A segunda grande revelação da Lei de Deus,
na concepção Kardequiana, foi apresentada por Jesus, o Divino Governador da
Terra.
Segundo o benfeitor André Luiz [Evolução em
Dois Mundos]:
"Com Jesus, a religião, como sistema
educativo, alcança eminência inimaginável. Nem templos de pedras, nem rituais.
Nem hierarquias efêmeras, nem avanço ao poder humano. O Mestre desaferrolha as
arcas do conhecimento enobrecido e distribui-lhe os tesouros."
Allan Kardec, examinando a Revelação
Cristã, lembra que:
"O Cristo, tomando da antiga lei o que
é eterno e divino e rejeitando o que era transitório, puramente disciplinar e
de concepção humana, acrescentou a revelação da vida futura, de que Moisés não
falara, assim como a das penas e recompensas que aguardam o homem depois da
morte."
Acrescenta Kardec que a filosofia cristã
estava sedimentada em uma concepção inteiramente nova da Divindade. Esta já não
era mais a concepção de um Deus terrível, ciumento, vingativo, como O
apresentava Moisés, mas um Deus clemente, soberanamente bom e justo, cheio de
mansidão e misericórdia, que perdoa ao vicioso e dá a cada um segundo as suas
obras. Enfim, já não é o Deus que quer ser temido, mas o Deus que quer ser
amado.
Quem é Jesus?
Lembra o Espírito Emmanuel, que:
"De forma alguma poderíamos fazer um
estudo minucioso da psicologia de Jesus, por nos faltar maturidade espiritual
para tanto."
No entanto, a respeito do Messias, sabe-se
que foi Ele o Enviado de Deus, a representação do Pai junto ao rebanho de
filhos transviados de seu amor e de sua sabedoria, cuja tutela foi-lhe confiada
nas ordenações sagradas da vida no Infinito.
Diretor angélico do orbe terreno,
acompanhou todo o processo de formação da Terra, o primórdio da vida no
planeta, e vem seguindo, com a mais extremada atenção, a todos os espíritos que
vinculados a este orbe, desenvolvem valores éticos e culturais.
Mostra Emmanuel que Jesus não pode ser
compreendido como um simples filósofo, tendo-se em conta os valores divinos de
sua hierarquia espiritual, conseguidos à custa de inumeráveis encarnações em
mundos, hoje já inexistentes.
Esteve encarnado em nosso planeta uma única
vez, e tornou-se, na expressão do Codificador, o "modelo e guia para a
humanidade", haja vista ter sido Jesus o único Espírito Puro a envolver-se
nos fluidos carnais da Terra.
Os Evangelhos
A Mensagem Cristã encontra-se distribuída
nos quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), nas Epístolas
apostólicas, nos Atos dos Apóstolos e no Apocalipse de João.
Uma análise crítica dos Evangelhos e das
Cartas Apostólicas, leva-nos, naturalmente, ao encontro de algumas passagens
pouco aceitáveis, ilógicas ou até mesmo absurdas: "A tentação no
deserto", "A expulsão dos vendilhões do templo" e muitos pensamentos
colocados na boca de Jesus, não resistem a uma análise racional por
encontrarem-se em evidente contradição com os mais elementares princípios da
lógica, da justiça e da caridade.
Estes desencontros evangélicos em nada
desmerecem a obra, que é, segundo Kardec, "código universal da
moral", mas despertam nossa atenção para alguns detalhes vinculados a ela:
As Adulterações
Involuntárias: Jesus nada escreveu. Acredita-se que as primeiras anotações
tenham surgido muito tempo depois da sua morte. Marcos, Lucas e Paulo não
chegaram a conhecer o Messias e, portanto, colheram informações de outras
fontes. Todos essas evidências levam-nos a acreditar que determinadas
colocações apresentadas nos Evangelhos não correspondem à realidade absoluta
dos fatos.
Certamente,
ocorreram adulterações involuntárias.
a) Os Enxertos dos Evangelistas: Notamos,
ao examinarmos os Evangelhos, que uma preocupação básica ocupava a mente dos
evangelistas: provar que Jesus era de fato o Messias aguardado pelos judeus. Para
que a Mensagem cristã viesse a vingar na Palestina, esta ideia deveria
prevalecer. Acredita-se então, que algumas passagens da Boa Nova não ocorreram
realmente, mas foram acrescentadas às anotações com esse objetivo. "O
nascimento de Jesus em Belém", "a hipotética viagem ao Egito", a
"Tentação no deserto" e muitas outras passagens teriam sido
enxertadas para provar a tese de que Jesus era o Salvador dos Judeus, o Enviado
de Jeová.
b) As Adulterações Posteriores da Igreja:
muitas anotações verificadas nos textos bíblicos de hoje não são identificadas
nas versões originais, mostrando que foram acrescentadas posteriormente. Para
justificar certos dogmas, alguns sacramentos e determinadas práticas
religiosas, certos representantes da Igreja, ainda nos primeiros séculos da era
Cristã, acrescentaram aos textos originais ideias, princípios e passagens que
na realidade não ocorreram.
Apostila Original: Instituto
de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG
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