A triste realidade que
vivemos no nosso País é consequência direta da degeneração dos costumes morais
na política. O que se infiltrou no tecido político brasileiro, há alguns
séculos, foi a apropriação indevida do Estado. Inicialmente isto ocorreu pelas mãos
de portugueses exploradores e infiéis à Pátria. Tal costume foi aprendido entre
nós, brasileiros de primeira hora, e quando nos tornamos uma República, ao
invés de destruirmos este câncer moral chamado corrupção, demos a ele a
notoriedade que não deveria e ele se implantou completamente nas nossas
práticas políticas e governamentais.
É triste afirmar isso, mas
não podemos nos afastar da verdade dos fatos. O que isso nos trouxe? Um
completo desrespeito à coisa pública e a multiplicação de desmandos como se
este procedimento fosse algo absolutamente natural. Não é.
O que dizer dos “homens
ilustres da República” sendo pegos pelas mãos invisíveis da Polícia Federal e
da Justiça?
Tudo isso é uma tentativa
inequívoca do Estado em dizer claramente: não é possível mais suportar tanta
vergonha com aquilo que nos pertence, é hora de dizer um basta definitivo.
Hoje, estes tais “homens
ilustres” reproduzem o que falaram mal de outros supostos “homens ilustres”. É
uma réplica de depoimentos às avessas. São todos, infelizmente, iguais.
Transmuda-se a sigla partidária, mas mantém-se a mesma prática cruel e
corrosiva do Estado.
Os entes públicos se alinham
aos empresários inescrupulosos para se debandarem em roubar – perdoem-me, mas
esta é a palavra mais crua e real – o que pertence ao conjunto dos brasileiros.
É certo que há aí um ar de
decepção. É certo, também, meus caros, que tudo isso precisa acontecer para que
tenhamos o desenvolvimento de uma consciência mais pura diante dos fenômenos
políticos e eleitorais, não se deixando levar por promessas vazias e
demagógicas arquitetadas por profissionais bem pagos de marketing. Nós somos o
produto de uma farsa que eles protagonizaram como se o nosso papel fosse de
salvador de um País ao elegerem eles para comandar os nossos destinos.
O homem cruel e inescrupuloso
não tem bandeira partidária. Não tem princípios elevados. Não tem compromisso
com ninguém. Tem apenas um só objetivo: locupletar-se do dinheiro público.
Toda esta aparente tragédia é
oportunidade bendita de renovação política e institucional. Novos atores do
bem-estar social precisam ter espaço para repartir as suas ideias e trazer a
lúmen uma nova experiência de vida. Eles
estão prontos e nascerão com esta finalidade, basta deixá-los agir.
O que aí está não tem mais vez.
Está carcomido. Provou-se ineficaz. Os discursos são vazios. As soluções são
tolas. Isto vai morrer e o que vai nascer trará uma nova arquitetura de
pensamento e uma nova práxis política.
Serão rechaçados de início.
Dirão que são sonhadores, falta a eles os pés no chão. Acusarão de
inexperientes. Falarão que isso não vai funcionar. Tentarão agitar as massas. O
que eles não percebem é que já se faz presente uma camada diferenciada da
população que deseja menos ideologia barata e mais ação prática e eficaz.
Novos ares chegarão à
política brasileira. Claro, como sempre, que é necessário separar o joio do
trigo, mas isto faz parte do aperfeiçoamento democrático de um País.
Avante, brasileiros!
As mudanças estão nas suas
mãos e não deixe que outros façam aquilo que é a sua responsabilidade fazer.
Estaremos juntos nesta
caminhada.
Estaremos juntos como sempre
estivemos.
Joaquim Nabuco – Blog
Reflexões de um Imortal
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