Sinceramente, eu tenho muito
que agradecer aos meus “inimigos”, àqueles que, sistematicamente, me combatem
opondo-se aos nossos escritos mediúnicos, chegando, inclusive, a censurar a
livre circulação de nossos livros, no Brasil e no Exterior.
Graças a eles é que, aos
poucos, eu venho sabendo identificar qual seja o meu lugar entre os últimos da
fila...
É que a vaidade não me tem
subido à cabeça, impedindo-me de enxergar as minhas próprias deficiências...
É que eu tenho me tornado um
pouco mais vigilante contra as ilusões que, tão comumente, assaltam os
espíritos frágeis quanto eu ainda me reconheço ser...
É que o exercício da
compreensão tem se feito mais constante em minha lida cotidiana, predispondo-me
a perdoar sempre...
É que eu tenho me vacinado
contra o vedetismo, que, sem dúvida, abstraindo-me a lucidez, poderia me expor
a situações de ridículo extremo...
É que eu tenho me esforçado
para estudar e trabalhar mais, com o propósito de demonstrar que eles não estão
absolutamente certos no mau juízo que fazem a meu respeito...
É que eu tenho procurado
servir sem outro propósito que não seja o de simples cumprimento do dever...
É que eu me entrego a
profundas reflexões a respeito de mim mesmo, avaliando as opiniões contrárias
que, muitas vezes, me servem de alerta contra a fascinação...
É que eu me habituo a fazer o
que faço sem qualquer expectativa de aplauso ou reconhecimento...
É que a contragosto –
confesso –, sinto-me induzido, ante as críticas, à prática da difícil virtude
do silêncio...
É que, ainda nada possuindo
de humildade em mim, sendo por eles humilhado, o meu orgulho vai se dobrando
gradativamente...
É que procuro trabalhar com
certa independência de pensamento, sem necessitar de estar agindo com falsidade
para angariar amigos que possam me apoiar...
É que eu tenho orado com mais
frequência, não permitindo que o desalento me paralise na ação em prol de nossa
Causa...
É que eu posso identificar
aqueles que, verdadeiramente, são os piedosos companheiros que o Senhor me
concedeu à existência...
É que eu vou aprendendo a
melhor me controlar emocional e psicologicamente...
É que eu não entrego às
crises de personalismo, com base em suposições equivocadas sobre os meus
valores...
É que eu vou adquirindo
paciência, sem nenhuma pressa de colher o que, possivelmente, eu possa estar
plantando...
É que eu passei a eleger no
tempo o meu melhor aliado, fortalecendo em mim o senso de eternidade...
É que eu entendo que ninguém
detém a interpretação da Verdade em regime de exclusividade...
Enfim, graças aos meus
“inimigos” é que eu ainda estou em pé, pois, caso contrário, se não fosse por
eles, há muito tempo eu já estaria no chão.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 31 de outubro
de 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário