29.4.13


Seca - Vexame Nacional

Um amigo me contou, das bandas de cá onde vivo, que os céus do meu sertão nordestino andava cada vez mais azul. Um azul bonito, é verdade, mas proveniente de um sol que não para de castigar.
- A seca está terrível, Dom, como poucas, só você vendo – disse-me.
Fui ver.
Meu Deus, como nada muda no meu sertão. Entra seca, sai seca, volta seca, e nada é feito de concreto pelos governos. Quando se vê o sofrimento da nossa gente é um corre pra cá e pra lá. Água em caminhão-pipa, sementes de milho e outras mais, um dinheiro reforçado das “esmolas” do governo e por aí vai.
Meu Deus, cadê as soluções definitivas?
Por que temos que esperar o céu esturricar para tomar alguma decisão?
Não sabem os políticos e os técnicos que devemos cuidar da seca, sobretudo, quando ela não ocorre? Quando ela chegar tudo vai estar preparado e conviveremos com ela sem problemas.
Sei que muito foi feito. Puseram iluminação em muito lugar, as cisternas já são muitas, mas solução definitiva que é bom, esta demora a chegar.
Fica aqui mais um grito contra este estado de coisas.
Meu Deus, cuidai destes teus filhos que nada têm o que comer e, principalmente, nada têm o que beber.
Sabes, Pai, da luta inglória de todos eles. Homens bons e trabalhadores que só querem um pouco de água para tocar suas vidas.
Permite, Pai, que eles sejam atendidos em suas necessidades. Eles são teus filhos e aprenderam a lição da perseverança e da fé. Cuida deles, Pai.
E você também, mesmo distante desta realidade, não deixe de fazer o que for possível para acabar com este vexame nacional, esta vergonha que não se quer calar.
Fico por aqui e peço a Deus, conforme falou o Nosso Senhor Jesus Cristo, “daí de água a quem tem sede”. E que seja a água abundante e, mais ainda, farta de bênçãos.
Em paz,
Helder Camara

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