A
experiência humana na Terra é cheia de altos e baixos. Ora, o homem progride
velozmente, outro momento ele destrói a si mesmo em escalas elevadas. Parece
que ele não sabe o que quer. Na verdade, estas contradições indicam o estágio
de desenvolvimento do homem no planeta. Ele ainda é assim, cheio de
contradições.
Se
por um lado consegue avanços tecnológicos gigantescos a ponto de curar doenças
terríveis, por outro, ainda saqueia cidades e promove matanças.
Se,
em outra parte, demonstra progresso na ciência a ponto de levar o homem a outro
planeta, contrariamente, não conseguiu sequer erradicar a fome entre irmãos.
Se,
no uso de sua inteligência, faz arranha-céus cada vez mais altos como a
desafiar a lei da gravidade, em outra direção, o homem é incapaz de diminuir
números de violência em vários indicadores de sua manifestação.
Ora,
irmãos meus, por que tudo isto acontece?
Na
minha análise, como “padre morto”, vejo que não conseguimos, no conjunto da
nossa espécie, evoluir moralmente na mesma escala que fazemos na inteligência.
Somos
absorvidos pela curiosidade de fazer coisas cada vez mais potentes, difíceis de
materializar, mas somos desprovidos de mesmo entusiasmo na erradicação da
miséria humana, seja pela falta de comida, seja pela falta de fibra moral.
Tudo
avança em direções contrárias neste sentido. Uma força puxa para o atraso;
outra para a superação das barreiras tecnológicas.
É
verdade que conseguimos elevar alguns indicadores sociais no planeta, mas
convenhamos, eles são bastante tímidos na proporção que deveria ser. São
acanhados demais. O progresso é medido olhando para os dois lados da moeda. De
um lado, o ser humano; de outro, as conquistas materiais, que devem ser
canalizadas em benefício da outra face da moeda.
Asseguro
que se o homem der prioridade, de fato, ao progresso humano pela via moral,
muitos problemas naturalmente sucumbirão, pois o que falta na maioria dos casos
é uma postura moral diferenciada. A causa de muitos males que assola a
humanidade está dentro do próprio homem. Um deles se chama o egoísmo.
O
egoísmo é destruidor do próprio ser humano, haja vista que é uma apropriação
exclusivista das conquistas, enquanto a solidariedade representa a evolução
coletiva de toda a raça humana.
Se
adotássemos ao mínimo este princípio de vida todos os outros seriam
espontaneamente beneficiados porque a solidariedade, a distribuição do bem
produzido, promove uma reação em cadeia de incríveis proporções. Os efeitos
benéficos da solidariedade são contados em escala geométrica, de modo que se
faz bem mais com bem menos.
Este
é o segredo que o ser humano precisa desvendar no século 21 para abolir todas
as mazelas existentes e construir um novo amanhã.
Fiquem
em paz!
Helder
Câmara – Blog Novas Utopias
Nenhum comentário:
Postar um comentário