no barco, dali ensinava à multidão.” (Luc.
5:1a3)
Após tê-Lo ouvido várias
vezes nas sinagogas, aos sábados, a multidão se habituara à Sua palavra "cheia
de amor". E onde quer que O visse, cercava-O para avidamente beber seus
ensinamentos. Assim ocorreu que, ao caminhar pela praia do Lago de Genesaré, foi
descoberto pelo povo, que imediatamente O envolveu, comprimindo-O. Jesus
observou dois barcos que haviam chegado à praia, cujos pescadores lavavam as
redes. Pediu a Simão que O recebesse em seu barco e o afastasse um pouco da
terra, e assim falou ao povo.
Lição
preciosa. Quando uma criatura começa a "ter fama", geralmente é muito procurada,
porque todos querem "ouvir", embora ainda não pratiquem o que ouvem. Quando,
pois, acossados pela "multidão", devem eles saber manter a distância, não
deixando de ensinar, mas também não permitindo que um contato demasiado estreito
se estabeleça.
Jesus
sai da terra (do físico) passando à barca de Pedro (intelecto), sobre as águas
(interpretação pelo espírito e não pela letra). Foge assim às sensações e
emoções, ensinando segundo o raciocínio e a razão, falando à mente e ao
espírito.
Todas
as vezes que a multidão de sensações (curiosidade) e de emoções (admiração e
pasmo) nos quiserem apertar para buscarmos o conhecimento espiritual, sensitivo
ou emotivo, devemos saber subir à barca de Pedro e afastar-nos da terra, para
estudar apenas com o intuito de compreender, e não de satisfazer à nossa parte
inferior. Nada de admitir a curiosidade e a emoção em nosso aprendizado:
compreender, sim, para PRATICAR; e não apenas ouvir para satisfação de nossa
vaidade.
Livro: Sabedoria do
Evangelho – Carlos Torres Pastorino.
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