4.9.13


Questão 222 do Livro dos Espíritos
    TROCA DE CORPOS
    Falando de reencarnação, estamos buscando lembrar aos espiritualistas dessa lei que vigora em todos os mundos habitados: a troca de vestes para renovação dos sentimentos.
    A reencarnação é aceita há tempos imemoriais. A antiga Lemúria já alimentava essa crença nas vidas sucessivas, como, igualmente, a Atlântida; depois, a herança passou para a Assíria, Egito, índia e Indochina.
     Como a verdade permanece de pé sob quaisquer circunstâncias, ela atravessou séculos e milênios com variadas roupagens, mas nascendo e renascendo em muitos países, como luz que deveria, algum dia, clarear como o sol da verdade.
    Pois a reencarnação encontrou seu ambiente favorável na Doutrina Espírita, até mesmo como principio, como lei irremovível, para explicar muitos aspectos das desigualdades entre os seres que estagiam na Terra. Somente as vidas sucessivas nos mostram a bondade de Deus e a Sua justiça.
    Pitágoras já pressentia a necessidade de crer na reencarnação, embora distorcendo seu fundamento, dizendo que o homem poderia voltar a tomar, em outra época, corpos de animais, dando a esse sistema o nome de etempsicose, 
mas, o Espiritismo vem corrigir esse erro, mostrando que não há regressão na marcha progressiva das almas.
    Buda falava largamente da necessidade dos espíritos tomarem novos corpos, como necessário se faz que o ser humano troque de roupas quantas vezes for conveniente.
    Santo Agostinho lembra, em suas Confissões, de forma que o leitor inteligente reconheça, a sua crença na reencarnação.
    Tudo na vida renasce, não somente os espíritos; basta que meditemos um pouco na vida e na ascensão espiritual.
    Allan Kardec encontrou nas vidas múltiplas o alicerce da Doutrina dos Espíritos, e todos eles, por intermédio de variados médiuns e em lugares diferentes, confirmaram a doutrina das vidas sucessivas.
    Isso é um bracejar de alegria nos corações de todas as criaturas, porque, além de revelar a verdade, nos mostra oportunidades de granjear condições elevadas em vários caminhos do aprendizado.
    Compete a todos os companheiros, principalmente da área espírita, meditarem na reencarnação na sua função divina e humana, passando a melhorar moralmente. A reforma moral é semente de luz a iluminar os caminhos do 
futuro.
    Allan Kardec tece comentários inteligentes em "O Livro dos Espíritos" sobre a reencarnação, a fim de facilitar aos homens essa crença de luz cheia de esperança para todos os corações que sofrem. Se não nos lembramos das nossas vidas passadas, isso constitui uma bênção de Deus, por não suportarmos viver duas vidas em uma existência, mas, no fundo da consciência, há sempre uma voz que não deixa apagar essa crença na troca de corpos, sem o limite das nossas intervenções impostas e impulsionadas pelo orgulho e pela vaidade.
    Deixemos refilhar em nossos corações a intuição da vida futura e da lei que nos garante muitas vidas no plano físico, para que a alma cresça e desperte todos os seus dons de ouro, como sendo sóis e estrelas, onde a consciência em Cristo viva na plenitude da felicidade.
    Quem nega a reencarnação não pensou que Deus não pede opinião aos homens para fazer leis que garantem e iluminam esses mesmos homens, filhos do Seu coração.
     Estudemos, pois, as grandes vidas, e analisemos as menores, para que a nossa razão nos mostre a realidade em Cristo.

Livro: Filosofia Espírita V - João Nunes Maia - Miramez

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