Fome e Desperdício no Mundo
Dados alarmantes
publicados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura -
FAO esta semana mostram o caos sobre a produção de alimentos no mundo. Por ano,
meus irmãos, constatou-se que há um desperdício de 1,3 bilhão de toneladas de
alimentos no mundo, o que gera custos de 750 bilhões de dólares. É alimento que
se joga fora e que poderia ir à mesa de mais de 850 milhões de pessoas que
diariamente passam fome. Que desperdício brutal!
Tanta gente não tendo o que
comer e comida sendo jogada no lixo. Há algo extremamente errado nisso, não? Na
verdade, o homem demonstra que não está sabendo distribuir adequadamente aquilo
que produz. Produz onde se tem dinheiro para consumir, onde não há fica-se no
Deus dará. Tremenda injustiça, portanto.
Quando será que os homens irão
pensar em termos de satisfação social plena? Quando os homens se preocuparão,
cada um deles, em consumir apenas aquilo que lhe é necessário e não causar o
desperdício aviltante?
Quando se compra mais do que se precisa é certo que
vai faltar para alguém, além, é claro, de causar imensos prejuízos ambientais
com as sobras de comida.
De um lado, a natureza que se esforçou em produzir
mais e melhor, de outro, o homem devolve aquilo que não consumiu. Há
desequilíbrio nesta conta para não dizer insensatez.
Esta consciência
ecológica e de justiça social deverá ser uma equação a serem perseguidas num
mundo mais humano e responsável, meus irmãos.
É inadmissível que haja pessoa
morrendo de fome no dia de hoje, inadmissível.
Ora, se o homem é capaz de
produzir deve ser capaz também de saber distribuir, mas a lógica do consumo
capitalista é incoerente para não dizer burra e egoísta. Prefere-se perder,
jogar fora, a vender mais barato – ou mesmo doar – àqueles que nada têm o que
comer.
Isto está errado e é demonstração inequívoca da falta do bom senso
humano, da despreocupação do homem com um mundo melhor.
Fico sorrindo quando
vejo estes capitalistas abrindo a boca e falando de produtividade. Sorrio porque
na conta deles a produtividade é somente quando produz e não quando se consome.
Gabam-se em mostrar eficiência de produção e lavam as mãos quanto à justa
distribuição.
É óbvio que este modelo necessita mudar.
É claro que esta
forma de viver não interessa ao conjunto da humanidade.
É nítida a falta de
sensatez e responsabilidade da economia e do mercado.
Produzir para vender e
não produzir para abastecer. Quem não pode comprar que se lixe. Não pode ser
assim.
Dia virá, meus irmãos, não tenho dúvidas disso, que serão
responsabilizados criminalmente aqueles que produzirem o desperdício. Criminoso
quanto à natureza e quanto aos irmãos que deixaram de comer para dar prioridade
à sua necessidade não consumada.
Isto vai demorar, pode ser, mas a
consciência humana já está desperta e, pouco a pouco, vai saber criar condições
para acabar com esta distribuição desigual e desumana.
Que o Cristo nos
oriente para acabar com este estado de coisas e imediatamente.
Helder
Camara
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