Reunião pública de 13-3-59
Questão nº 264
O exemplo de ontem é a raiz
oculta que deita as vergônteas floridas ou espinhosas na árvore da tua
experiência de hoje.
Tens do que deste, tanto
quanto recolhes compulsoriamente do que semeaste.
Nos pais irascíveis e
intolerantes, recebes os parceiros de outras eras, com os quais te
acumpliciaste na delinquência, a fim de que lhes reconduzas o passo à quitação
perante a Lei.
Na esposa impertinente e
enferma, surpreendes a mulher que viciaste a distância de obrigações
veneráveis, para que, à custa de abnegação e carinho, lhe restaures no espírito
a dignidade do próprio ser.
No companheiro insensato e
infiel, tens o ânimo defrontado pelo homem que desviaste de deveres
santificantes, de modo a lhe despertares na consciência, a preço de sofrimento
e renúncia, as verdadeiras noções da honra e da lealdade.
Nos filhos ingratos,
encontras, de novo, aquelas mesmas criaturas que atiraste ao precipício da
irreflexão e da violência, a exigirem-te, em sacrifício incessante, a escada do
reajuste.
Nos empeços da vida social
dolorosa e difícil, recuperas exatamente os estorvos que armaste ao caminho
alheio, para que venhas a esculpir, no santuário das próprias forças, o
respeito preciso para com a tarefa dos outros.
No corpo mutilado ou
desfalecente, impões a ti mesmo a resultante dos abusos a que te dedicaste,
esquecido de que todos os patrimônios da marcha são empréstimos da Providência
Maior e que sempre devolveremos em época prevista.
Herdamos, assim, de nós
mesmos tudo aquilo que se nos afigura embaraço e miséria no cálice do destino.
Se desejas, portanto,
conquistar em ti mesmo a vitória da luz, lembra-te, cada dia, de que o meirinho
da morte chegará de improviso, reclamando-te em conta tudo aquilo que o mundo
te confia à existência, sejam títulos nobres e afeições respeitáveis, sejam
posses e privilégios que perduram apenas no escoar de alguns dias, para que,
enfim, recebas, por vera propriedade, os frutos bons ou maus de teus próprios
exemplos, que impelirão tua alma à descida da treva ou à glória imortal da
divina ascensão.
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