21.12.17

O espírito do Esperanto

    PERGUNTA: - Em um dos capítulos anteriores fizestes referências ao "Espírito do Esperanto", que deveria atingir uma unidade coesa e indestrutível. Podeis nos esclarecer melhor esse assunto?
    RAMATIS: - Referimo-nos à essência íntima do Esperanto, ou ao seu fator intrínseco, que é consequência de ação diretora espiritual que o vem disciplinando desde longo tempo. Na concretização do Esperanto interferiram numerosas almas desencarnadas, que vêm operando na sua intimidade sob um plano metódico e harmônico, para proporcionar à Terra um idioma internacional lógico e definitivo. Houve, pois, uma verdadeira "liga espiritual", que lhe deu unidade e direção evolutiva, assim como a coesão molecular do vosso corpo físico depende da direção do vosso espírito. Sob essa equipe espiritual permanece uma vontade, ou um "pensamento diretor", que coordena o objetivo verbal fraternista do Esperanto no seio da própria Mente Divina, em face de sua importância como mensagem de entendimento internacional entre os terrícolas. Sendo superior a qualquer outro idioma terreno, existe em sua intimidade verbalística um "fundamento psíquico", que coordena a sua harmonia central e a sua armadura interior, como se fosse vigorosas colunas de aço a sustentarem os mais variados fragmentos de estilos arquitetônicos. Há no idioma Esperanto uma qualidade de natureza eletiva, à semelhança do que acontece com a Homeopatia quando certos enfermos se revelam acentuadamente eletivos para as suas doses infinitesimais e curam-se imediatamente. Essa disposição de eletividade esperantista faz com que os seus cultores e intérpretes sejam aqueles que se elegem para o cultivo da língua, procurando-a mais como um efeito de simpatia psíquica e necessidade decorrente de sua própria evolução espiritual. Em verdade, os homens se devotam ao generoso idioma fraterno e internacional justamente porque já apresentam algumas credenciais, que os afinizam com o seu "espírito"
de superioridade verbal destinado à confraternização entre todos os povos. Assim como a sensibilidade musical dos ouvintes aprimorados os conduz a cultuarem a linguagem sonora e elevada dos grandes compositores, a qualidade espiritual do Esperanto também exige que os seus cultores já tenham eliminado da alma a crueza e o egoísmo, que os impediam do congraçamento fraterno entre todos os seres.
    PERGUNTA: - Quereis dizer que nem todos os indivíduos estão propensos a cultivar o Esperanto, devido à falta dessa importante "eletividade espiritual" para com o idioma; não é assim?
    RAMATIS: - Dever-se-á considerar isso como um importante fator psicológico, pois é evidente que o homem cruel, o fanático e o egoísta não se afiniza ao jugo fraterno do Esperanto, que é um veículo de relações internacionais e não exclusivo de pátrias ou de povos isolados. Os homens sem vocação para a solidariedade e confraternização entre as raças e os povos, que permanecem apegados aos extremismos nacionalistas, não quererão perder o seu tempo no cultivo de uma língua neutra e internacional. O Esperanto, como idioma que prima só pelo essencial e pelo mais simples, pode ser falado lógica e claramente tanto nos templos suntuosos da religiosidade nababesca como nos mais humildes labores espiritualistas; o seu linguajar pode ser usado, facilmente, tanto entre os nababos como na choupana
do sertanejo pobre. Garantido pelo elo psíquico da supervisão espiritual do Alto, não se abastarda quando falado nas taperas, nem se torna empolado nos lábios dos cultos e dos poderosos; basta uma índole fraternista, para que logo se torne útil e valioso entre os homens de ânimo cordial, pois guarda a sua intimidade algo de parecido com a unidade milenária do Evangelho de Jesus.
   

Livro: Sobrevivência do Espírirto - Hercílio Maes - Ramatis

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