Solidariedade Internacional
Volto a transcorrer
sobre a instabilidade no mundo. O mundo está inquieto, confuso, meio sem norte.
Os grandes líderes mundiais se reúnem, mas nas suas pautas de deliberações não
vão para o centro dos problemas, insistem em ficar na periferia das
soluções.
Vinte países se reúnem e depois quando se cobra uma decisão maior
não há nada que se aproveite.
Meus irmãos, até quando os homens irão fugir de
seus problemas fundamentais? É tão fácil definir as prioridades internacionais,
sobretudo se se tem uma visão humanista da vida.
Nos países desenvolvidos há
as sementes de solução para os países em desarranjo institucional, metidos em
corrupção, ladeados de fome e crise econômica. Tudo está pautado em
necessidades, carências, e os países mais desenvolvidos possuem possibilidades
de cooperação para todos eles – e não estou me referindo aqui em dinheiro,
apenas.
A solidariedade deve ser a marca do G20 e não a preservação dos seus
espaços de poder em nível internacional. Poderoso é aquele que possui mais
capacidade de ajudar e não de destruir. Ao estudar as razões da falta de
cooperação internacional verificar-se-á que a causa é o egoísmo. Ninguém vê aos
outros, vê apenas a si mesmo. Até as ajudas oferecidas não são
desinteressadas.
Os Estados Unidos poderiam liderar um grande movimento
mundial de emancipação dos países pobres. Já imaginou se cada País desenvolvido
adotasse 3 países pobres para dar apoio naquilo que fosse possível? Seriam
beneficiados 60 países miseráveis.
A ajuda que me refiro não é introduzir a
sua filosofia de vida nestes países, mas verificar as suas carências e junto com
a Organização das Nações Unidas – ONU implantar ações que erradicassem as raízes
dos desacertos destes países. Nada paliativo, mas soluções definitivas,
autênticas.
Meu Deus, como é necessário este movimento de solidariedade. A
regra seria democracia, desenvolvimento e igualdade. Todos os países que
aceitassem serem apoiados deveriam adotar estas 3 divisas como princípios
balizadores de suas ações.
Democracia porque as conquistas humanas, nesta
parte da vida humana, não podem mais ser feitas à base da repressão, do abuso,
do autoritarismo, mas fundamentado nas decisões livres e soberanas do seu
povo.
Desenvolvimento porque representa o aumento do volume de produção
associado a ganhos efetivos para toda a sociedade, incluindo-se aí a melhoria
das condições de saúde, educação e moradia, por exemplo.
E, finalmente,
igualdade. É, porque não adianta liberdade, prosperidade, se estas conquistas
ficarem apenas para um grupo restrito de pessoas.
É tão simples criar uma
pauta de ajuda internacional. Tenho certeza que em 10, 20 anos, estes países
seriam outras nações. Falta, porém, decisão política, vontade efetiva de ajudar
e resolver os problemas internacionais. Ao contrário, ficam a discutir a
preservação do poder já conquistado e sua ampliação.
Enquanto não se mudar a
pauta das discussões internacionais estará se fomentando a desigualdade entre os
povos, a ambição econômica e a guerra, pois onde não há cooperação há terreno
fértil para a violência e a desunião.
Pensem, senhores do mundo, pensem. Se
vocês não tomarem uma atitude revolucionária, infelizmente a fatura será cobrada
na porta de suas próprias casas.
Que Deus os abençoe!
Helder Camara
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