Mudanças
À Deus e ao Nosso Senhor Jesus Cristo, eu
escrevo estas palavras.
Ninguém, em sã consciência, gostaria de aceitar o
prelado papal. É tanta responsabilidade, é tanto desprendimento, que impõe uma
disciplina e uma fé intransponíveis para exercer este papel.
Um papa, em sua
figura, se concentra uma enormidade de deveres que ele deve dar conta da melhor
maneira possível. É um rebanho de mais de um bilhão de pessoas cuja ação se dá
no mundo inteiro.
Ver o que está errado e querer acertar é desafio dos
grandes. Será que um papa possui tamanha possibilidade de desafiar a tudo e a
todos e impor a sua vontade? Ou será que ele deve se acomodar diante das
pressões e fazer aquilo que lhe seja possível.
Conheci um papa grandioso,
João Paulo II.
Ele teve coragem de impor determinadas regras em seu papado,
regras estas que discordo algumas delas e que me atingiu profundamente, mas foi
leal aos seus princípios e teve coragem de impor mudanças. A coragem para mudar
o que deve ser mudado é o requisito que se espera do novo papa.
Há um
conserto geral entre os participantes, pelo que vejo, que mudanças devem ser
feitas, mas que elas não sejam, para alguns, a ponto de desestabilizar o status
quo.
O que vejo do lado de cá da vida é intensa movimentação para que todos
sejam ungidos pelo Espírito Santo e cumpra com seus deveres e o que isso quer
dizer?
Meus amigos, necessitamos, os homens, que nossas decisões sejam
inspiradas, que sejam abençoadas, que possam ir ao encontro da verdade e das
aspirações de todos. Pois bem, é o Espírito Santo que deve permear tais decisões
e esta é gravíssima para serem tomadas açodadamente.
Creio que as mudanças
virão, talvez não no impacto que desejamos, mas virão. Virão porque o mundo
respira outros ares e a pressão internacional por posições mais coerentes e
firmes da Igreja se faz presente em muitos flancos.
Quando absorvo as
tendências mais conformistas em minhas palavras é porque sei do incrível embate
que se dá no lado de cá da vida. Forças poderosíssimas, não mais logicamente que
a de Deus, conspiram em favor de certa desestabilização, mas nós estamos
vigilantes.
A fé, meus amigos, ainda é elemento de barganha em muitos
conclaves pelos asseclas espirituais como mecanismo de dominar o mundo. Eles
incitam mudanças destemperadas para destruir alguns pontos fundamentais que se
assentam a nossa Igreja, por isso, todo cuidado é pouco.
Despeço-me nesta
manhã de domingo com a esperança redobrada. Daqui a uma semana teremos um trono
vacante e o mundo inteiro de olhos em nossas decisões.
Queira o Pai Celestial
que tenhamos sabedoria para tomar as decisões acertadas e que o trono de Pedro
seja, na realidade, o local onde reflita a vontade Dele sob a coordenação de
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Que eles inspirem a todos nós.
Um
abraço,
Helder Camara