12.4.13


Vigiai e Orai

  “Nem ao menos uma hora pudestes vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26:40-41)
  “Por que dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.” (Lucas 22:46)
  “Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade!
Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!” [1]

   Mantermo-nos despertos, e em sintonia elevada, permite estarmos atentos e bem inspirados a toda oportunidade de fazer o Bem, a nosso semelhante e, por decorrência, a nós próprios. Nem sempre o que alguns formadores de opinião ou a mídia tentam ditar como atitudes, comportamentos ou programas da moda, se identificam com esses bons propósitos. Milhares de mentes pouco despertas e sintonizadas com padrões perturbados são, assim, influenciadas coletivamente, atrasando sua marcha evolutiva. Busquemos uma cultura de higiene mental, fazendo, assim, muito Bem a nós mesmos. Este o convite de Jesus nas passagens evangélicas acima destacadas.
  Vigiai e orai — Despertai e orai
  O escritor Carlos Torres Pastorino entende que um termo mais adequado do que o tradicionalmente traduzido como “vigiai”, na citação acima, do Evangelho segundo Mateus (também encontrada em Marcos 14:37-38), é “despertai”, de forma consistente com a passagem Lucas 22:46. Em suas palavras:
“Não usamos o verbo tradicionalmente empregado aqui: vigiai, porque — embora o latim vigilare signifique “despertar”, e apesar de “estado de vigília” se oponha a “estado de sono” — o “vigiar” dá ideia, atualmente, de “olhar com atenção para ver quem venha”, muitas vezes até chegando a colocar-se a mão em pala acima dos olhos, como natural mímica de “vigiar”... Portanto, DESPERTAR é o que melhor exprime a ideia do texto original: é indispensável acordar, deixar de dormir, a fim de não perder o momento solene e precioso da chegada do Filho do Homem.” [2]
   “Quantas vezes aquilo que nos revolta, seria um passo à frente em nossa evolução, e perdemos a oportunidade! Estejamos despertos, atentos, bem acordados, e permaneçamos em oração, para aproveitar todas as ocasiões de subir.” [3]
  Os momentos da chegada do Filho do Homem, as ocasiões de subirmos, não são apenas ocorrências místicas ou épicas, mas eventos que surgem diariamente, bastando nossa atenção para vê-los e, quando ocorrerem, seguirmos as inspirações elevadas que Bons Espíritos sempre nos ofertam. Trata-se das oportunidades que se nos oferecem, todos os dias, de fazermos o Bem a nosso semelhante, onde decidimos por atuar efetivamente em seu auxílio. Basta permanecermos vigilantes, como relatado na parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37), e encontraremos tais oportunidades constantemente, em nossa casa e em qualquer local onde estivermos.

Referências:
[1] KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo” Capítulo V, item 4.
[2] PASTORINO, Carlos Torres. “Sabedoria do Evangelho”Volume 7, capítulo “Despertar do sono”.
[3] Ibidem. Volume 8, capítulo “Oração no jardim”.

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