Seca - Vexame Nacional
Um amigo me contou, das
bandas de cá onde vivo, que os céus do meu sertão nordestino andava cada vez
mais azul. Um azul bonito, é verdade, mas proveniente de um sol que não para de
castigar.
- A seca está terrível, Dom, como poucas, só você vendo –
disse-me.
Fui ver.
Meu Deus, como nada muda no meu sertão. Entra seca, sai
seca, volta seca, e nada é feito de concreto pelos governos. Quando se vê o
sofrimento da nossa gente é um corre pra cá e pra lá. Água em caminhão-pipa,
sementes de milho e outras mais, um dinheiro reforçado das “esmolas” do governo
e por aí vai.
Meu Deus, cadê as soluções definitivas?
Por que temos que
esperar o céu esturricar para tomar alguma decisão?
Não sabem os políticos e
os técnicos que devemos cuidar da seca, sobretudo, quando ela não ocorre? Quando
ela chegar tudo vai estar preparado e conviveremos com ela sem problemas.
Sei
que muito foi feito. Puseram iluminação em muito lugar, as cisternas já são
muitas, mas solução definitiva que é bom, esta demora a chegar.
Fica aqui
mais um grito contra este estado de coisas.
Meu Deus, cuidai destes teus
filhos que nada têm o que comer e, principalmente, nada têm o que
beber.
Sabes, Pai, da luta inglória de todos eles. Homens bons e
trabalhadores que só querem um pouco de água para tocar suas vidas.
Permite,
Pai, que eles sejam atendidos em suas necessidades. Eles são teus filhos e
aprenderam a lição da perseverança e da fé. Cuida deles, Pai.
E você também,
mesmo distante desta realidade, não deixe de fazer o que for possível para
acabar com este vexame nacional, esta vergonha que não se quer calar.
Fico
por aqui e peço a Deus, conforme falou o Nosso Senhor Jesus Cristo, “daí de água
a quem tem sede”. E que seja a água abundante e, mais ainda, farta de
bênçãos.
Em paz,
Helder Camara
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