6.10.15

REFLEXÕES MINHAS – II

Outra coisa que, na Vida – em sua possível compreensão –, é preciso que se leve em conta, e de maneira muito séria, e por mais nos desagrade: a questão do livre arbítrio humano!
O Criador concedeu à criatura a liberdade de escolha – é o homem que faz o seu caminho – que engendra o seu próprio destino – que é livre para agir contra ou a favor da Lei Divina, sendo que, mesmo ao agir contra ela estará, sem que o saiba, agindo a seu favor.
O Bem é fatalidade evolutiva – não importa quantos atalhos o homem venha a tomar, na trajetória sinuosa que descreva – o Tempo é infinito! –, um dia, mais cedo ou tarde, ele se subordinará à Vontade Suprema – ele endireitará o seu passo incerto!
Entretanto, para alcançar o objetivo superior, que, fatalmente, alcançará, o espírito pode demorar um século, um milênio, dois, três, quatro, ou mais, e mais...
Sem que dele a Proteção Divina se arrede um só milímetro, a verdade é que o espírito está entregue a si mesmo – as circunstância evolutivas que cria e as influências às quais se submete.
Permitam-se citar um exemplo, que, creio, todos poderão compreender: há cerca de dois mil anos, entre Jesus e Barrabás, a Humanidade teve oportunidade de escolher o que preferia... Em minha opinião, foi do jeito que Deus “concordou” que os homens quisessem que fosse! – os homens não estavam “obrigados” a escolher Barrabás – a escolha, evidentemente, poderia ter sido outra, pois, caso não pudesse, os homens teriam agido por uma espécie de constrangimento pelo qual não teriam que responder...
Essas “escolhas”, todos os dias, de uma maneira ou outra, têm sido feitas por nós, e, com base nelas, é que avançamos com mais, ou menos, rapidez.
Em “O Livro dos Espíritos”, questão número 121, Kardec interroga: “Por que alguns espíritos seguiram o caminho do bem, e outros o do mal?” Resposta: “Não têm eles o livre arbítrio? Deus não criou espíritos maus; criou-os simples e ignorantes, ou seja aptos para o bem quanto para o mal; os que são maus, assim se tornaram por sua vontade.”
Em complemento, na mencionada Obra Básica, vejamos a questão número 125: “Os espíritos que seguiram o caminho do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros?” Resposta: “Sim, mas eternidades serão mais longas para eles.”
Em síntese, sem o propósito de incendiar qualquer discussão filosófica, porém, já “riscando” o fósforo, o que quero dizer é o seguinte: os Espíritos Superiores que nos auxiliam tão somente o podem fazer de acordo com a Lei – eles não têm como inverter o “curso” do rio em nosso favor – eles procuram mudar o “curso” de nossas braçadas em relação ao “curso” das águas que correm para o mar...
Não sei se estou conseguindo me fazer entender.
Jesus Cristo só curou àqueles que se mostraram “receptivos” – Ele sempre repetia: “a tua fé te salvou” – em outras palavras, Ele dizia: “Não fui Eu – foste tu! Eu somente fui o “motivador” no qual tu acreditaste!...” No episódio da mulher hemorroísa, Ele sequer tocou – Ele foi tocado!...
Então, gente, a história é a seguinte: se decidirmos ficar, digamos, “ad aeternum”, assim ou assado, iremos ficar – se a Humanidade não tomar a decisão de melhorar, ela não irá melhorar! “A Lei não nos educa?!” – alguém há de nos perguntar. Respondo como posso e como sei: Educa... pela dor! Não obstante, até para que sejamos educados pela dor, carecemos nos deixar educar por ela! “Bem-aventurados os aflitos” – os que se afligem, mas não os que se revoltam!...  
Procuremos, assim, entrarmos em harmonia com a Lei – esta é a nossa única garantia – a nossa única salvaguarda. Sobretudo, compreendendo que, na Criação – êta verdade dura de dizer e, mais ainda, de ouvir! – não existe privilégio para a, b ou c!...
INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 5 de outubro de 2015.

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