Questão 474 do Livro dos
Espíritos
A palavra possesso é apenas
força de expressão, de sorte a entendermos uma profunda simbiose de dois
Espíritos que se afinizam. Os dois têm muito em comum, igualdade de sentimentos
nos seus roteiros percorridos e a percorrer.
Existem as sessões de
desobsessão nas casas espíritas, muito válidas; no entanto, é preciso que se
entenda que o primeiro a ser educado é o encarnado. Ele haverá de promover para
seu bem-estar, mudanças nos seus sentimentos mais profundos. Existem os
pensamentos secretos que alimentamos e que temos prazer de sentir, e são eles
que criam uma linha de comunicação com os Espíritos das trevas, a nos induzirem
para a possessão.
A possessão é capaz de tirar
devagarinho a nossa consciência, cedendo lugar a uma consciência estranha a
dominar nossa vida. Em muitos casos, ficamos dependentes de maneira profunda da
companhia de entidades espirituais.
Muitos dizem que os
verdadeiramente possessos ficam completamente inconscientes, mas, não é assim.
Ninguém, por lei espiritual, rouba a consciência do outro. Nas profundezas dos
pensamentos está a liberdade de pensar; no entanto, podemos encontrar a
resistência dos que nos dominam pela compatibilidade de idéias más, repetimos,
nunca caímos em inconsciência total. Quando, por vezes o encarnado parece estar
em inconsciência, como vulgarmente se fala, o Espírito se encontra ativo; no
entanto, a alma se encontra sem condições de se expressar, por deformidade ou
desequilíbrio do aparelho carnal.
Em se falando de dependência,
encontramos pessoas encarnadas, uma dependente da outra, em muitas
circunstâncias e, às vezes, se demoram neste processo, uma esperando da outra,
para se completar e viver. É falta de personalidade, é falta de equilíbrio
emocional. Cada consciência é um mundo diferente, que deve ter sua independência
espiritual. É neste sentido que Jesus diz: - “Conhecereis a verdade e ela vos
tornará livres”. Precisamos conhecer a verdade ou, pelo menos, nos esforçarmos
para tal, para que a liberdade possa chegar, mesmo devagarinho, para a nossa
felicidade. Bem sabemos que os elementos nobres não se misturam, e essa nobreza
espiritual haverá de ser conquistada pelas almas, para que elas não atraiam
companhias inferiores.
Existem certas provações que
nos parecem possessões, dado o corpo vir com certas deficiências, de modo que a
fraqueza leva a criatura a ser dominada pelos Espíritos equivocados. Como já
tem a alma muitos inimigos do passado, ela sofre a influência desses
companheiros que ainda residem nas sombras.
Tu tens um corpo e deves
cuidar dele. Faze dele teu conhecido, porque um corpo fortalecido com uma mente
dotada de conhecimentos espirituais, terá a facilidade de resistência, bem
maior, para que possas te libertar dessas companhias indesejadas. Lança mão da
fraternidade, aquela que não desconhece o amor, no sentido da caridade circular
em teu coração. Não julgues a ninguém, não calunies teus companheiros e nem
ofendas aos teus semelhantes. O tempo é curto para consertarmos a nós mesmos, e
se empregarmos esse tempo para vigiar a vida alheia, ficaremos envolvidos no
próprio mal dos outros e passaremos a sofrer as conseqüências de todos os males
que ideamos. Foge de toda a dependência, a não ser a de Deus, que o Cristo nos
ajudará nos processos de libertação do mal que se aproximar de nós.
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