3.12.18

XXVII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”



– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

Encerrando o capítulo IV – “Numa Cidade Estranha” –, André Luiz relata que, caminhando pela cidade, subiram por uma rua íngreme e, de repente, avistaram palácios estranhos que surgiam, imponentes...
Embora estivessem numa cidade semelhante àquelas da Idade Média, os três amigos haviam alcançado “praças bem cuidadas, cheias e povo”, que ostentavam “carros soberbos, puxados por escravos e animais.”
Notemos que descrição impressionante é digna dos enredos de filmes que Hollywood produz, tentando retratar a vida dos homens há séculos...
“Liteiras e carruagens transportavam personalidades humanas, trajadas de modo surpreendente, em que o escarlate exercia domínio, acentuando a dureza dos rostos que emergiam dos singulares indumentos.”
Seria tudo aquilo mera criação mental daquelas entidades que viviam na Dimensão subcrostal?! Com certeza, não. Tais espíritos, assim como distintos portugueses desencarnados, haviam edificado, no século XVI, a cidade de “Nosso Lar”, edificaram aquela cidade lúgubre, em cujo centro se concentravam os “senhores” que ali haviam estabelecido o seu feudo espiritual...
Segundo André, era um reino de misérias, favorecendo a poucos “privilegiados”!
De repente, com certeza sendo notados em seu porte diferente, e até mesmo em suas vestes, os três foram interpelados por alguém que a eles se dirigiu descortês.
- Que fazem?
Era um homem alto, de nariz adunco e olhos felinos, com todas as maneiras do policial desrespeitoso, a identificar-nos.
- Procuramos o sacerdote Gregório, a quem estamos recomendados – esclareceu Gúbio, humilde.
Sintetizando, André informa que a sentinela os conduziu à presença de Gregório, que não os recebeu com hospitalidade. Possivelmente, com as suas percepções aguçadas, o sacerdote, que ali dominava, vivia à espera de adversários de seus planos – convém, novamente, informar que Gregório era o Papa Gregório IX, desencarnado em 1241, em Roma, Itália. Ora, há quantos séculos, em espírito, Gregório permanecia naquela situação espiritual?!...
Tendo André Luiz, o Dr. Carlos Chagas, desencarnado na década de 30, no século XX, podemos dizer que Gregório estacionara naquela condição, no mínimo, há quase sete séculos, ou seja, 700 anos!...
Que pensam os nossos internautas a respeito?! Gregório, com a sua força mental – espírito altamente intelectualizado, sem dúvida –, poderia sustentar-se por tanto tempo em seu corpo espiritual?!...
O diálogo a seguir nos demonstra que ele, Gregório, tinha perfeita noção de sua desencarnação – sabia que não mais estava na Crosta.
- Vieram da Crosta, há muito tempo?
- Sim – respondeu nosso Instrutor –, e temos necessidade de auxílio.
- Já foram examinados?
- Não.
- E quem os enviou? – inquiriu o sacerdote, sob visível perturbação.
- Certa mensageira de nome Matilde.
O anfitrião estremeceu, mas observou, implacável:
- Não sei quem seja (...).
*
Antes de concluirmos os estudos da semana, necessitamos dizer que, igualmente, nas Esferas Espirituais, o perispírito está sujeito à menor ou menor capacidade longeva. Sobre a Terra, se alguns vivem apenas alguns minutos, ou não mais que poucos dias, outros alcançam idade quase centenária, não é assim?!...
Este tema, sem dúvida, é um desafio aos estudiosos do Espiritismo, que, infelizmente, sobre ele têm se calado.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 3 de dezembro de 2018.

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