Coletânea feita por Antonio Sérgio C.
Piccolo e Elio Mollo
(Em primeiro plano está o texto da matéria
O PERISPÍRITO e em seguida a bibliografia texto a texto extraída das obras
codificadas por Allan Kardec)
FUNÇÕES
O perispírito é o organismo que personaliza
e individualiza o Espírito e o identifica quanto à aparência. A alma após a
morte jamais perde sua individualidade. Ela comprova essa individualidade,
apesar de não mais possuir o corpo material, através de um fluido que lhe é
próprio, haurido na atmosfera do seu planeta e que guarda a aparência de sua
última encarnação: seu perispírito. Através dele que um ser abstrato como é o
Espírito, se torna um ser concreto, definido e apreensível pelo pensamento.
Textos extraídos das obras da codificação e
que foram utilizados na matéria O PERISPÍRITO.
150. A alma, após a morte, conserva a sua
individualidade?
"Sim; jamais a perde. Que seria ela,
se não a conservasse?"
a) - Como comprova a alma a sua
individualidade, uma vez que não tem mais corpo material?
"Continua a ter um fluido que lhe é
próprio, haurido na atmosfera do seu planeta, e que guarda a aparência de sua
última encarnação: seu perispírito."
b) - A alma nada leva consigo deste mundo?
"Nada, a não ser a lembrança e o
desejo de ir para um mundo melhor, lembrança cheia de doçura ou de amargor,
conforme o uso que ela fez da vida. Quanto mais pura for, melhor compreenderá a
futilidade do que deixa na Terra."
(O Livro dos Espíritos - qs. 150, a e b -
obra codificada por Allan Kardec)
284. Como podem os Espíritos, não tendo
corpo, comprovar suas individualidades e distinguir-se dos outros seres
espirituais que os rodeiam?
"Comprovam suas individualidades pelo
perispírito, que os torna distinguíveis uns dos outros, como faz o corpo entre
os homens."
(O Livro dos Espíritos - q. 284 - obra
codificada por Allan Kardec)
17. - O Espiritismo ensina de que maneira
se opera a união do Espírito com o corpo, na encarnação.
Pela sua essência espiritual, o Espírito é
um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria,
sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual,
de certo modo, faz parte integrante dele. É semimaterial esse envoltório, isto
é, pertence à matéria pela sua origem e à espiritualidade pela sua natureza
etérea. Como toda matéria, ele é extraído do fluido cósmico universal que,
nessa circunstância, sofre unia modificação especial. Esse envoltório, denominado
perispírito, faz de um ser abstrato, do Espírito, um ser concreto, definido,
apreensível pelo pensamento. Torna-o apto a atuar sobre a matéria tangível,
conforme se dá com todos os fluidos imponderáveis, que são, como se sabe, os
mais poderosos motores.
O fluido perispirítico constitui, pois, o
traço de união entre o Espírito e a matéria. Enquanto aquele se acha unido ao
corpo, serve-lhe ele de veículo ao pensamento, para transmitir o movimento às
diversas partes do organismo, as quais atuam sob a impulsão da sua vontade e
para fazer que repercutam no Espírito as sensações que os agentes exteriores
produzam. Servem-lhe de fios condutores os nervos como, no telégrafo, ao fluido
elétrico serve de condutor o fio metálico.
A Gênese - Encarnação dos Espíritos - cap.
XI item 17 - obra codificada por Allan Kardec
9. Quando a alma está ligada ao corpo,
durante a vida, tem duplo envoltório: um pesado e grosseiro e perecível, que é
o corpo; o outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito.
10. Existem, portanto, no homem, três
elementos essenciais:
1o . A alma ou Espírito,
princípio inteligente onde residem o pensamento, a vontade e o senso moral;
2o . O corpo, envoltório
material que põe o Espírito em relação com o mundo exterior;
3o. O perispírito, invólucro
fluídico, leve, imponderável, servindo de liame e de intermediário entre o
Espírito e o Corpo."
14. A união da alma, do perispírito, e do
corpo material constitui o homem. A alma e o perispírito separados do corpo
constituem o ser a que chamamos Espírito.
NOTA DE ALLAN KARDEC:
· A alma é assim um ser simples;
· O Espírito um ser duplo, e
· O homem um ser triplo.
Seria portanto mais exato reservar a
palavra alma para designar o princípio inteligente, e a palavra Espírito para o
ser semimaterial formado desse princípio e do corpo fluídico. Mas como não se
pode conceber o princípio inteligente sem ligação material, as palavras alma e
Espírito são, no uso comum, indiferentemente empregadas uma pela outra; é a
figura que consiste em tomar a parte pelo todo, da mesma forma que se diz que
uma cidade é habitada por tantas almas, uma vila composta de tantas casas; porém,
filosoficamente é essencial fazer-se a diferença.
O que é o Espiritismo - Cap. II, item 9,
10 e 14 - (obra codificada por Allan Kardec).
...As palavras alma e Espírito, posto que
sinônimos e empregados indiferentemente, não exprimem exatamente a mesma ideia.
A alma é, a bem dizer, o princípio inteligente, imperceptível e indefinido como
o pensamento. No estado dos nossos conhecimentos, não podemos concebê-lo
isolado da matéria de maneira absoluta. Posto que formado de matéria sutil, o
perispírito, dele faz um ser limitado, definido e circunscrito a sua
individualidade espiritual. De onde se pode formular esta proposição:
A união da alma, do perispírito e do corpo
material constitui o HOMEM;
A alma e o perispírito separados do corpo
constituem o ser chamado ESPÍRITO.
Nas manifestações espíritas não é, pois, a
alma que se apresenta só; esta sempre revestida de seu envoltório fluídico;
esse envoltório é o necessário intermediário, através do qual ela age sobre a
matéria compacta. Nas aparições não é a alma que se vê, mas o perispírito; do
mesmo modo que quando se vê um homem vê-se seu corpo, mas não o pensamento, a
força, o princípio que o faz agir.
Em resumo,
· A alma é um ser simples, primitivo;
· O Espírito o ser duplo e
· O homem o ser triplo.
Se se confundir o homem com roupas, teremos
um ser quádruplo. Na circunstância de que se trata, o vocábulo Espírito é o que
melhor corresponde à coisa expressa. Pelo pensamento representa-se um Espírito,
mas não se representa uma alma.
Revista Espírita (Jornal de Estudos
Psicológicos publicado sobre a direção de Allan Kardec), Ano VII, maio de 1864,
pág. 138 e 139 - EDICEL.
Os retratos do Sr. Adrien, entretanto, nem
sempre são infalíveis. Nisto, como em toda a ciência, quando se apresenta uma
anomalia, é necessário procurar-lhe a causa, pois a causa de exceção frequentemente
confirma a regra geral. Para compreender este fato não devemos perder
de vista quanto já dissemos sobre a forma aparente dos Espíritos. Esta forma depende
do perispírito, cuja natureza, essencialmente flexível, se presta a todas as
modificações que lhe queira dar o Espírito. Deixando o envoltório material, o
Espírito leva consigo o seu invólucro etéreo, que constitui uma outra espécie
de corpo. Em seu estado normal, tem este corpo uma forma humana, mas não
calcada traço a traço sobre aquele que ficou, principalmente quando foi deixado
há algum tempo. Nos primeiros instantes que se seguem a morte e enquanto existe
um laço entre duas existências, maior é a similitude; esta, porém, apaga-se à
medida que se opera o desprendimento e que o Espírito se torna mais estranho ao
seu envoltório. (...)
Revista Espírita (Jornal de Estudos
Psicológicos publicado sobre a direção de Allan Kardec), Ano II, janeiro de
1859, pág. 8 - EDICEL.
Sabemos que os Espíritos são revestidos de
um envoltório vaporoso, que lhes forma um verdadeiro corpo fluídico, ao qual
damos o nome de perispírito, e cujos elementos são tirados do fluido universal
ou cósmico, princípio de todas as coisas. Quando o Espírito se une ao corpo, aí
vive com seu perispírito, que serve de ligação entre o Espírito propriamente
dito, e a matéria corpórea: é o intermediário das sensações percebidas pelo
Espírito. Mas esse perispírito não é confinado no corpo, como numa caixa. Por
sua natureza fluídica, ele irradia exteriormente e forma em torno do corpo uma
espécie de atmosfera, como o vapor que dele se desprende. Mas o vapor que se
desprende de um corpo malsão é igualmente malsão, acre e nauseabundo, o que
infecta o ar dos lugares onde se reúnem muitas pessoas malsãs. Assim como esse
vapor impregnado das qualidades do corpo, o perispírito é impregnado das
qualidades, ou seja do pensamento do Espírito e irradia tais qualidades em
torno do corpo.
Agora outro parênteses para responder uma
objeção oposta por alguns à teoria dada pelo Espiritismo do estado da alma.
Acusam-no de materializar a alma, ao passo que conforme à religião, a alma é
puramente imaterial. Como a maior parte das outras, esta objeção provém de um
estudo incompleto e superficial. Jamais o Espiritismo definiu a natureza da
alma, que escapa as nossas investigações. Não diz que o perispírito constitua a
alma: o vocábulo perispírito diz positivamente o contrário, pois especifica um
envoltório em torno do Espírito. Que a diz respeito O LIVRO DOS ESPÍRITOS?
"Há no homem três coisas:
1º . A alma ou Espírito,
princípio inteligente;
2º . O corpo, envoltório
material;
3º . O perispírito,
envoltório fluídico semimaterial, servindo de laço entre o Espírito e o
Corpo."
E porque, com a morte do corpo, a alma
conserva o seu envoltório fluídico, não está dito que tal envoltório e a alma
sejam uma só e a mesma coisa, pois que o corpo não é único com a roupa ou alma
não é una com o corpo. A Doutrina Espírita nada tira à imaterialidade da alma:
apenas lhe dá dois invólucros, em vez de um, durante a vida corpórea e só um
após a morte do corpo, o que é, não uma hipótese, mas um resultado da
observação. E é com o auxílio desse envoltório que melhor se compreende a sua
individualidade e melhor se explica a sua ação sobre a matéria.
Revista Espírita (Jornal de Estudos
Psicológicos publicado sobre a direção de Allan Kardec), Ano V, dezembro de
1862, pág. 357, EDICEL.
As almas ou Espíritos não tem sexo. As
afeições que os unem nada tem de carnal e, por isto mesmo, são mais duráveis,
porque fundadas numa simpatia real e não subordinadas às vicissitudes da
matéria.
As almas se encarnam, isto é, revestem
temporariamente um envoltório carnal, para elas semelhante a uma pesada
vestimenta, de que a morte as desembaraça. Este envoltório material, pondo-as
em contato com o mundo material, nesse estados elas concorrem ao progresso
material do mundo que habitam; a atividade que são obrigadas a desenvolver,
quer para a conservação da vida, quer à procura do bem-estar, auxilia-lhes o
avanço intelectual e moral. A cada encarnação a alma chega mais desenvolvida;
trás novas ideias e os conhecimentos adquiridos nas existências anteriores.
Assim se efetua o progresso dos povos; os homens civilizados de hoje são os
mesmos que viveram na idade média e nos tempos de barbárie, e progrediram; os
que viverem os séculos futuros serão os de hoje, porém ainda mais adiantados
intelectualmente e moralmente.
Os sexos só existem no organismo. São
necessários à reprodução dos seres materiais. Mas os Espíritos, sendo criação
de Deus, não se reproduzem uns pelos outros, razão por que os sexos seriam
inúteis no mundo espiritual.
Revista Espírita (Jornal de Estudos
Psicológicos publicado sobre a direção de Allan Kardec), Ano IX, janeiro de
1866, págs. 2 e 3, EDICEL.
Quando Luísa B... vê pessoas vivas,
desaparecem as devastações do tempo e se se perdeu algum membro, para ela ele
ainda subsiste; a forma corpórea é integralmente reproduzida pelo fluido
nervoso. Se ela visse simplesmente o corpo, vê-lo-ia tal qual é; o que ela vê é
o envoltório fluídico; o corpo material pode ser amputado; o perispírito não o
é; o que aqui se designa por fluido nervoso não é, senão, o fluido
perispirital.
... O que ela vê é a alma revestida de seu
corpo fluídico ou perispírito. (...)
Revista Espírita (Jornal de Estudos
Psicológicos publicado sobre a direção de Allan Kardec), Ano IX, janeiro de
1866, pág. 23, EDICEL.
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