ARGUMENTANDO SOBRE A REENCARNAÇÃO
III.
ARGUMENTOS RELIGIOSOS
Nas tradições e na literatura religiosa de muitos
povos e épocas, encontraremos o registro da idéia da reencarnação e ensinos a
respeito. Mas como, aqui no Brasil, nosso povo está mais ligado as idéias
religiosas da Bíblia, a ela recorreremos.
No Velho como no Novo
Testamento, há passagens sobre reencarnação.
Citaremos, do Novo Testamento, uma passagem
em que Jesus a ensina teoricamente, outra em que indica estar reencarnado entre
eles naquela época, alguém que no passado fora muito conhecido e respeitado, e
uma terceira em que reafirma essa reencarnação.
1. O diálogo de Jesus com
Nicodemos
"Ora, entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodemos,
principal dos Judeus, que veio à noite ter com Jesus e lhe disse:
"-
Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus, porque ninguém poderia fizer os
sinais que tu fazes, se Deus não estivesse com ele.
"- Em verdade, em
verdade te digo: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.
"- Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua
mãe, para nascer pela segunda vez?
"- Em verdade, em verdade te digo: Se
um homem não nasce da água e do espírito, não pode entrar no reino de Deus. O
que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito.
"Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. O vento
sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde ele vem, nem para onde
ele vai; o mesmo se dá com todo aquele que é nascido do espírito.
"- Como
pode isto fazer-se?
"- Pois que! és mestre em Israel e ignoras estas
coisas?
"Digo-te em verdade que não dizemos senão o que sabemos, e que
não damos testemunho senão do que temos visto, entretanto, não aceitais o nosso
testemunho. Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me
crereis, quando vos fale das coisas do Céu?" (João, cap. 3 vs. I a I 2. )
Neste diálogo, Jesus ensina teoricamente a reencarnação. Nicodemos pensou no
mesmo corpo nascendo de novo (o que não é possível). Jesus corrigiu esse erro:
"o que é nascido da carne é carne", o corpo segue a lei natural da decomposição
da matéria; reafirmou que para "entrar no reino de Deus" (alcançar planos
espirituais elevados) há necessidade de renascer tanto da água (símbolo da
matéria) como do espírito; ou seja, reencarnar no mundo material mas também
renovar-se intimamente, progredir. Usou o ar (pneuma, símbolo do elemento
espiritual) como comparação para explicar que sentimos a presença e manifestação
do espírito reencarnado, através do seu novo corpo, mas não podemos identificar
de onde veio (o passado é providencialmente esquecido) nem apontar-lhe um futuro
(vai depender do seu livre-arbítrio).
2. Jesus afirma duas vezes que João Batista
era Elias reencarnado
a) Após dar seu testemunho sobre João
Batista.
- Desde o tempo de João Batista
até o presente, o reino dos céus é tomado pela força e são os que se esforçam
que se apoderam dele; porque todos os profetas e a lei profetizaram até
João.
E se quereis reconhecer, ele mesmo é Elias que estava para vir.
Ouça-o aquele que tiver ouvidos de ouvir. (Mateus, 11 vs. 12/15.)
b) Na
transfiguração.
Quando Jesus se transfigurou, apareceram ao seu lado,
conversando com ele, Moisés e Elias, ambos espíritos há muito
desencarnados.
As profecias diziam que Elias tinha de vir antes do
Cristo...
Se Jesus era o Cristo, como é que Elias ainda estava no plano
espiritual?
Para esclarecerem essa dúvida, os discípulos perguntaram a
Jesus:
- Não dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?
- É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas; mas eu vos
declaro que Elias já veio e eles não o reconheceram e o trataram como lhes
aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.
Então, os discípulos
compreenderam que fora de João Batista que ele falara. (Mateus, 17 vs. 10/13;
Marcos, 9 vs. 11/13.)
Reencarnando como João Batista, Elias voltara à
Terra e fizera o seu papel de precursor do Cristo. Depois, fora decapitado e
retornara ao mundo espiritual de onde agora se apresentava de novo, ao lado de
Jesus e à vista dos seus discípulos, num fenômeno de
materialização.
IV. CONCLUSÕES
Estudando racionalmente
a teoria da reencarnação:
- encontramos argumentos filosóficos,
científicos e religiosos a embasá-la;
- reconhecemos ser ela uma lei
divina a nos ensejar o progresso incessante (pois é porta sempre aberta aos
nossos esforços evolutivos);
- verificamos que nela se evidenciam de modo
sublime o poder, a justiça e a bondade de Deus.
"Nascer, Morrer,
Renascer, ainda e progredir sempre, tal é a lei". (Frase que se encontra no
dólmen do túmulo de Allan Kardec, em Paris.)
Livros consultados:
De
Allan Kardec:
- "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. IV.
- "O Livro
dos Espíritos", 2ª parte, cap. IV.
Da Bíblia:
- "Novo
Testamento".
De Gabriel Delanne:
- "A Reencarnação".
De Torres
Pastorino:
- "A Sabedoria do Evangelho", 3° e 4° volumes.
Fonte: "Iniciação ao Espiritismo" - Therezinha
Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário