6.2.13


ARGUMENTANDO SOBRE A REENCARNAÇÃO
    III. ARGUMENTOS RELIGIOSOS
    Nas tradições e na literatura religiosa de muitos povos e épocas,  encontraremos o registro da idéia da reencarnação e ensinos a respeito. Mas como, aqui no Brasil, nosso povo está mais ligado as idéias religiosas da Bíblia, a ela recorreremos.
    No Velho como no Novo Testamento, há passagens sobre reencarnação.
    Citaremos, do Novo Testamento, uma passagem em que Jesus a ensina teoricamente, outra em que indica estar reencarnado entre eles naquela época, alguém que no passado fora muito conhecido e respeitado, e uma terceira em que reafirma essa reencarnação.
    1. O diálogo de Jesus com Nicodemos
    "Ora, entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodemos, principal dos Judeus, que veio à noite ter com Jesus e lhe disse:
    "- Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus, porque ninguém poderia fizer os sinais que tu fazes, se Deus não estivesse com ele.
    "- Em verdade, em verdade te digo: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.
     "- Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer pela segunda vez?
    "- Em verdade, em verdade te digo: Se um homem não nasce da água e do espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito.
     "Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde ele vem, nem para onde ele vai; o mesmo se dá com todo aquele que é nascido do espírito.
    "- Como pode isto fazer-se?
    "- Pois que! és mestre em Israel e ignoras estas coisas?
    "Digo-te em verdade que não dizemos senão o que sabemos, e que não damos testemunho senão do que temos visto, entretanto, não aceitais o nosso testemunho. Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas do Céu?" (João, cap. 3 vs. I a I 2. )
     Neste diálogo, Jesus ensina teoricamente a reencarnação. Nicodemos pensou no mesmo corpo nascendo de novo (o que  não é possível). Jesus corrigiu esse erro: "o que é nascido da carne é carne", o corpo segue a lei natural da decomposição da matéria; reafirmou que para "entrar no reino de Deus" (alcançar planos espirituais elevados) há necessidade de renascer tanto da água (símbolo da matéria) como do espírito; ou seja, reencarnar no mundo material mas também renovar-se intimamente, progredir. Usou o ar (pneuma, símbolo do elemento espiritual) como comparação para explicar que sentimos a presença e manifestação do espírito reencarnado, através do seu novo corpo, mas não podemos identificar de onde veio (o passado é providencialmente esquecido) nem apontar-lhe um futuro (vai depender do seu livre-arbítrio).
    2. Jesus afirma duas vezes que  João Batista era Elias reencarnado
    a) Após dar seu testemunho sobre João Batista.
    - Desde o tempo de João Batista até o presente, o reino dos céus é tomado pela força e são os que se esforçam que se apoderam dele; porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.
    E se quereis reconhecer, ele mesmo é Elias que estava para vir. Ouça-o aquele que tiver ouvidos de ouvir. (Mateus, 11 vs. 12/15.)
    b) Na transfiguração.
    Quando Jesus se transfigurou, apareceram ao seu lado, conversando com ele, Moisés e Elias, ambos espíritos há muito desencarnados.
    As profecias diziam que Elias tinha de vir antes do Cristo...
    Se Jesus era o Cristo, como é que Elias ainda estava no plano espiritual?
    Para esclarecerem essa dúvida, os discípulos perguntaram a Jesus:
    - Não dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?
     - É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas; mas eu vos declaro que Elias já veio e eles não o reconheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.
    Então, os discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara. (Mateus, 17 vs. 10/13; Marcos, 9 vs. 11/13.)
    Reencarnando como João Batista, Elias voltara à Terra e fizera o seu papel de precursor do Cristo. Depois, fora decapitado e retornara ao mundo espiritual de onde agora se apresentava de novo, ao lado de Jesus e à vista dos seus discípulos, num fenômeno de materialização.
    IV. CONCLUSÕES
    Estudando racionalmente a teoria da reencarnação:
    - encontramos argumentos filosóficos, científicos e religiosos a embasá­-la;
    - reconhecemos ser ela uma lei divina a nos ensejar o progresso incessante (pois é porta sempre aberta aos nossos esforços evolutivos);
    - verificamos que nela se evidenciam de modo sublime o poder, a justiça e a bondade de Deus.
    "Nascer, Morrer, Renascer, ainda e progredir sempre, tal é a lei". (Frase que se encontra no dólmen do túmulo de Allan Kardec, em Paris.)
 
 Livros consultados:
 De Allan Kardec:
 - "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. IV.
 - "O Livro dos Espíritos", 2ª parte, cap. IV.
 Da Bíblia:
 - "Novo Testamento".
 De Gabriel Delanne:
 - "A Reencarnação".
 De Torres Pastorino:
 - "A Sabedoria do Evangelho", 3° e 4° volumes.
Fonte: "Iniciação ao Espiritismo" - Therezinha Oliveira

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