O
pensamento ocidental varia de acordo com a moda da época. Uma hora, ele é
dominado por ideias libertárias, socialistas, populares. Outro momento se deixa
levar pelo capital, pelas benesses dos senhores do emprego, pelo liberalismo.
Esta gangorra é muito natural e deveria ser compreendida como mecanismos do
progresso humano na direção da sua governança ideal, isto porquê cada uma dela
resume um conjunto de virtudes, como também carrega no seu âmago frutos
indesejáveis como se fossem ervas daninhas que começam a aparecer e prejudicar
o Estado e toda a gente.
A
ponderação desses avanços em saltos alternados promove o progresso sem que a
massa perceba, apenas alguns intelectuais não raivosos e não sectários é que
compreendem este macro mecanismo de alternância no poder como uma forma
saudável de desenvolvimento político e econômico.
De
um lado, quando os socialistas chegam ao poder, vemos brotar a essência do
igualitarismo. A voz dos menos favorecidos parece ecoar de uma forma ou de
outra. Alguns direitos são introduzidos na legislação que, com o tempo, não
poderão ser mais extirpadas. É o avanço social.
De
outro, quando vemos os liberais tomarem o poder central, percebemos que a
legislação inicia um processo de flexibilização, provocando maior liberdade
para o ganho de capital. Igualmente, neste momento, alguns pontos são
desenvolvidos no seio das leis e que doravante a prática impede o retrocesso
deles. É o avanço econômico.
Por
que está alternância perdulária no poder?
Simples,
meus Senhores!
Como
os homens ainda não souberam desenvolver um modelo de equilíbrio entre ganhos
de capital e ganhos sociais. Enquanto não tiveram a sabedoria para entender que
um não vive sem o outro, pelo menos no modelo que aí está em voga, ficará indo
de um lado para outro entre decepções e frustrações, alegrias e arroubos.
A
manifestação popular por um ou outro lado é sábia e simples. A massa verifica
como está a situação geral. Temos comida à mesa? O emprego está estável? Os
homens do poder estão olhando para gente? A vida está melhor?
Resumidamente
é assim que o povo decide. Na prática, o cidadão quer ver a operosidade no
poder. Deseja ver um governo que governe. Um governo forte, comprometido com o
desenvolvimento geral. Ora, sabemos o porquê das contínuas renovações de
parlamento na Europa, por exemplo, exatamente por este descompromisso entre a
prática e o argumento. E em outros países europeus, o inverso dessa lógica,
encontramos a estabilidade de poder de um segmento partidário. É claro que a
competência e o carisma do líder maior do partido é levado em consideração,
mas, no final, o que vale é dinheiro no bolso e bem-estar social.
No
Brasil, há pouco, tivemos um bom exemplo disso. No pós-Cruzado houve um momento
alvissareiro, mas depois de degradação. Na ocasião do pós-Real, idem. Na
continuidade da política econômica do governo dos trabalhadores, melhor ainda.
O
descrédito vem exatamente da incapacidade momentânea de manter os mesmos
patamares de estabilidade. O povo deseja que as coisas não piorem e, quando
possível, avance aqui e acolá. Isto já é de bom tamanho.
Os
progressistas têm que aprender isso. Os conservadores também.
Ao
rumarmos para o terceiro milênio, o povo, de maneira geral, no Brasil e no
mundo, tomará as rédeas da economia e do Estado, pois os avanços políticos e
econômicos colocarão os cidadãos, pouco a pouco, como protagonistas do poder
outorgado. A democracia se fortalecerá e erros cometidos simplesmente não serão
mais repetidos.
O
progresso se dará, portanto, paulatinamente, mas de maneira contínua. Novos
espíritos que chegam à Terra neste pedaço de século estão dispostos a promover
as medidas de regeneração do tecido social e econômico. Novas ideias, um novo
jeito de ver as coisas, abalarão as estruturas vigentes que, sem ter respostas
melhores, se renderão às ideias novas.
É
assim que o progresso se efetivará e não tem como fugir a ele. É o destino
divino que traça a ordem das coisas.
Joaquim
Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal
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