28.11.16

Tuas Mãos

Quando abrimos as mãos, o que vemos além dos dedos?
Dependendo da maneira como você as veja terão muitos sentidos aqueles gestos.
Um deles é de clamar. Clamar aos céus, clamar a outros, clamar. Dar um grito de penar. Ou simplesmente pedir para se amar. Braços abertos a clamar por algo que não se tem ou que se espera ter um dia. Abrir os braços e pedir. Ou num gesto de como perguntar.
Abrimos as mãos e podemos contar os dedos. E eles nos farão refletir sobre algo que temos e o que ainda teremos. O que fizemos e deixamos de fazer.  Tudo nos dedos das mãos.
Chegue mais perto e veja o que as suas mãos te dizem. Calejadas, enrijecidas, doídas, marcadas. É como a lhe contar histórias e mais histórias que você passou. As lembranças podem chegar e irem embora nas palmas das suas mãos.
Se elas te abraçam, te resguardam, te protegem, te fazem refletir para si mesmo. Elas te acariciam, te dizem o quanto você é importante.
Se viradas e estendidas, as mãos dizem pare, não chegue perto. Não invada o meu espaço. Elas podem traduzir medo ou susto. Uma repulsão.
Mas abertas e estendidas, lado a lado dos ombros, querem dizer algo bem diferente. Dizem que querem acolher, abraçar, agasalhar, receber, amar. E se cruzam sobre as costas dos outros promovem um encontro que não se deseja mais ter fim.
Duas mãos. Dez dedos. Cada um com sua função e juntos numa grande integração.
Olhe mais para as suas mãos e tente traduzir no seu dia a dia o quanto elas têm para te dizer.
Fique na paz!

Helder Camara – Blog Novas Utopias

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