Os Espíritos são criados simples e
ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, porém
perfectíveis e com igual aptidão para tudo adquirirem e tudo conhecerem, com o
tempo. A princípio eles se encontram numa espécie de infância, carentes de
vontade própria e sem a consciência perfeita de sua existência.
A medida que o Espírito se distancia do
ponto de partida, desenvolvem-se-lhe as idéias, como na criança, e com as
idéias o livre-arbítrio, isto é, a liberdade de fazer ou não fazer, que é um
dos atributos essenciais do Espírito.
O objetivo final de todos consiste em
alcançar a perfeição de que é suscetível a criatura. O resultado dessa
perfeição está no gozo da suprema felicidade.
Com este objetivo, os Espíritos revestem
transitoriamente um corpo material.
A vida espiritual é a vida normal do
Espírito: é eterna; a vida corporal é transitória e passageira: não é mais do
que um instante na eternidade.
O aperfeiçoamento do Espírito é fruto do
seu próprio labor, ele avança na razão de sua maior ou menor atividade ou da
boa vontade em adquirir as qualidades que lhe faltam.
Não podendo, numa só existência, adquirir
todas as qualidades morais e intelectuais, ele chega a essa aquisição por meio
de uma série de existências, em cada uma das quais dá alguns passos para
frente, na senda do progresso e se liberta de algumas imperfeições.
Para cada nova existência, o Espírito traz
o que ganhou em inteligência e em moralidade nas suas existências pretéritas,
assim como os germens das imperfeições de que ainda não superou. Não perde
jamais uma vitória
alcançada: um vício vencido
jamais lhe será problema. Tampouco poderá retrogradar, pois os Espíritos não
degeneram. Podem permanecer estacionários, mas jamais retrogradam.
Quando o Espírito empregou mal uma
existência, isto é, quando nenhum progresso realizou na senda do bem, essa
existência lhe resulta sem
proveito: ele tem que a
recomeçar em condições mais ou menos penosas.
É indeterminado o número de existências;
depende da vontade do Espírito reduzir esse número, trabalhando ativamente pelo
seu progresso moral.
No intervalo das existências corpóreas, o
Espírito vive a vida espiritual, que Kardec chama de erraticidade.
Quando os Espíritos realizam a soma de
progresso que o estado do mundo onde estão lhes faculta efetuar, eles o deixam,
passando a encarnar noutro mais adiantado, onde entesouram novos conhecimentos.
Prosseguem assim, até que nenhuma utilidade mais tenha a encarnação em corpos
materiais. Entram, então, a viver exclusivamente a vida espiritual, em que
progridem noutro sentido e por outros meios. Galgando o ponto culminante do
progresso gozam da felicidade suprema.
ESCALA ESPÍRITA
Allan Kardec [LE-qst 100] vai apresentar
uma classificação prática dos diversos Espíritos, de acordo com seu progresso
intelecto-moral. Lembra o Codificador que esta classificação não é estanque,
existindo inúmeras variações entre uma classe e outra, e que Espírito algum
permanecerá eternamente na mesma classe, pois o progresso é uma fatalidade na
Lei Divina.
Primeira Ordem: Espíritos Puros
Os Espíritos que compõe a primeira ordem
percorreram todos os degraus da escala e se despojaram de todas as impurezas da
matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura,
não têm mais de sofrer provas e expiações. Não estão mais sujeitos às
reencarnações, mas podem, ocasionalmente, reencarnarem como grandes
missionários. Gozam de inalterável felicidade e sua superioridade intelectual e
moral em relação aos outros Espíritos é absoluta. São os mensageiros de Deus,
na direção dos mundos, sistemas planetários e galáxias.
O único Espírito puro a encarnar no nosso
orbe foi Jesus.
Esta ordem apresenta uma única classe (1ª
classe);
Segunda Ordem: Espíritos Bons
Observa-se nesses Espíritos, predomínio do
Espírito sobre a matéria, desejo do bem; buscam Deus conscientemente, mas ainda
terão de passar por provas; uns possuem a ciência, outros a sabedoria e a
bondade; os mais adiantados juntam ao seu saber as qualidades morais.
Esta ordem apresenta quatro classes
principais:
2ª Classe: Espíritos Superiores: reúnem a
ciência, a sabedoria e a bondade; buscam comunicar-se com os que aspiram à
verdade; encarnam-se na Terra apenas em missão de progresso e caracterizam o
tipo de perfeição a que podemos aspirar neste mundo;
3ª Classe: Espíritos Prudentes: elevadas
qualidades morais e capacidade intelectual que lhes permitem analisar com
precisão os homens e as coisas;
4ª Classe: Espíritos Sábios: amplitude de
conhecimentos aplicados em benefício dos semelhantes; têm mais aptidão para as
questões científicas do que para as morais;
5ª Classe: Espíritos Benévolos: seu progresso
realizou-se mais no sentido moral do que no intelectual; a bondade é a
qualidade dominante.
Terceira Ordem: Espíritos Imperfeitos
Predomínio da matéria sobre o Espírito.
Propensão ao mal. Têm a intuição de Deus, mas não o buscam através de atos e
pensamentos. Apresentam idéias pouco elevadas.
Apresenta cinco classes:
6ª Classe: Espíritos Batedores ou
Perturbadores: sua presença manifesta-se por efeitos sensíveis e físicos, como
pancadas e deslocamento de corpos sólidos;
7ª Classe: Espíritos Neutros: apegados às
coisas do mundo, não são bons o suficiente para praticarem o bem, nem maus o
bastante para fazerem o mal;
8ª Classe: Espíritos Pseudo-Sábios: possuem
grande conhecimento, mas julgam saber mais do que sabem; sua linguagem tem
caráter sério, misturando verdades com suas próprias paixões e preconceitos;
9ª Classe: Espíritos Levianos: são
ignorantes e inconseqüentes, mais maliciosos do que propriamente maus;
linguagem alegre, irônica e superficial;
10ª Classe: Espíritos Impuros: o mal é o
objeto de suas preocupações; sua linguagem é grosseira e revela a baixeza de
suas inclinações.
BIBLIOGRAFIA:
1) Livro dos Espíritos -
Allan Kardec
2) Obras Póstumas - Allan
Kardec
Apostila Original: Instituto
de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG
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