17.9.13


JESUS, O GRANDE MENDIGO

Fiquei a meditar, meu caro, na mensagem psicofônica que, por seu intermédio, o venerável Irmão José nos transmitiu ao término da reunião mediúnica de desobsessão, na última semana.
Confesso que, qual aconteceu a alguns dos presentes que conseguiram refletir na profundidade de suas palavras, eu também fui às lágrimas.
Sim, Jesus continua na condição de Excelso Mendigo, porque, em verdade, em seu propósito de construir na Terra o Reino de Deus, apenas temos Lhe ofertado migalhas de nós mesmos.
Raros são aqueles que se entregam ao Cristo completamente!
A maioria de nós continua a Lhe negar simplesmente uma côdea de pão, ou um copo d’água...
Ao Lhe descerrarmos, timidamente, a porta do espírito, sobre a qual, milenarmente, insiste em bater, nos estendendo a mão em rogativa, o tempo que nos sobra do tempo com o qual não mais temos o que fazer é tão somente o que nos animamos a Lhe entregar...
Após termos nos exaurido nos prazeres ilusórios que a vida terrestre proporciona, alguns restos de nossa boa vontade deteriorada é o que Lhe ofertamos...
Pedaços de idealismo que não foram consumidos de todo pelas nossas mundanas ambições...
Diminuta porção do sentimento de amor que se nos escapou intacta do incêndio das paixões exacerbadas...
Com estes singelos donativos, que, praticamente, em incansável peregrinação, prossegue a mendigar de porta em porta, é que o Cristo vem dando de comer à mensagem do Evangelho no mundo!
Poucos são os que Lhe fazem generosas doações para que a Obra que, pacientemente, Ele vem levantando, em favor da Humanidade, se viabilize com maior rapidez.
O curioso é que, talvez, por mais se identificarem com a sua condição de Mendigo, os que mais têm colaborado com o Senhor são aqueles que, quase sempre, também vivem a mendigar pelas ruas...
São os mendigos de esperança...
Os pedintes de paz...
Os carentes de alegria...
Os que vivem nos guetos...
Os que dormem ao relento...
O Cristo, por vezes, dá-nos a impressão de um pobre a revirar, nos mercados públicos, o que o egoísmo humano destinou à lata de lixo, a ver se ainda encontra algo que possa ser aproveitado!
Todos os dias, para que o divino trabalho da fé não se interrompa, torna-se indispensável que o prodígio da multiplicação dos pães de dos peixes se repita, através de suas mãos...
A indiferença do homem em relação ao Grande Mendigo é irmã gêmea do descaso com que esse mesmo homem costuma ignorar a quem lhe pede uma esmola.
Infelizmente, meu caro, é de humildes adjutórios que o Evangelho tem vivido, ou melhor, sobrevivido, ao longo dos séculos, sendo de se considerar verdadeiro milagre o fato de ele, em meio a tanta abastança, ainda não ter perecido em completa inanição.
Esperemos que, de nós, as doações ao Senhor aumentem, com o Lhe oferecermos o melhor de nossas vidas, quanto Ele se nos ofereceu por inteiro na cruz de seu extremo devotamento!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 16 de setembro de 2013. 

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