13.9.13


Solidariedade Internacional

Volto a transcorrer sobre a instabilidade no mundo. O mundo está inquieto, confuso, meio sem norte. Os grandes líderes mundiais se reúnem, mas nas suas pautas de deliberações não vão para o centro dos problemas, insistem em ficar na periferia das soluções.
Vinte países se reúnem e depois quando se cobra uma decisão maior não há nada que se aproveite.
Meus irmãos, até quando os homens irão fugir de seus problemas fundamentais? É tão fácil definir as prioridades internacionais, sobretudo se se tem uma visão humanista da vida.
Nos países desenvolvidos há as sementes de solução para os países em desarranjo institucional, metidos em corrupção, ladeados de fome e crise econômica. Tudo está pautado em necessidades, carências, e os países mais desenvolvidos possuem possibilidades de cooperação para todos eles – e não estou me referindo aqui em dinheiro, apenas.
A solidariedade deve ser a marca do G20 e não a preservação dos seus espaços de poder em nível internacional. Poderoso é aquele que possui mais capacidade de ajudar e não de destruir. Ao estudar as razões da falta de cooperação internacional verificar-se-á que a causa é o egoísmo. Ninguém vê aos outros, vê apenas a si mesmo. Até as ajudas oferecidas não são desinteressadas.
Os Estados Unidos poderiam liderar um grande movimento mundial de emancipação dos países pobres. Já imaginou se cada País desenvolvido adotasse 3 países pobres para dar apoio naquilo que fosse possível? Seriam beneficiados 60 países miseráveis.
A ajuda que me refiro não é introduzir a sua filosofia de vida nestes países, mas verificar as suas carências e junto com a Organização das Nações Unidas – ONU implantar ações que erradicassem as raízes dos desacertos destes países. Nada paliativo, mas soluções definitivas, autênticas.
Meu Deus, como é necessário este movimento de solidariedade. A regra seria democracia, desenvolvimento e igualdade. Todos os países que aceitassem serem apoiados deveriam adotar estas 3 divisas como princípios balizadores de suas ações.
Democracia porque as conquistas humanas, nesta parte da vida humana, não podem mais ser feitas à base da repressão, do abuso, do autoritarismo, mas fundamentado nas decisões livres e soberanas do seu povo.
Desenvolvimento porque representa o aumento do volume de produção associado a ganhos efetivos para toda a sociedade, incluindo-se aí a melhoria das condições de saúde, educação e moradia, por exemplo.
E, finalmente, igualdade. É, porque não adianta liberdade, prosperidade, se estas conquistas ficarem apenas para um grupo restrito de pessoas.
É tão simples criar uma pauta de ajuda internacional. Tenho certeza que em 10, 20 anos, estes países seriam outras nações. Falta, porém, decisão política, vontade efetiva de ajudar e resolver os problemas internacionais. Ao contrário, ficam a discutir a preservação do poder já conquistado e sua ampliação.
Enquanto não se mudar a pauta das discussões internacionais estará se fomentando a desigualdade entre os povos, a ambição econômica e a guerra, pois onde não há cooperação há terreno fértil para a violência e a desunião.
Pensem, senhores do mundo, pensem. Se vocês não tomarem uma atitude revolucionária, infelizmente a fatura será cobrada na porta de suas próprias casas.
Que Deus os abençoe!
Helder Camara

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