Questão 224 do Livro dos E spíritos
ESPÍRITO LIVRE
Chamamos o espírito, quando fora do corpo, de
espírito livre, no entanto, é bom que se saiba o que é liberdade, no sentido que
falamos. A liberdade cresce com o crescimento da alma em todos os planos da
existência. Todos os aspectos da liberdade, para as criaturas de Deus, têm
limites; somente para o Criador, desaparecem as fronteiras.
Já dissemos
antes que os intervalos da reencarnação são sem limites. Não podemos precisar
uma quantidade de anos para que o espírito volte a um novo corpo de carne, pois
nesse processo atuam muitas leis, como a sua própria vontade, e Deus é tão bom
que tolera e mesmo aceita, até certo ponto, as escolhas das almas.
Diz-nos
"O Livro dos Espíritos" que o intervalo pode durar desde algumas horas até
milhares de séculos. Que não cheguemos a tanto, porque a maioria dos espíritos
obedece a inspiração dos benfeitores espirituais, que os aconselham num certo
preparo, para depois tornarem novos aparelhos fisiológicos, com etapas
diferentes das que tiveram. Em muitos casos, encontram-se com pessoas
diferentes, formando, assim, novos laços de amor e de fraternidade.
A
formação das colônias espirituais é justamente para orienta-los neste sentido,
de maneira a aproveitar o tempo na obediência às leis naturais. Quando lançamos
uma semente ao solo, a razão nos pede para esperar um pouco para que ela
desabroche e cresça, dando frutos. Assim também, nesse ritmo de idéias, é a
alma. Ela é semente de Deus que deve ser lançada na carne, quantas vezes forem
necessárias, objetivando o aprimoramento da consciência e a grandeza do coração.
A afluência dos dons espirituais nos aparecem com mais nitidez pelas trocas
das vestes carnais. As experiências nesse sentido vicejam com mais intensidade.
É a luz que se põe em cima da mesa, como sendo a nossa consciência. O espírito,
quando toma a carne, é como se carregasse uma cruz, que deve suportar por toda a
existência, onde milhares de problemas o afligem e outro tanto de dores vêm
esmagar o vaso da sua mente, para que desabroche do centro da vida o perfume do
amor.
O espírito somente se libertará pelo conhecimento da verdade, não só em
estudos de inumeráveis teorias, mas quando passar a vivê-Ias no plantio de cada
dia. A demora em reencarnar-se pode ser uma punição, pelo mau uso que se fez das
qualidades espirituais recebidas do Criador. O sentido primordial da vida, em
todos os campos da Criação, é despertar as qualidades nobres da consciência,
para que o coração seja o canal da intuição, por onde possa falar o Cristo
interno de cada criatura.
Existe em nós uma profusão de luzes que falam por
si, falam da existência do Criador, bem como anunciam uma grande esperande
esprança para todas as almas da Terra, ao revelar que temos um guia que não nos
deixa órfãos. O espírito, quando na carne, fica
tolhido na suas faculdades mais íntimas, de modo que em todas as novas
reencarnações começa o exercício do aprimoramento espiritual, e em cada uma
delas é certo que as possibilidades de evoluir são melhores, desde ou quando se
esforce progressivamente.
A Doutrina dos Espíritos é pois, uma benção de
Deus, é a escola que deixamos de frequentar depois da desencarnação, por sairmos
da carne já sabendo as primeiras lições das leis vigentes no mundo espiritual.
Eis porque descem constantemente lições e mais lições pelos processos
mediúnicos, facilitando, assim, a todos os de boa vontade para a realidade de
que o espírito continua vivendo mais depois do túmulo.
Apeguemo-nos a Jesus,
que nunca erraremos o caminho para Deus.
Livro: Filosofia Espírita V - João Nunes Maia -
Miramez
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