21.2.16

Ser Feliz

 A pergunta que não quer se calar: somos felizes?
 Claro que não, no sentido idealizado pela maioria das pessoas que correm de um lado e de outro a procura da satisfação das suas necessidades básicas. Ora, se não tenho o mínimo como posso me dizer feliz?
 A verdade é que esta procura constante limita, muitas vezes, o nosso foco de obtenção dela. Se nos depararmos com a seguinte situação: vou comprar um carro ou vou viajar para Paris? Alguns, pela sua inclinação para as viagens, dirão sem pestanejar: quero ir imediatamente para Paris. Lá serei feliz. Outro, mais entusiasmado com a velocidade, afirmará que o automóvel é que lhe trará a felicidade desejada.
 Tanto um quanto o outro, aventurou-se em dizer que a felicidade estava limitada ao alcance do seu desejo. Um, de ordem material, outro, na esfera do lazer. Ambos, portanto, viam a felicidade como um recurso externo a ele mesmo.
 Mas, o que dizer daquele que busca a felicidade dentro de si?
 Este, certamente, terá outros pendores. Ficará mais satisfeito com algum ganho intelectual. Ou se sentirá mais feliz por perceber certa evolução no seu proceder. Uma vez conquistada, neste caso, a felicidade tende a ser mais permanente. De outra parte, resumida às coisas externas, um dia elas fluirão do seu alcance e, então, a felicidade com ela irá embora.
 Esta discussão sobre a felicidade é infinita, mas nós que estamos no plano do espírito já temos uma noção, no nosso nível de evolução, mais voltado para as conquistas íntimas, até porque de nada nos valerá a posse material. É exatamente esta compreensão das coisas que faz com que enalteçamos a causa da espiritualidade.
 Ao morrer, o homem é desprovido dos seus aspectos exteriores. Nada lhe sobra a não ser ele mesmo. Sua carcaça física se destruirá completamente. O que ficará, então? O que lhe anima a alma, o que lhe dá sentido à vida, o que lhe faz está de pé.
 Esta constatação é continuamente percebida pelos irmãos espirituais que adentram ao mundo invisível todos os dias. Sentem rapidamente o impacto da inutilidade das aparências, da inconsequência das posses, do pouco caso com o dinheiro. Aqui, veste-se de realidade. Pura realidade. O que me sobra?- pergunta-se. A resposta é rápida e certeira. O que o espírito lhe traduz.
 Esta constatação, portanto, é que fará definir o sentido real de felicidade no lado de cá da vida. Felicidade é o que fica. 
 Neste ponto, as doutrinas espiritualistas, de maneira geral, são unânimes em mostrar a outra face da moeda. É como se dissessem: “olhem bem o que importa na vida e dê preferência a ela”.
 Acordar no mundo espiritual é, algumas vezes, extremamente doloroso porque se encontra um enorme vazio existencial, um sentimento de perda de tempo, pois se priorizou o que era supérfluo na vida física.
 Este acordar é consciencial e pode promover incríveis mudanças de foro íntimo para quem estiver antenado ao que lhe passa na órbita do espírito.
 Nossos incansáveis apelos são por este despertar de consciência. Por esta busca incessante por aquilo que verdadeiramente importa. Tudo o mais é ilusão e perda de tempo.
 Pense nisso!

 Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal.

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