Questão 222 do Livro dos Espíritos
TROCA DE
CORPOS
Falando de reencarnação, estamos buscando lembrar aos
espiritualistas dessa lei que vigora em todos os mundos habitados: a troca de
vestes para renovação dos sentimentos.
A reencarnação é aceita há tempos
imemoriais. A antiga Lemúria já alimentava essa crença nas vidas sucessivas,
como, igualmente, a Atlântida; depois, a herança passou para a Assíria, Egito,
índia e Indochina.
Como a verdade permanece de pé sob quaisquer
circunstâncias, ela atravessou séculos e milênios com variadas roupagens, mas
nascendo e renascendo em muitos países, como luz que deveria, algum dia, clarear
como o sol da verdade.
Pois a reencarnação encontrou seu ambiente
favorável na Doutrina Espírita, até mesmo como principio, como lei irremovível,
para explicar muitos aspectos das desigualdades entre os seres que estagiam na
Terra. Somente as vidas sucessivas nos mostram a bondade de Deus e a Sua
justiça.
Pitágoras já pressentia a necessidade de crer na reencarnação,
embora distorcendo seu fundamento, dizendo que o homem poderia voltar a tomar,
em outra época, corpos de animais, dando a esse sistema o nome de etempsicose,
mas, o Espiritismo vem corrigir esse erro, mostrando que não há regressão na
marcha progressiva das almas.
Buda falava largamente da necessidade dos
espíritos tomarem novos corpos, como necessário se faz que o ser humano troque
de roupas quantas vezes for conveniente.
Santo Agostinho lembra, em suas
Confissões, de forma que o leitor inteligente reconheça, a sua crença na
reencarnação.
Tudo na vida renasce, não somente os espíritos; basta que
meditemos um pouco na vida e na ascensão espiritual.
Allan Kardec
encontrou nas vidas múltiplas o alicerce da Doutrina dos Espíritos, e todos
eles, por intermédio de variados médiuns e em lugares diferentes, confirmaram a
doutrina das vidas sucessivas.
Isso é um bracejar de alegria nos corações
de todas as criaturas, porque, além de revelar a verdade, nos mostra
oportunidades de granjear condições elevadas em vários caminhos do
aprendizado.
Compete a todos os companheiros, principalmente da área
espírita, meditarem na reencarnação na sua função divina e humana, passando a
melhorar moralmente. A reforma moral é semente de luz a iluminar os caminhos do
futuro.
Allan Kardec tece comentários inteligentes em "O Livro dos
Espíritos" sobre a reencarnação, a fim de facilitar aos homens essa crença de
luz cheia de esperança para todos os corações que sofrem. Se não nos lembramos
das nossas vidas passadas, isso constitui uma bênção de Deus, por não
suportarmos viver duas vidas em uma existência, mas, no fundo da consciência, há
sempre uma voz que não deixa apagar essa crença na troca de corpos, sem o limite
das nossas intervenções impostas e impulsionadas pelo orgulho e pela
vaidade.
Deixemos refilhar em nossos corações a intuição da vida futura e
da lei que nos garante muitas vidas no plano físico, para que a alma cresça e
desperte todos os seus dons de ouro, como sendo sóis e estrelas, onde a
consciência em Cristo viva na plenitude da felicidade.
Quem nega a
reencarnação não pensou que Deus não pede opinião aos homens para fazer leis que
garantem e iluminam esses mesmos homens, filhos do Seu coração.
Estudemos, pois, as grandes vidas, e analisemos as menores, para que a nossa
razão nos mostre a realidade em Cristo.
Livro: Filosofia Espírita V -
João Nunes Maia - Miramez
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