PERGUNTA: - Em um dos capítulos anteriores
fizestes referências ao "Espírito do Esperanto", que deveria atingir
uma unidade coesa e indestrutível. Podeis nos esclarecer melhor esse assunto?
RAMATIS: - Referimo-nos à essência íntima
do Esperanto, ou ao seu fator intrínseco, que é consequência de ação diretora
espiritual que o vem disciplinando desde longo tempo. Na concretização do
Esperanto interferiram numerosas almas desencarnadas, que vêm operando na sua
intimidade sob um plano metódico e harmônico, para proporcionar à Terra um
idioma internacional lógico e definitivo. Houve, pois, uma verdadeira
"liga espiritual", que lhe deu unidade e direção evolutiva, assim
como a coesão molecular do vosso corpo físico depende da direção do vosso
espírito. Sob essa equipe espiritual permanece uma vontade, ou um
"pensamento diretor", que coordena o objetivo verbal fraternista do
Esperanto no seio da própria Mente Divina, em face de sua importância como
mensagem de entendimento internacional entre os terrícolas. Sendo superior a
qualquer outro idioma terreno, existe em sua intimidade verbalística um "fundamento
psíquico", que coordena a sua harmonia central e a sua armadura interior,
como se fosse vigorosas colunas de aço a sustentarem os mais variados
fragmentos de estilos arquitetônicos. Há no idioma Esperanto uma qualidade de
natureza eletiva, à semelhança do que acontece com a Homeopatia quando certos
enfermos se revelam acentuadamente eletivos para as suas doses infinitesimais e
curam-se imediatamente. Essa disposição de eletividade esperantista faz com que
os seus cultores e intérpretes sejam aqueles que se elegem para o cultivo da
língua, procurando-a mais como um efeito de simpatia psíquica e necessidade
decorrente de sua própria evolução espiritual. Em verdade, os homens se devotam
ao generoso idioma fraterno e internacional justamente porque já apresentam
algumas credenciais, que os afinizam com o seu "espírito"
de superioridade verbal
destinado à confraternização entre todos os povos. Assim como a sensibilidade
musical dos ouvintes aprimorados os conduz a cultuarem a linguagem sonora e
elevada dos grandes compositores, a qualidade espiritual do Esperanto também
exige que os seus cultores já tenham eliminado da alma a crueza e o egoísmo,
que os impediam do congraçamento fraterno entre todos os seres.
PERGUNTA: - Quereis dizer que nem todos os
indivíduos estão propensos a cultivar o Esperanto, devido à falta dessa
importante "eletividade espiritual" para com o idioma; não é assim?
RAMATIS: - Dever-se-á considerar isso como
um importante fator psicológico, pois é evidente que o homem cruel, o fanático
e o egoísta não se afiniza ao jugo fraterno do Esperanto, que é um veículo de
relações internacionais e não exclusivo de pátrias ou de povos isolados. Os
homens sem vocação para a solidariedade e confraternização entre as raças e os
povos, que permanecem apegados aos extremismos nacionalistas, não quererão
perder o seu tempo no cultivo de uma língua neutra e internacional. O
Esperanto, como idioma que prima só pelo essencial e pelo mais simples, pode
ser falado lógica e claramente tanto nos templos suntuosos da religiosidade
nababesca como nos mais humildes labores espiritualistas; o seu linguajar pode
ser usado, facilmente, tanto entre os nababos como na choupana
do sertanejo pobre. Garantido
pelo elo psíquico da supervisão espiritual do Alto, não se abastarda quando
falado nas taperas, nem se torna empolado nos lábios dos cultos e dos
poderosos; basta uma índole fraternista, para que logo se torne útil e valioso
entre os homens de ânimo cordial, pois guarda a sua intimidade algo de parecido
com a unidade milenária do Evangelho de Jesus.
Livro: Sobrevivência do
Espírirto - Hercílio Maes - Ramatis
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