Aos Irmãos de Fé
As Escrituras Sagradas
proclamam que Pedro representa o eixo básico da Igreja do Cristo. A alusão a
Pedro é uma referência bíblica, tão somente, mas simboliza a linhagem do papado
romano. Não se deve esperar que esta linhagem, nos tempos atuais, seja diferente
no requisito que diz que o papa é, antes de tudo, um grande pastor, pastor das
ovelhas católicas.
A ele se debruçam esperanças. A ele se espera um
desempenho de tamanha ordem que seja visto pelo mundo como alguém capaz de
contribuir para o bem da Terra, haja vista que lidera uma facção expressiva da
fé entre os povos. Não se deve esperar um santo, mas a tradição tem mostrado que
os escolhidos, geralmente, são homens especiais e daí a santidade é um
pulo.
Não se busca um santo ou um estadista, mas um homem de bem, um homem
sintonizado com o seu tempo e que seja capaz, também, de liderar uma nação de
católicos para este século de incertezas e de moral cambaleante. Os “papáveis”
são homens comprometidos com a Igreja, mas, acima de tudo, devem ser
comprometidos com a palavra do Cristo em sua vida. Um exemplo. É neste ponto que
pauto esta minha escrita, o exemplo.
Nos dias hodiernos em que tudo está em
situação de quase desequilíbrio, onde uma névoa parece que passeia sobre o céu
do mundo, devemos ter um papa que simbolize a reforma moral das criaturas de
Deus. Um papa possui uma visibilidade que vai além do seu cerco de crença, então
passa a ser alguém que será observado e seguido em suas pregações e atos.
O
papa João Paulo II foi um destes homens admiráveis. Soube encarnar muito bem
esta personalidade de líder de uma facção da fé transpondo as fronteiras de seu
território. Necessitamos na Igreja Romana de outro homem com iguais qualidades e
que agregue o sentimento do mundo em seu coração.
João Paulo II guardou a fé
católica, mas também se arvorou em ser um representante do Cristo na Terra, não
como um homem infalível, mas um discípulo da fé, da moral, do bem. Sua
personalidade carismática, é verdade, ajudou neste sentido, mas sua postura
moral inquebrantável fê-lo exemplo entre os homens. É isto que
procuramos.
Nós que fazemos as lides católicas no mundo maior estamos
esperançosos. Queremos mais porque o mundo necessita de mais. Lutamos pela fé e
pela esperança. Lutamos pelo exemplo com determinação. Para isso, não é
suficiente apenas a vocação de pastor, que muitos possuem, mas a determinação de
fazer e ser diferente diante dos desafios que o mundo aponta.
Conclamamos aos
irmãos de fé católica que se junte a nós em oração. A oração é fundamental para
que tenhamos a eleição de um líder sintonizado com os tempos novos, mas que
seja, em tudo que puder, um leal representante do Cristo na Terra.
Sou
católico no mundo espiritual, continuo sendo, não como na Terra que nos fechamos
mais em nossos quadros de fé, mas mantenho a minha identidade de seguidor dos
passos do Cordeiro de Deus pelos caminhos romanos. Somos, neste lado da vida,
para aqueles que não enxergam unicamente os seus objetivos, irmãos uns com os
outros e dividimos pelejas e conquistas de mãos dadas, nisto também o próximo
representante dos católicos precisa se mirar, um articulador da fé universal,
reconhecendo e convivendo em harmonia com as demais crenças terrenas em prol de
um mesmo rebanho, pertencente a Deus, Pai Universal.
Aos cardeais, o nosso
desejo de sucesso na escolha, amparados pelo Cristo Jesus e sob a égide da
influência do Espírito Santo.
Ao mundo, compartilhem estas palavras como
alguém que se sente comprometido com os destinos do planeta nesta hora
derradeira de uma fase de mudanças.
Ao Pai, a nossa adoração.
À Cristo, a
nossa veneração e respeito.
Ao futuro Papa, a nossa indicação e emanação de
sabedoria e compromisso com a paz entre os povos.
Que Deus nos
abençoe!
Albino Luciani
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