A pergunta
que não quer se calar: somos felizes?
Claro que
não, no sentido idealizado pela maioria das pessoas que correm de um lado e de
outro a procura da satisfação das suas necessidades básicas. Ora, se não tenho o
mínimo como posso me dizer feliz?
A verdade
é que esta procura constante limita, muitas vezes, o nosso foco de obtenção
dela. Se nos depararmos com a seguinte situação: vou comprar um carro ou vou
viajar para Paris? Alguns, pela sua inclinação para as viagens, dirão sem
pestanejar: quero ir imediatamente para Paris. Lá serei feliz. Outro, mais
entusiasmado com a velocidade, afirmará que o automóvel é que lhe trará a
felicidade desejada.
Tanto um
quanto o outro, aventurou-se em dizer que a felicidade estava limitada ao
alcance do seu desejo. Um, de ordem material, outro, na esfera do lazer. Ambos,
portanto, viam a felicidade como um recurso externo a ele
mesmo.
Mas, o que
dizer daquele que busca a felicidade dentro de si?
Este,
certamente, terá outros pendores. Ficará mais satisfeito com algum ganho
intelectual. Ou se sentirá mais feliz por perceber certa evolução no seu
proceder. Uma vez conquistada, neste caso, a felicidade tende a ser mais
permanente. De outra parte, resumida às coisas externas, um dia elas fluirão do
seu alcance e, então, a felicidade com ela irá
embora.
Esta
discussão sobre a felicidade é infinita, mas nós que estamos no plano do
espírito já temos uma noção, no nosso nível de evolução, mais voltado para as
conquistas íntimas, até porque de nada nos valerá a posse material. É exatamente
esta compreensão das coisas que faz com que enalteçamos a causa da
espiritualidade.
Ao morrer,
o homem é desprovido dos seus aspectos exteriores. Nada lhe sobra a não ser ele
mesmo. Sua carcaça física se destruirá completamente. O que ficará, então? O que
lhe anima a alma, o que lhe dá sentido à vida, o que lhe faz está de
pé.
Esta
constatação é continuamente percebida pelos irmãos espirituais que adentram ao
mundo invisível todos os dias. Sentem rapidamente o impacto da inutilidade das
aparências, da inconsequência das posses, do pouco caso com o dinheiro. Aqui,
veste-se de realidade. Pura realidade. O que me sobra?- pergunta-se. A resposta
é rápida e certeira. O que o espírito lhe traduz.
Esta
constatação, portanto, é que fará definir o sentido real de felicidade no lado
de cá da vida. Felicidade é o que fica.
Neste
ponto, as doutrinas espiritualistas, de maneira geral, são unânimes em mostrar a
outra face da moeda. É como se dissessem: “olhem bem o que importa na vida e dê preferência a
ela”.
Acordar no
mundo espiritual é, algumas vezes, extremamente doloroso porque se encontra um
enorme vazio existencial, um sentimento de perda de tempo, pois se priorizou o
que era supérfluo na vida física.
Este
acordar é consciencial e pode promover incríveis mudanças de foro íntimo para
quem estiver antenado ao que lhe passa na órbita do
espírito.
Nossos
incansáveis apelos são por este despertar de consciência. Por esta busca
incessante por aquilo que verdadeiramente importa. Tudo o mais é ilusão e perda
de tempo.
Pense
nisso!
Joaquim
Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário