JESUS, O GRANDE MENDIGO
Fiquei a meditar, meu
caro, na mensagem psicofônica que, por seu intermédio, o venerável Irmão José
nos transmitiu ao término da reunião mediúnica de desobsessão, na última
semana.
Confesso que, qual aconteceu a alguns dos presentes que conseguiram
refletir na profundidade de suas palavras, eu também fui às lágrimas.
Sim,
Jesus continua na condição de Excelso Mendigo, porque, em verdade, em seu
propósito de construir na Terra o Reino de Deus, apenas temos Lhe ofertado
migalhas de nós mesmos.
Raros são aqueles que se entregam ao Cristo
completamente!
A maioria de nós continua a Lhe negar simplesmente uma côdea
de pão, ou um copo d’água...
Ao Lhe descerrarmos, timidamente, a porta do
espírito, sobre a qual, milenarmente, insiste em bater, nos estendendo a mão em
rogativa, o tempo que nos sobra do tempo com o qual não mais temos o que fazer é
tão somente o que nos animamos a Lhe entregar...
Após termos nos exaurido nos
prazeres ilusórios que a vida terrestre proporciona, alguns restos de nossa boa
vontade deteriorada é o que Lhe ofertamos...
Pedaços de idealismo que não
foram consumidos de todo pelas nossas mundanas ambições...
Diminuta porção do
sentimento de amor que se nos escapou intacta do incêndio das paixões
exacerbadas...
Com estes singelos donativos, que, praticamente, em incansável
peregrinação, prossegue a mendigar de porta em porta, é que o Cristo vem dando
de comer à mensagem do Evangelho no mundo!
Poucos são os que Lhe fazem
generosas doações para que a Obra que, pacientemente, Ele vem levantando, em
favor da Humanidade, se viabilize com maior rapidez.
O curioso é que, talvez,
por mais se identificarem com a sua condição de Mendigo, os que mais têm
colaborado com o Senhor são aqueles que, quase sempre, também vivem a mendigar
pelas ruas...
São os mendigos de esperança...
Os pedintes de paz...
Os
carentes de alegria...
Os que vivem nos guetos...
Os que dormem ao
relento...
O Cristo, por vezes, dá-nos a impressão de um pobre a revirar, nos
mercados públicos, o que o egoísmo humano destinou à lata de lixo, a ver se
ainda encontra algo que possa ser aproveitado!
Todos os dias, para que o
divino trabalho da fé não se interrompa, torna-se indispensável que o prodígio
da multiplicação dos pães de dos peixes se repita, através de suas mãos...
A
indiferença do homem em relação ao Grande Mendigo é irmã gêmea do descaso com
que esse mesmo homem costuma ignorar a quem lhe pede uma
esmola.
Infelizmente, meu caro, é de humildes adjutórios que o Evangelho tem
vivido, ou melhor, sobrevivido, ao longo dos séculos, sendo de se considerar
verdadeiro milagre o fato de ele, em meio a tanta abastança, ainda não ter
perecido em completa inanição.
Esperemos que, de nós, as doações ao Senhor
aumentem, com o Lhe oferecermos o melhor de nossas vidas, quanto Ele se nos
ofereceu por inteiro na cruz de seu extremo devotamento!...
INÁCIO
FERREIRA
Uberaba – MG, 16 de setembro de 2013.
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