16.9.13


Fome e Desperdício no Mundo

Dados alarmantes publicados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO esta semana mostram o caos sobre a produção de alimentos no mundo. Por ano, meus irmãos, constatou-se que há um desperdício de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos no mundo, o que gera custos de 750 bilhões de dólares. É alimento que se joga fora e que poderia ir à mesa de mais de 850 milhões de pessoas que diariamente passam fome. Que desperdício brutal!
Tanta gente não tendo o que comer e comida sendo jogada no lixo. Há algo extremamente errado nisso, não? Na verdade, o homem demonstra que não está sabendo distribuir adequadamente aquilo que produz. Produz onde se tem dinheiro para consumir, onde não há fica-se no Deus dará. Tremenda injustiça, portanto.
Quando será que os homens irão pensar em termos de satisfação social plena? Quando os homens se preocuparão, cada um deles, em consumir apenas aquilo que lhe é necessário e não causar o desperdício aviltante?
Quando se compra mais do que se precisa é certo que vai faltar para alguém, além, é claro, de causar imensos prejuízos ambientais com as sobras de comida.
De um lado, a natureza que se esforçou em produzir mais e melhor, de outro, o homem devolve aquilo que não consumiu. Há desequilíbrio nesta conta para não dizer insensatez.
Esta consciência ecológica e de justiça social deverá ser uma equação a serem perseguidas num mundo mais humano e responsável, meus irmãos.
É inadmissível que haja pessoa morrendo de fome no dia de hoje, inadmissível.
Ora, se o homem é capaz de produzir deve ser capaz também de saber distribuir, mas a lógica do consumo capitalista é incoerente para não dizer burra e egoísta. Prefere-se perder, jogar fora, a vender mais barato – ou mesmo doar – àqueles que nada têm o que comer.
Isto está errado e é demonstração inequívoca da falta do bom senso humano, da despreocupação do homem com um mundo melhor.
Fico sorrindo quando vejo estes capitalistas abrindo a boca e falando de produtividade. Sorrio porque na conta deles a produtividade é somente quando produz e não quando se consome. Gabam-se em mostrar eficiência de produção e lavam as mãos quanto à justa distribuição.
É óbvio que este modelo necessita mudar.
É claro que esta forma de viver não interessa ao conjunto da humanidade.
É nítida a falta de sensatez e responsabilidade da economia e do mercado.
Produzir para vender e não produzir para abastecer. Quem não pode comprar que se lixe. Não pode ser assim.
Dia virá, meus irmãos, não tenho dúvidas disso, que serão responsabilizados criminalmente aqueles que produzirem o desperdício. Criminoso quanto à natureza e quanto aos irmãos que deixaram de comer para dar prioridade à sua necessidade não consumada.
Isto vai demorar, pode ser, mas a consciência humana já está desperta e, pouco a pouco, vai saber criar condições para acabar com esta distribuição desigual e desumana.
Que o Cristo nos oriente para acabar com este estado de coisas e imediatamente.
Helder Camara

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