14.2.13


Aos Irmãos de Fé

As Escrituras Sagradas proclamam que Pedro representa o eixo básico da Igreja do Cristo. A alusão a Pedro é uma referência bíblica, tão somente, mas simboliza a linhagem do papado romano. Não se deve esperar que esta linhagem, nos tempos atuais, seja diferente no requisito que diz que o papa é, antes de tudo, um grande pastor, pastor das ovelhas católicas.
A ele se debruçam esperanças. A ele se espera um desempenho de tamanha ordem que seja visto pelo mundo como alguém capaz de contribuir para o bem da Terra, haja vista que lidera uma facção expressiva da fé entre os povos. Não se deve esperar um santo, mas a tradição tem mostrado que os escolhidos, geralmente, são homens especiais e daí a santidade é um pulo.
Não se busca um santo ou um estadista, mas um homem de bem, um homem sintonizado com o seu tempo e que seja capaz, também, de liderar uma nação de católicos para este século de incertezas e de moral cambaleante. Os “papáveis” são homens comprometidos com a Igreja, mas, acima de tudo, devem ser comprometidos com a palavra do Cristo em sua vida. Um exemplo. É neste ponto que pauto esta minha escrita, o exemplo.
Nos dias hodiernos em que tudo está em situação de quase desequilíbrio, onde uma névoa parece que passeia sobre o céu do mundo, devemos ter um papa que simbolize a reforma moral das criaturas de Deus. Um papa possui uma visibilidade que vai além do seu cerco de crença, então passa a ser alguém que será observado e seguido em suas pregações e atos.
O papa João Paulo II foi um destes homens admiráveis. Soube encarnar muito bem esta personalidade de líder de uma facção da fé transpondo as fronteiras de seu território. Necessitamos na Igreja Romana de outro homem com iguais qualidades e que agregue o sentimento do mundo em seu coração.
João Paulo II guardou a fé católica, mas também se arvorou em ser um representante do Cristo na Terra, não como um homem infalível, mas um discípulo da fé, da moral, do bem. Sua personalidade carismática, é verdade, ajudou neste sentido, mas sua postura moral inquebrantável fê-lo exemplo entre os homens. É isto que procuramos.
Nós que fazemos as lides católicas no mundo maior estamos esperançosos. Queremos mais porque o mundo necessita de mais. Lutamos pela fé e pela esperança. Lutamos pelo exemplo com determinação. Para isso, não é suficiente apenas a vocação de pastor, que muitos possuem, mas a determinação de fazer e ser diferente diante dos desafios que o mundo aponta.
Conclamamos aos irmãos de fé católica que se junte a nós em oração. A oração é fundamental para que tenhamos a eleição de um líder sintonizado com os tempos novos, mas que seja, em tudo que puder, um leal representante do Cristo na Terra.
Sou católico no mundo espiritual, continuo sendo, não como na Terra que nos fechamos mais em nossos quadros de fé, mas mantenho a minha identidade de seguidor dos passos do Cordeiro de Deus pelos caminhos romanos. Somos, neste lado da vida, para aqueles que não enxergam unicamente os seus objetivos, irmãos uns com os outros e dividimos pelejas e conquistas de mãos dadas, nisto também o próximo representante dos católicos precisa se mirar, um articulador da fé universal, reconhecendo e convivendo em harmonia com as demais crenças terrenas em prol de um mesmo rebanho, pertencente a Deus, Pai Universal.
Aos cardeais, o nosso desejo de sucesso na escolha, amparados pelo Cristo Jesus e sob a égide da influência do Espírito Santo.
Ao mundo, compartilhem estas palavras como alguém que se sente comprometido com os destinos do planeta nesta hora derradeira de uma fase de mudanças.
Ao Pai, a nossa adoração.
À Cristo, a nossa veneração e respeito.
Ao futuro Papa, a nossa indicação e emanação de sabedoria e compromisso com a paz entre os povos.
Que Deus nos abençoe!
Albino Luciani

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