9.1.18

Escolha Sensata

Não tendeis a imaginar que tudo está perdido na política brasileira. Apesar de todos os queixumes da imensa maioria da população acerca da classe política, digo-vos que tudo tem a sua razão de ser e, por mais que pareça uma contradição, tudo está exatamente do jeito que deveria para o pleno funcionamento das coisas.
Sei que viveremos este ano um período eleitoral de grandes e graves proporções para a história nacional. Depois de toda a confusão reinante pelo afastamento da presidência da República dos que se elegeram e a posterior nomeação do vice-presidente, muito tivemos de desventuras, de choques, de conflitos, típicos de uma ordem institucional frágil e sem respeito, muitas vezes, aos preceitos constitucionais.
Ademais, o que ocorre, é um ajustamento de conduta. Se no passado houve uma força que imperasse sobre as demais, neste momento decisivo da República, teremos o embate, não de ideias, infelizmente, mas de personalidades que se apresentarão, na sua maioria, para serem os redentores da nação.
Causa-me espanto saber que uma parcela da população ainda acredita em salvadores da pátria, ou ao menos deseja por eles, numa alusão clara à dependência de uma política personalista e,  algumas vezes, autoritária.
É o retrato do abandono, que gera a descrença, o afastamento do interesse público e a busca incessante por um lugar ao sol – tão-somente. O que se deseja, este povo oprimido e sofredor, é um alívio às suas dores cotidianas, ter alguém que garanta o seu sustendo livre e certo e não a instabilidade e a crise reinantes.
Aos que prometerem e convencerem de que são os mais gabaritados a proporcionar esta estabilidade política e econômica, certamente terão o aval maior do eleitorado. O que resta saber é se, de fato, o eleito será confiável. Sim, porque as promessas no Brasil parecem que são feitas exatamente para serem descumpridas, jogadas ao léu, então, em quem confiar?
O que busco nestas reflexões é encorajar ao povo a escolher bem. A ver que mais seja coerente entre o que fala e o que pratica. A observar quais são as propostas mais consistentes de se apostar as fichas da confiança. A manusear os compromissos como sendo uma carta de intenções pra valer e não simplesmente documentos de marketing.
A política brasileira terá espaço para renovação, que não seja, porém, uma qualquer, uma aventura irresponsável, mas uma ideia consistente e permanente.
Ao discurso, cobre ação.
À promessa, exija cumprimento.
À postura, espere integridade.
Tudo no País está por fazer e a política é, sem dúvida, um dos maiores sustentáculos para a renovação social.

Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

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