O Druidismo no período céltico, de uma
certa maneira, pode ser considerado uma casta dedicada às ciências antigas
concomitantemente também uma forma, por assim dizer, mais refinada de uma
religião básica; não que houvesse discrepâncias entre as formas seguidas pelo
povo em geral, a Wicca, e pelos Druidas. De uma certa forma podemos dizer que a
Wicca representava o lado exotérico; enquanto que o Druidismo, o lado
esotérico.
A Wicca era de uso comum, todos dela
participavam, muitas pessoas a praticavam a modos próprios e, assim sendo,
havia muitas variações não só no que dizem respeito aos rituais, mas também
quanto às finalidades. Os rituais tinham por objetivo a canalização de forças
da natureza, mas, como diz a expressão rosa-cruz "a lei sempre cumpre",
então o resultado deles podia ser de natureza negativa ou positiva. Sendo
forças elas direcionadas visando os mais diversos fins, quer estes fossem
negativos ou positivos, isto dependia do tipo de ritual e das intenções das
pessoas que deles participavam.
Pelo que dissemos, é fácil se entender o
porquê dos padres da Igreja Católica terem tido material suficiente para
acusarem religião céltica de pagãs e para colocar os sacerdotes celtas,
especialmente as sacerdotisas, nos bancos de réu da inquisição e cujos
veredictos sempre eram a condenação à morte na fogueira. Mas temos que
entender, se houveram desmandos nem por isto honestamente podia-se dizer que a
base da Wicca era negativa por ser ela também praticada de uma forma negativa.
Isto não queria dizer que ela fosse essencialmente negativa. Tudo tem duas
faces, há sempre o lado oposto das coisas; portanto condenar sistematicamente a
Wicca é o mesmo que se condenar o catolicismo por existir o oposto da missa
praticado pelos satanistas e denominado de missa negra; assim como não se pode
condenar o espiritismo por existirem invocações satânicas em determinados
ritos. Isto tudo é uma decorrência da duplicidade, da polaridade das coisas.
Quanto mais liberal, quanto menos controle centralizado existir sobre uma
religião, tanto mais subdivisões ela terá. Vão se formando múltiplas seitas com
os mais diferentes objetivos, muitas vezes diferindo uma das outras apenas por
uma singela interpretação de um versículo bíblico. Isto podemos ver na
atualidade no que diz respeito ao Protestantismo cujo número de cultos e
denominações específicas perfaz um elevado número. O mesmo acontece com relação
ao Espiritismo, todo dia surgem seitas espíritas diferentes.
Enquanto isso, o mesmo não acontece com
tanto facilidade no Catolicismo, ele quase não se divide, exatamente por
existir uma centralização em Roma, por haver um controle central sobre as
atividades pastorais, sobre as divulgações em matéria de fé, e sobre a
liturgia.
Como na civilização Céltica não havia
qualquer tipo de um controle central, conseqüentemente a Wicca era praticada
livremente, não existia uma direção centralizada, uma administração
controladora; podendo cada pessoa praticá-la a seu próprio modo, segundo sua
maneira pessoal e esta nem sempre tinha um objetivo positivo.
Os celtas conheciam bem os princípios
ligados não apenas à energia sutil, mas também à energia dos cristais, às
correntes de energia telúricas e a outras formas de energia. Assim sendo os
rituais da Wicca revestiam-se de manifestações de grandes poderes daí haver uma
ambigüidade perigosa nos ritos praticados, pois a energia é a mesma quer seja
direcionada negativa, quer positivamente como é o certo.
Continua
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