11.1.18

VISÃO DO SONÂMBULO

Questão 429 do Livro dos Espíritos

Sendo o sonâmbulo um Espírito mais livre do impedimento da matéria, ele vê com maior amplidão o que deseja observar. A matéria deixa de ser obstáculo para o Espírito e ele atravessa corpos compactos com a mesma facilidade que viaja onde não existem formas físicas.
Já falamos bastante sobre esse assunto, mas a verdade nos fascina, pedindo que se converse muito mais para que a luz se faça por meio da escrita. Os livros vêm nos ajudar no alcance de muitos entendimentos, e dessa forma começa a surgir em nossos caminhos a libertação. O médium em estado de sonambulismo vê por qualquer parte do corpo, porque não são os seus Órgãos físicos que observam; é o Espírito que vê e ele tem muitas qualidades que o ser humano ainda desconhece.
A alma é um deus em miniatura, com poderes que somente o Criador suplanta. Nunca chegaremos a nos igualar a Deus, nosso Pai, mas, somos Seus filhos com direito a heranças sublimadas, na pauta do Seu domínio universal. Jesus Cristo veio nos mostrar, pelos Seus feitos, o que pode um Espírito realizar. Tudo depende da maturidade espiritual de cada um; no entanto, o tempo espera os nossos esforços para que possa despertar nossos valores espirituais que dormem no centro da consciência.
O Espírito, na função do sonambulismo, vê com mais frequência fora do corpo que possui, mas, vê igualmente dominando esse corpo. Também depende do estado de transe em que entra e que, sem dúvida, tem uma escala enorme. Como todas as faculdades espirituais, a visão não desabrocha de uma só vez. É como a flor e o fruto que têm uma sequência de abrir e de maturidade. Nada no mundo, nem nas criaturas, se faz de uma vez. Na própria criação do mundo, não podemos tomar ao pé da letra o “faça-se a luz”. Não foi assim. Um mundo, para que atinja sua maturidade, leva bilhões de anos; assim o Espírito, assim seus dons espirituais.
Para que cheguemos ao domínio das nossas faculdades de modo a curar os enfermos, levantar os caídos e dar luz aos cegos, dependemos de certa maturidade e ainda das bênçãos do Mestre. Para amar, sendo o amor a base da vida, é necessário conhecer, e ninguém conhece verdadeiramente sem amar. A teoria se encontra ligada à prática, e essa precisa da teoria para se completar. Convém a todos os seres se lembrarem de onde vieram e para onde vão, não se esquecendo de orar com gratidão a Deus pelo que recebem todos os dias, e agradecendo a Jesus pelo Seu carinho para com todos nós.
Não devemos nos impressionar com sonambulismo, se mostramos as potencialidades deste dom; o melhor dom de todos eles é aquele que foi mostrado por Jesus; o dom de amar a todos e a tudo, sem exigência alguma. É fazer a caridade sem especulação e perdoar sem buscar atender o interesse. Devemos saber todas as coisas, porém, firmamo-nos mais acentuadamente na conduta do Cristo, que mesmo desaparecendo da vista material dos homens não deixa de voltar quantas vezes forem necessárias, e ainda permanecer com a humanidade de mil modos, provando assim Seu amor para com todos nós, cumprindo ainda a sua promessa de que enviaria outro Consolador, para ficar eternamente conosco. É o Seu Evangelho vivo que está sendo recordado em todas as suas minudências, pela Doutrina dos Espíritos, como luz de Deus a iluminar todos os nossos sentidos.


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