1.11.16

Gratidão aos Inimigos

Sinceramente, eu tenho muito que agradecer aos meus “inimigos”, àqueles que, sistematicamente, me combatem opondo-se aos nossos escritos mediúnicos, chegando, inclusive, a censurar a livre circulação de nossos livros, no Brasil e no Exterior.
Graças a eles é que, aos poucos, eu venho sabendo identificar qual seja o meu lugar entre os últimos da fila...
É que a vaidade não me tem subido à cabeça, impedindo-me de enxergar as minhas próprias deficiências...
É que eu tenho me tornado um pouco mais vigilante contra as ilusões que, tão comumente, assaltam os espíritos frágeis quanto eu ainda me reconheço ser...
É que o exercício da compreensão tem se feito mais constante em minha lida cotidiana, predispondo-me a perdoar sempre...
É que eu tenho me vacinado contra o vedetismo, que, sem dúvida, abstraindo-me a lucidez, poderia me expor a situações de ridículo extremo...
É que eu tenho me esforçado para estudar e trabalhar mais, com o propósito de demonstrar que eles não estão absolutamente certos no mau juízo que fazem a meu respeito...
É que eu tenho procurado servir sem outro propósito que não seja o de simples cumprimento do dever...
É que eu me entrego a profundas reflexões a respeito de mim mesmo, avaliando as opiniões contrárias que, muitas vezes, me servem de alerta contra a fascinação...
É que eu me habituo a fazer o que faço sem qualquer expectativa de aplauso ou reconhecimento...
É que a contragosto – confesso –, sinto-me induzido, ante as críticas, à prática da difícil virtude do silêncio...
É que, ainda nada possuindo de humildade em mim, sendo por eles humilhado, o meu orgulho vai se dobrando gradativamente...
É que procuro trabalhar com certa independência de pensamento, sem necessitar de estar agindo com falsidade para angariar amigos que possam me apoiar...
É que eu tenho orado com mais frequência, não permitindo que o desalento me paralise na ação em prol de nossa Causa...
É que eu posso identificar aqueles que, verdadeiramente, são os piedosos companheiros que o Senhor me concedeu à existência...
É que eu vou aprendendo a melhor me controlar emocional e psicologicamente...
É que eu não entrego às crises de personalismo, com base em suposições equivocadas sobre os meus valores...
É que eu vou adquirindo paciência, sem nenhuma pressa de colher o que, possivelmente, eu possa estar plantando...
É que eu passei a eleger no tempo o meu melhor aliado, fortalecendo em mim o senso de eternidade...
É que eu entendo que ninguém detém a interpretação da Verdade em regime de exclusividade...
Enfim, graças aos meus “inimigos” é que eu ainda estou em pé, pois, caso contrário, se não fosse por eles, há muito tempo eu já estaria no chão.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 31 de outubro de 2016.

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