Outra coisa que, na Vida –
em sua possível compreensão –, é preciso que se leve em conta, e de maneira
muito séria, e por mais nos desagrade: a questão do livre arbítrio
humano!
O Criador concedeu à
criatura a liberdade de escolha – é o homem que faz o seu caminho – que engendra
o seu próprio destino – que é livre para agir contra ou a favor da Lei Divina,
sendo que, mesmo ao agir contra ela estará, sem que o saiba, agindo a seu
favor.
O Bem é fatalidade
evolutiva – não importa quantos atalhos o homem venha a tomar, na trajetória
sinuosa que descreva – o Tempo é infinito! –, um dia, mais cedo ou tarde, ele se
subordinará à Vontade Suprema – ele endireitará o seu passo
incerto!
Entretanto, para alcançar o
objetivo superior, que, fatalmente, alcançará, o espírito pode demorar um
século, um milênio, dois, três, quatro, ou mais, e
mais...
Sem que dele a Proteção
Divina se arrede um só milímetro, a verdade é que o espírito está entregue a si
mesmo – as circunstância evolutivas que cria e as influências às quais se
submete.
Permitam-se citar um
exemplo, que, creio, todos poderão compreender: há cerca de dois mil anos, entre
Jesus e Barrabás, a Humanidade teve oportunidade de escolher o que preferia...
Em minha opinião, foi do jeito que Deus “concordou” que os homens quisessem que
fosse! – os homens não estavam “obrigados” a escolher Barrabás – a escolha,
evidentemente, poderia ter sido outra, pois, caso não pudesse, os homens teriam
agido por uma espécie de constrangimento pelo qual não teriam que
responder...
Essas “escolhas”, todos os
dias, de uma maneira ou outra, têm sido feitas por nós, e, com base nelas, é que
avançamos com mais, ou menos, rapidez.
Em “O Livro dos Espíritos”,
questão número 121, Kardec interroga: “Por que alguns espíritos seguiram o
caminho do bem, e outros o do mal?” Resposta: “Não têm eles o livre arbítrio?
Deus não criou espíritos maus; criou-os simples e ignorantes, ou seja aptos para
o bem quanto para o mal; os que são maus, assim se tornaram por sua
vontade.”
Em complemento, na
mencionada Obra Básica, vejamos a questão número 125: “Os espíritos que seguiram
o caminho do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros?”
Resposta: “Sim, mas eternidades serão mais longas para
eles.”
Em síntese, sem o propósito
de incendiar qualquer discussão filosófica, porém, já “riscando” o fósforo, o
que quero dizer é o seguinte: os Espíritos Superiores que nos auxiliam tão
somente o podem fazer de acordo com a Lei – eles não têm como inverter o “curso”
do rio em nosso favor – eles procuram mudar o “curso” de nossas braçadas em
relação ao “curso” das águas que correm para o
mar...
Não sei se estou
conseguindo me fazer entender.
Jesus Cristo só curou
àqueles que se mostraram “receptivos” – Ele sempre repetia: “a tua fé te salvou”
– em outras palavras, Ele dizia: “Não fui Eu – foste tu! Eu somente fui o
“motivador” no qual tu acreditaste!...” No episódio da mulher hemorroísa, Ele
sequer tocou – Ele foi tocado!...
Então, gente, a história é
a seguinte: se decidirmos ficar, digamos, “ad aeternum”, assim ou assado, iremos
ficar – se a Humanidade não tomar a decisão de melhorar, ela não irá melhorar!
“A Lei não nos educa?!” – alguém há de nos perguntar. Respondo como posso e como
sei: Educa... pela dor! Não obstante, até para que sejamos educados pela dor,
carecemos nos deixar educar por ela! “Bem-aventurados os aflitos” – os que se
afligem, mas não os que se revoltam!...
Procuremos, assim,
entrarmos em harmonia com a Lei – esta é a nossa única garantia – a nossa única
salvaguarda. Sobretudo, compreendendo que, na Criação – êta verdade dura de
dizer e, mais ainda, de ouvir! – não existe privilégio para a, b ou
c!...
INÁCIO
FERREIRA
Uberaba – MG, 5 de outubro
de 2015.
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